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Estado de Minas

De venda de cerveja a vaquinha: noivos arrecadam dinheiro para casamentos

Para garantir uma bela festa de comemora��o do matrim�nio, cada vez mais noivos se juntam em esfor�o de arrecada��o de recursos. Vale tudo: vender cerveja no carnaval, fazer vaquinha na internet ou produzir e vender brigadeiros e outros doces


postado em 27/03/2017 06:00 / atualizado em 27/03/2017 07:37

Pollyana Albino e Alex de Pádua Silva mandaram confeccionar camisas temáticas e vendem doces depois do trabalho: inspiração na internet e ajuda de parentes(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Pollyana Albino e Alex de P�dua Silva mandaram confeccionar camisas tem�ticas e vendem doces depois do trabalho: inspira��o na internet e ajuda de parentes (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Na alegria e na tristeza, na sa�de e na doen�a, na festa de casamento e na batalha para pag�-la... Muito antes de fazer os votos diante do altar, casais v�m cada vez mais descobrindo que a uni�o de for�as precisa preceder a troca de alian�as. Quem n�o abre m�o de comemorar o cas�rio, mas n�o tem uma poupan�a relativamente farta – nem pais ou padrinhos com uma conta banc�ria generosa –, descobre cedo que � preciso ir � luta. E, se vale bem nesse caso o ditado de que duas cabe�as pensam melhor que uma, mais certo ainda � que dois noivos arrecadam mais do que um. Por isso, n�o se surpreenda se trope�ar em pleno carnaval em uma caixa de isopor cheia de cerveja sob uma placa com os dizeres “Ajude-nos a casar” ou suas varia��es. Perto dela certamente haver� uma dupla com mais disposi��o e bom humor do que dinheiro, contabilizando a cada venda a maior proximidade do sonho. Vale para cerveja no carnaval, mas tamb�m para bombom em porta de faculdade, guloseimas diversas no ambiente de trabalho e at� vaquinha na internet. A criatividade � o limite.

E os noivos Pollyana de C�ssia Fernandes Albino, de 28 anos, e Alex Humberto de P�dua Silva, de 26, resolveram usar e abusar dela, quando perceberam que s� economizar no dia a dia n�o ia ser o bastante. A cerca de seis meses de realizar o sonho de se casar, eles fazem de tudo para conseguir levantar a quantia de R$ 25 mil para bancar os custos da cerim�nia e da festa de casamento. Com um relacionamento de dois anos, o casal faz quest�o de ter um dia para festejar a uni�o e a cerim�nia religiosa. Para arrecadar os fundos necess�rios, Pollyana teve a ideia de produzir e vender canudinhos de doce de leite, brigadeiros e trufas durante o tempo livre de ambos.

Com camisas tem�ticas nas quais se l� um simp�tico pedido de colabora��o junto da oferta dos produtos, Pollyana e Alex, sorriso no rosto e muita disposi��o, percorrem diversos pontos da capital mineira em busca de clientes. A organiza��o para transformar o sonho em realidade come�ou cedo. Logo quando noivaram, os dois come�aram a planejar o casamento. “Qualquer dinheiro que sobrava era guardado para a festa, mas logo percebemos que precisar�amos de algum extra”, conta a noiva.

A solu��o veio da internet, quando ela viu a hist�ria de um casal em situa��o semelhante. Inspirada, Pollyana foi logo contar a ideia a Alex. “Ele topou na hora. Temos esse sonho, ent�o trabalhamos juntos em prol disso”, relembra. Os dois pensaram no que poderia ser vendido e acabaram decidindo pelos doces, devido � ajuda que receberiam da m�e de Alex, que produz os canudinhos, e do buf� que contrataram para o casamento, que vende trufas a um pre�o menor. “Os brigadeiros n�s mesmos fazemos e sa�mos para vender sempre juntos. � cansativo, mas tem valido a pena”, afirma Alex. O casal sai todos os dias, no per�odo da noite, desde fevereiro. O hor�rio foi escolhido para n�o atrapalhar a rotina dos noivos, que trabalham durante o dia. “Tentamos visitar locais de grande movimento, como bairros que t�m faculdades e a regi�o central de BH”, explicam.

O bloco do 'quero casar'

 

Como no caso deles, a venda de produtos para arrecadar fundos tem se tornado pr�tica comum entre casais que tentam realizar o sonho do casamento. Crisangela Elen de Souza, de 27 anos, e o noivo, Andr� Oliveira Delfino, 31, tamb�m apostaram na ideia para pagar a festa, programada para setembro deste ano e avaliada em R$ 15 mil. “Fa�o doces e temperos, vendo cosm�ticos naturais, e a renda � toda voltada para o cas�rio”, conta Crisangela. “Estamos juntos h� 11 anos, e ficamos noivos h� quatro. S�o os alfajores, que vendo na universidade, em uma cestinha enfeitada de noiva, que est�o financiando nosso sonho”, afirma Crisangela. Segundo o casal, a venda dos produtos tem ajudado a pagar as despesas mais urgentes. “Est� dando para juntar uma quantia boa. Conseguimos dar a entrada no pacote fotogr�fico com o dinheiro das vendas.”

Denise e Gustavo uniram forças e disposição para vender bebidas no carnaval de BH(foto: Vera Schmitz/EM/D.A Press)
Denise e Gustavo uniram for�as e disposi��o para vender bebidas no carnaval de BH (foto: Vera Schmitz/EM/D.A Press)

O casal tamb�m passou o carnaval vendendo cerveja nas ruas de Belo Horizonte para ajudar nas despesas. E n�o foram os �nicos com a inspira��o de transformar a maior folia da hist�ria da capital mineira em um empurr�o a mais no sonho do casamento – e da comemora��o depois dele. Tamb�m durante a festa de Momo, Denise Cardoso e Gustavo Leandro apelaram para a sensibilidade dos foli�es. Com um banner pedindo ajuda para concretizar o sonho, eles perambularam pelos blocos durante todos os dias de folia, vendendo bebidas e esbanjando alegria. Passada a uni�o da �til arrecada��o de dinheiro com a agrad�vel divers�o carnavalesca, a verba arrecadada ser� usada nas despesas do cas�rio, marcado para 28 de outubro.

 

Pre�os para todo tipo de vaquinha

 

De acordo com cerimonialistas, uma festa de casamento pode custar entre R$ 20 mil e R$ 120 mil, variando de acordo com a condi��o do casal e com o que � pedido. Tiago Gontijo, propriet�rio de um cerimonial que lida exclusivamente com casamentos, conta que � cada vez mais comum ver os noivos pedindo ajuda a parentes e amigos, seja para a festa em si, para a lua de mel ou o ch� de panelas. “Muitos casais recorrem a sites de listas de presentes ou de 'vaquinhas' on-line, que mostram aos convidados o que eles querem ganhar. �s vezes, � um presente espec�fico, outras vezes, uma quantia em dinheiro”, explica.

At� mesmo para casais que ainda v�m a uni�o como meta um pouco mais distante, a complementa��o de renda por m�todos alternativos � uma op��o para financiar o casamento. Nayara Macedo, de 19 anos, e Renan Arruda, de 20, pretendem se casar apenas em 2019, mas j� est�o fazendo as contas. “A gente j� vende doces e chocolates para arrecadar dinheiro. Temos at� um cofrinho decorado”, comenta a futura noiva. “Sabemos da dificuldade que � juntar tudo que � preciso.”

SOLIDARIEDADE Seja para vender produtos ou para fazer sucesso com a “vaquinha” on-line, os casais dependem da ajuda de amigos, familiares, convidados e, muitas vezes, de estranhos. No caso de Crisangela e Andr�, a colabora��o vem das futuras madrinhas, que vendem os alfajores, e das irm�s da noiva, que ajudam tamb�m na produ��o. “Todo mundo se empenha. At� minha sobrinha, de 15 anos, ajuda, vendendo na escola”, revela a noiva. Al�m disso, ela conta que, durante o carnaval, recebeu uma doa��o de um homem desconhecido. N�o foi muito, R$ 4, mas o gesto ficou marcado e revelou como a estrat�gia dos noivos � capaz de sensibilizar. “Ele nos parou e disse que, se era para casar, ele ajudaria com o pouco que tinha", relembra.

Al�m do sabor, ali�s, esse � um motivo extra para o sucesso dos brigadeiros e trufas de Pollyana e Alex. “As pessoas, em geral, s�o muito solid�rias. Sempre tem aqueles que nem gostam de chocolate, mas d�o o dinheiro de qualquer forma para nos ajudar”, Pollyana lembra.

E a generosidade vai al�m da doa��o financeira. Em um dia de vendas no Bairro Cora��o Eucar�stico, na Regi�o Noroeste de Belo Horizonte, Pollyana e Alex conheceram Fernanda Costa, que trabalha com decora��o. Entusiasmada com a hist�ria do casal, Fernanda comprou um doce, mas decidiu que poderia ajudar ainda mais. “Ela vai ajudar com a decora��o da festa, doando a m�o de obra. Ficou bem empolgada com a ideia e decidiu que queria fazer parte da hist�ria”, conta a noiva.


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