O ministro Marco Aur�lio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu um habeas corpus que permite a sa�da do goleiro Bruno Fernandes da pris�o na noite desta quinta-feira. A informa��o foi confirmada pela assessoria de imprensa do STF na manh� desta sexta-feira.
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O ministro deferiu o habeas corpus n�mero 139612, que permite que Bruno recorra de sua condena��o pelo sequestro, morte e oculta��o do cad�ver da modelo Eliza Samudio em liberdade. Segundo a assessoria do STF, Marco Aur�lio argumentou que o recurso j� estava h� tr�s anos sem aprecia��o e, portanto, deu a Bruno o direito de continuar esperando essa an�lise solto.
Ainda segundo a assessoria, o documento � v�lido apenas se ele n�o estiver preso por outros crimes que n�o tenham rela��o com o caso Eliza Samudio. Os tr�mites de an�lise do alvar� e libera��o do goleiro cabem � Vara de Execu��es Penais de Santa Luzia, j� que Bruno est� preso na Associa��o de Prote��o e Assit�ncia ao Condenado (Apac) da cidade da Grande BH.
O advogado L�cio Adolfo, que representa Bruno, disse que j� est� na Apac aguardando a libera��o do cliente. "A expectativa � que ele seja liberado por volta do meio dia", diz o defensor.
Relembre o Caso Bruno
Exatamente 969 dias depois da primeira not�cia sobre o desaparecimento de Eliza Silva Samudio, o goleiro Bruno foi condenado. Com base na decis�o de sete jurados, a ju�za Marixa Fabiane Lopes Rodrigues determinou no F�rum de Contagem, na Grande BH, que Bruno Fernandes das Dores de Souza fique preso por 22 anos e tr�s meses, 17 anos e seis meses deste tempo em regime fechado. Ele foi considerado culpado pelos crimes de homic�dio triplamente qualificado e oculta��o de cad�ver, al�m de sequestro e c�rcere privado. J� Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, sua ex-mulher, foi absolvida por 4 votos a 3 pelo c�rcere e sequestro do beb�.
Em 26 de junho de 2010, o goleiro Bruno, capit�o do Flamengo e �dolo da maior torcida do Brasil e pretendido por clubes internacionais, como o Milan, da It�lia, come�ou a ser investigado pelo sumi�o e suposta morte da ex-amante, a modelo Eliza Samudio, de 25 anos, com quem teve um filho, Bruninho, tamb�m desaparecido. No mesmo dia a crian�a foi localizada no Bairro Liberdade, em Belo Horizonte, depois de a pol�cia descobrir que ela estava sob os cuidados da ex-mulher do atleta, Dayanne Rodrigues, que passou mais de 12 horas presa, at� que um alvar� de soltura a tirou da Delegacia de Contagem.
Juntamente com o goleiro Bruno tamb�m foram condenados por participa��o direta no crime Luis Henrique Rom�o - o 'Macarr�o' -, amigo de Bruno e que possu�a liga��es com o tr�fico de drogas em Ribeir�o das Neves, na Grande BH; Marcos Aparecido dos Santos - o Bola, policial civil exonerado por indisciplina e idoneidade moral; e Fernanda Gomes de Castro, ex-mulher do goleiro Bruno.
Marcos Aparecido dos Santos foi apontado como executor de Eliza Sam�dio e respons�vel pela oculta��o do cad�ver dela, o ex-policial civil foi condenado em 22 anos de reclus�o em regime fechado pela morte da ex-namorada de Bruno, em 27 de abril de 2013.
Lu�s Henrique Rom�o, o 'Macarr�o foi condenado em 23 de novembro de 2011 por sequestro, c�rcere privado e homic�dio triplamente qualificado, por uma pena de 15 anos, 12 deles em regime fechado. Na �poca das investiga��es, um fato curioso chamou a aten��o de todos. Uma tatuagem feita por Macarr�o, levantou suspeitas sobre uma suposta rela��o homossexual entre o homem e o goleiro.
J� Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do jogador, foi condenada, tamb�m em 23 de novembro de 2011, pela participa��o no sequestro de Eliza e de Bruno Samudio, filho da modelo e do atleta que � �poca tinha cinco meses de idade. Ela teve a pena estipulada em cinco anos em regime aberto.
Outro envolvido no caso, S�rgio Rosa Sales, primo do goleiro do Bruno, foi morto em 22 de agosto de 2012 . S�rgio era tratado pela Pol�cia Civil como testmunha-chave do processo. O delegado �dson Moreira, � frente das investiga��es na �poca, tratou o caso como queima de arquivo, afinal, dentre os investigados, S�rgio era o que mais contribu�a com as investiga��es, segundo a Pol�cia Civil.
No decorrer do processo, a defesa de Bruno conseguiu transferir o goleiro de unidade em 10 de junho de 2014. Inicialmente na Penitenci�ria Nelson Hungria,o goleiro foi transferido para a Penitenci�ria Francisco S�, no Norte de Minas Gerais.
Durante o tempo em que o goleiro esteve preso, a volta ao futebol foi cogitada e fazia parte de uma estrat�gia da defesa, que tentou conseguir autoriza��o da Justi�a para que o ex-atleta retornasse aos gramados. Em 28 de fevereiro de 2014, ele assinou um contrato com o Montes Claros Futebol Clube - equipe da segunda divis�o do futebol mineiro.
Antes da ida para Francisco S�, os advogados de Bruno pediram a transfer�ncia dele para o Pres�dio de Montes Claros, o que facilitaria uma volta aos gramados, mas n�o tiveram �xito. De acordo com especialistas, o ex-atleta s� teria direito � sa�da tempor�ria para o trabalho a partir de 2020.
Os advogados, no entanto, argumentam que mesmo em regime fechado, existiria a brecha na lei para o preso trabalhar durante o dia. Apesar de todos os esfor�os da defesa, a volta de Bruno aos gramados, foi impedida. Com a negativa, a defesa solicitou que Bruno retornasse � Regi�o Metropolitana de BH, devido a proximidade com a fam�lia. O pedido foi aceito e Bruno retornou, novamente, para a Nelson Hungria em 26 de novembro de 2014.
Em 9 de setembro de 2015, o goleiro Bruno foi novamente transferido, desta vez para a Associa��o de Prote��o e Assist�ncia ao Condenado (APAC) de Santa Luzia, tamb�m na Grande BH, onde se encontrava at� hoje. Na APAC, o goleiro se casou com a atual mulher, Ingrid Calheiros, al�m de realizar cursos de pedreiro e trabalhar como seguran�a no local.
Apesar da condena��o de Bruno, os restos mortais de Eliza Samudio n�o foram encontrados pela Pol�cia Civil. Em uma busca mais recente, deliberadas ap�s den�ncias do irm�o do goleiro Rodrigo Fernandes das Dores de Souza, preso no Piau� por estupro, a Pol�cia Civil n�o encontrou nenhum resqu�cio, o que aumentou ainda mais o suspense sobre o caso; afinal, desde 2010, com o in�cio das investiga��es, foram feitas onze buscas - sem sucesso, dos restos mortais de Eliza.