
Diante da gravidade do caso, do passado de viol�ncia de Dem�trio, e do potencial risco de agredir outras mulheres, a delegada decidiu pedir a pris�o preventiva do suspeito, autorizada pela Justi�a. O mandado foi cumprido pela Pol�cia Civil, que esteve em quatro endere�os at� encontrar Dem�trio na Avenida �lvares Cabral, pr�ximo � resid�ncia da m�e dele, no Centro. De acordo com a delegada Amanda de Menezes Curty, da Delegacia de Atendimento � Mulher (Deam) Barreiro, ele n�o ofereceu resist�ncia no momento da pris�o, mas se negou a prestar qualquer esclarecimento durante a oitiva e informou apenas que se manifestaria em ju�zo. Dem�trio foi levado para o Ceresp Gameleira e por estar preso preventivamente, n�o tem prazo para ser liberado.
Segundo a delegada, o indiciamento por tentativa de feminic�dio, cuja pena varia de 12 a 30 anos, foi determinado pelas caracter�sticas da agress�o. No dia em que Dem�trio espancou Kely, ele havia ligado para ela e dito que iria � casa dela para pegar alguns pertences pessoais que l� estavam. Ela ent�o desceu � portaria com a uma sacola, para entreg�-los, quando foi surpreendida por uma rasteira dada pelo agressor. Ela caiu na cal�ada e ele come�ou a agredi-la com v�rios socos e chutes no rosto. Moradores que presenciaram a cena contaram � Pol�cia Militar que o homem “pisava na cabe�a da v�tima e a batia sobre o meio-fio do passeio. Segundo a delegada, as testemunhas disseram que ele s� saiu do local depois que os vizinhos prestaram o socorro, o que mostra que a inten��o dele seria realmente prosseguir com a as agress�es”, disse. Por causa dos ferimentos, Kely perdeu os sentidos e ficou dois dias internada no Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII. Muito abalada, ela est� fora de Belo Horizonte. Viajou na tentativa de se recuperar do trauma.
OUTRAS V�TIMAS A advogada Isabel Ara�jo, que representa a auxiliar de escrit�rio, afirmou ontem que sua cliente n�o � a primeira v�tima de Dem�trio. Segundo ela, ele responde por outro caso de viol�ncia dom�stica praticado contra a ex-namorada Fl�via Crepaldi, em 2014, quando a mesma terminou o namoro. A agress�o, segundo a prima da v�tima, a psic�loga Luciana Crepaldi, ocorreu na casa de Fl�via, nos mesmos moldes do que fez com Kely. “Ela tamb�m morava no Buritis e ele conhecia o porteiro do pr�dio. Ent�o foi � casa dela e a espancou at� achar que ela havia morrido. Ela teve fraturas no cr�nio, nariz e mand�bula, esmagamento de dois dedos da m�o direita e sequelas irrevers�veis no c�rebro. Ficou dois meses internada e tomou tanta medica��o que desenvolveu uma cirrose e hoje est� na fila do transplante”, lembra. A prima lamenta a morosidade da Justi�a.
Ao sair da porta da Delegacia de Atendimento � Mulher, no Barro Preto, para onde foi levado inicialmente, o advogado chegou a justificar os crimes. “Eu tenho problema com alcoolismo. � um problema que eu j� tentei vencer, mas sempre tenho reca�das. Eu jamais teria feito isso n�o fosse esse problema”, disse. Na avalia��o da advogada de Kely, o depoimento � uma tentativa de amenizar a culpa, o que n�o vai ocorrer, ela acredita, diante da gravidade dos casos.