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Estado de Minas CONTAMINA��O

�guas subterr�neas do Rio Doce tamb�m est�o contaminadas, diz estudo

Levantamentos da UFRJ, em parceria com o Greenpeace, mostram que as �gua do subsolo de regi�o atingida pelo rompimento da barragem da Samarco tem altos �ndices de metais pesados


postado em 15/04/2017 16:17 / atualizado em 15/04/2017 16:46

Lama que ainda está depositada no fundo do Rio Doce pode ter contaminado águas subterrâneas(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Lama que ainda est� depositada no fundo do Rio Doce pode ter contaminado �guas subterr�neas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com o Greenpeace, revelou que, al�m do Rio Doce, as �guas subterr�neas da regi�o est�o contaminadas com altos n�veis de metais pesados. A �gua dos po�os artesianos locais apresentaram n�veis desses metais acima do permitido pelo governo brasileiro. Os pequenos agricultores s�o os mais prejudicados, j� que n�o t�m outra fonte de �gua para a produ��o e para beber.

As �guas do Rio Doce foram contaminadas pelo rompimento da Barragem de Fund�o, pertencente � mineradora Samarco, no munic�pio mineiro de Mariana, em 5 de novembro de 2015. O incidente devastou a vegeta��o nativa e poluiu toda a bacia do Rio Doce, atingindo outros munic�pios de Minas Gerais e do Esp�rito Santo. Dezenove pessoas morreram e diversas comunidades foram destru�das. O epis�dio � considerado a maior trag�dia ambiental do pa�s.

Ap�s o desastre, agricultores familiares recorreram a po�os artesianos para irrigar suas planta��es e ter �gua para beber. As amostras coletadas pela equipe da UFRJ apresentaram altos n�veis de ferro e mangan�s, que prejudicam o desenvolvimento das planta��es e oferecem riscos � sa�de, no longo prazo, segundo os pesquisadores. Um dos objetivos do estudo do Instituto de Biof�sica da UFRJ, em parceira com o Greenpeace, foi avaliar se os agricultores, impossibilitados de utilizar em suas planta��es as �guas do Rio Doce contaminadas pelo desastre, poderiam empregar com seguran�a os po�os artesianos como fonte de irriga��o e consumo.

Resultados - Pesquisadores analisaram a presen�a de metais pesados na �gua em 48 amostras coletadas de tr�s regi�es diferentes da bacia do Rio Doce: Belo Oriente (MG), Governador Valadares (MG), e Colatina (ES). As amostras foram coletadas em po�os, em pontos do rio e na �gua tratada fornecida pela prefeitura ou pela Samarco. A cidade de Belo Oriente apresentou cinco pontos de coleta com n�veis de ferro e mangan�s acima do estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), �rg�o do Minist�rio do Meio Ambiente. Em Governador Valadares foram identificados 12 pontos e, em Colatina, dez pontos com os valores acima do permitido.

Segundo o estudo, a �gua desses locais n�o � adequada para consumo humano e, em alguns casos, tamb�m n�o � recomendado o uso para irriga��o de plantas – situa��o de alguns pontos de Governador Valadares e Colatina. A contamina��o do Rio Doce se deu pelos rejeitos que vazaram com o rompimento da barragem. No entanto, os pesquisadores disseram n�o poder afirmar que os po�os sofreram a contamina��o por conta da lama vinda da barragem, por falta de estudos pr�vios na regi�o. “Contudo, podemos afirmar que a escava��o dos po�os e sua posterior utiliza��o se deu por conta do derramamento da lama na �gua do rio, que porventura, a inutilizou”, diz o relat�rio.

No longo prazo, para a sa�de, a exposi��o ao mangan�s pode causar problemas neurol�gicos, semelhantes ao mal de Parkinson, enquanto o ferro, em quantidades acimas das permitidas, pode danificar rins, f�gado e o sistema digestivo. “A contamina��o por metais pesados pode ter consequ�ncias futuras graves para as popula��es do entorno, que necessitam de suporte e apoio p�s-desastre. Isso deve ser arcado pela Samarco e suas controladoras, Vale e BHP Billiton, e monitorado de perto pelo governo brasileiro”, defendeu Fabiana Alves, da Campanha de �gua do Greenpeace. Agricultura No curto prazo, o grande impacto tem sido na agricultura, identificou a pesquisa.

O estudo buscou pequenos produtores locais para analisar como seus modos de vida foram atingidos pela lama. Muitos dos que n�o abandonaram suas terras enfrentaram dificuldades financeiras por n�o conseguir mais produzir com o solo e a �gua que t�m. De acordo com o relat�rio, 88% dos entrevistados afirmaram ter alterado o tipo de cultivo e/ou cria��o realizada pela fam�lia ap�s o incidente. A produ��o de cabras foi bastante afetada pelo desastre e as atividades de pesca e cria��o de peixes praticamente desapareceram na bacia.

Dados apresentados pelos pesquisadores ap�s entrevistas com os agricultores demonstraram tamb�m que, antes do desastre, 98% dos entrevistados utilizavam �gua do Rio Doce para atividade econ�mica do dia a dia. Ap�s a trag�dia, somente 36% continuaram usando a mesma �gua. Destes, 87% utilizam a �gua para irriga��o. Cerca de 60% dos entrevistados considera a �gua impr�pria para uso, o que demonstra a inseguran�a no uso desse recurso fundamental para as popula��es que vivem � beira do rio.


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