
A Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB/MG) defende que a morte do jovem Gabriel Ant�nio dos Santos Cabral, de 19 anos, encontrado sem vida ap�s ingerir rem�dios em Par� de Minas, na Regi�o Central do estado, ao que tudo indica por conta do envolvimento do adolescente com o jogo Baleia Azul, seja investigada de forma rigorosa. Apesar de a Pol�cia Civil adiantar que o caso ser� investigado pelo artigo 122 do C�digo Penal, que prev� pena de dois a seis anos de reclus�o pelo crime de induzir ou instigar algu�m a cometer suic�dio, a OAB/MG acredita que outros crimes podem aparecer durante o inqu�rito, como amea�a ou forma��o de quadrilha. O presidente da Comiss�o de Crimes Eletr�nicos da OAB/MG, Luis Felipe Silva Freire, tamb�m espera que o trabalho das autoridades motive medidas judiciais para tirar do ar conte�do produzido no �mbito do jogo, que surgiu na R�ssia, mas j� chegou no Brasil e tem o objetivo de ordenar pela internet, por meio de grupos em programas como Facebook e WhatsApp, tarefas perigosas aos membros at� o desafio final, de tirarem a pr�pria vida.
“Precisamos de uma a��o efetiva que identifique esses criminosos. Al�m do crime de instigar o suic�dio, podemos ter uma forma��o de quadrilha, com pessoas incentivando e gerindo esse tipo de jogo, e tamb�m o crime de amea�a. Como exemplo, a pessoa manda voc� desempenhar uma determinada tarefa e, se voc� n�o fizer, um membro da fam�lia pode sofrer alguma coisa”, afirma o advogado. Segundo a m�e de Gabriel, Maria de F�tima Santos, de 37 anos, isso pode ter acontecido, pois no enterro do filho in�meras pessoas disseram a ela que os membros do grupo faziam amea�as, dizendo que s� existem duas formas de sair do jogo. Ou se matando ou admitindo a possibilidade de algu�m fazer mal ao jogador ou a algu�m de sua fam�lia.
O especialista em crimes eletr�nicos tamb�m lembra que o trabalho das autoridades precisa requisitar junto � Justi�a medidas para desarticular os grupos que s�o montados na internet com o objetivo de difundir as pr�ticas perigosas. No jogo Baleia Azul, crian�as e adolescentes s�o induzidos por um “mentor” a cumprir 50 tarefas diferentes, uma por dia, at� o derradeiro desafio: cometer o suic�dio. “Tamb�m precisamos de a��es no sentido de desmontar esses grupos e suspender qualquer servidor ou pr�tica que esteja permitindo a transmiss�o desse conte�do na internet”, acrescenta Luis Felipe.
CONSCIENTIZA��O Ainda segundo o presidente da Comiss�o de Crimes Eletr�nicos da OAB/MG, a atua��o para dar uma resposta aos crimes que podem acontecer dentro do jogo Baleia Azul deve extrapolar o ambiente da investiga��o e atingir crian�as e adolescentes nas escolas, fomentando discuss�es nesses espa�os que conscientizem os jovens a n�o embarcar nesse tipo de jogo. Dentro de casa, Luis Felipe Silva Freire afirma que os pais devem ficar atentos e orienta as pessoas caso identifiquem algum tipo de envolvimento dos filhos com brincadeiras perigosas como o Baleia Azul. “A internet j� permite rastreamento pelos pais, por meio de aplicativos, das atividades dos filhos. Se perceberem alguma coisa, os pais devem procurar uma delegacia ou um advogado que tem experi�ncia na �rea. Ele vai adotar medidas para quebrar o sigilo e localizar a pessoa, para preservar a prova e tamb�m para retirar o conte�do do ar, al�m das a��es necess�rias para punir o criminoso”, diz.