
A escalada no n�mero de roubos nos �ltimos cinco anos por si s� j� espalha apreens�o em Belo Horizonte e em todo o estado de Minas Gerais. Mas esse medo aumenta ainda mais quando assaltos terminam em morte, como aconteceu na capital com a vendedora Adriana Maria da Cruz, de 39 anos, e com o estudante de medicina veterin�ria Gabriel Ara�jo de Oliveira, de 21, em um intervalo de apenas dois meses. Desde janeiro de 2015, em m�dia, nove pessoas perdem a vida da mesma forma todos os meses em Minas Gerais. Um quarto de todos os casos de roubo seguido de assassinato (latroc�nio) ocorre na Grande BH, que tem m�dia de duas ocorr�ncias por m�s no mesmo per�odo, metade na capital.
Nos dois casos recentes de maior repercuss�o, Adriana foi assassinada no �ltimo dia 7, ap�s ser sequestrada no estacionamento do Ita�Power Shopping, em Contagem, na Grande BH. Os criminosos queriam o carro, mas enforcaram a vendedora e jogaram o corpo �s margens da represa de Vargem das Flores, na mesma cidade. J� Gabriel foi morto com um tiro no peito ap�s ser abordado por ladr�es que queriam seu celular, no Bairro S�o Gabriel, Nordeste de BH.
O coronel Marlon Jorge Teza, presidente da Federa��o Nacional de Entidades de Oficiais Militares Estaduais, diz que a viol�ncia segue uma progress�o. “A pessoa come�a cometendo pequenos delitos e vai piorando, a ponto de n�o ver problema em matar uma v�tima para conseguir o roubo, j� que est� amparada pela impunidade”, afirma o especialista em seguran�a p�blica.
O major Fl�vio Santiago, chefe da Sala de Imprensa da Pol�cia Militar em Minas Gerais, tamb�m entende que a principal quest�o nesse contexto � a impunidade. Ele destaca que a corpora��o chega a prender 30 vezes a mesma pessoa cometendo roubos, o que d� ao criminoso a sensa��o de que pode repetir os delitos. Ele tamb�m destaca que a influ�ncia de drogas pode levar a casos extremos, como a morte de v�timas, e por isso defende maior investimento em pol�ticas p�blicas que busquem recuperar a sa�de de dependentes que acabam cometendo crimes sob efeito de entorpecentes, ou por causa da abstin�ncia deles. “N�o existe uma regra seguida pelos bandidos, mas a experi�ncia da Pol�cia Militar leva a acreditar que na maioria dos casos em que as v�timas reagem o desfecho acaba sendo uma vida ceifada”, afirma o militar, ressaltando que as pessoas devem sempre manter a calma em situa��es de roubo.

Ainda segundo o criminalista, outra situa��o que reflete essa sucess�o de problemas � a presen�a cada vez maior de criminosos “inexperientes” no sistema, que s�o os que tendem a ter rea��es mais agressivas em um momento de nervosismo, que podem acabar resultando em morte.
Para Marcelo Lacerda, marido da vendedora Adriana Maria da Cruz, assassinada sem ter reagido ap�s o roubo de seu carro no estacionamento do Ita�Shopping, � indispens�vel atuar na educa��o dos mais jovens. “� necess�rio um trabalho de conscientiza��o sobre essa parcela da popula��o. Eu coloquei como meta na minha vida a cria��o de uma funda��o com o nome da minha mulher, que fa�a esse trabalho. Como vou viver sem a Adriana? Se querem roubar, que levem o carro, mas n�o tirem uma vida”, desabafa.

Casos de destaque
» 23/5/2012
A estudante B�rbara Quaresma Andrade Neves, de 22 anos, foi morta ao ser abordada dentro do carro, junto com o namorado, na porta da casa dele, no Bairro Cidade Nova, em BH. Um dos tr�s bandidos teria se assustado e atirou na nuca da jovem
» 28/1/2014
O fisioterapeuta e funcion�rio da C�mara de BH Christiano D’Assun��o Cunha, de 34, sa�a de uma academia no Bairro Buritis, em BH, quando foi abordado, j� dentro de seu carro, por um bandido que bateu com um rev�lver no vidro. O ve�culo teria se movimentado e o criminoso deu dois tiros � queima-roupa
» 7/2/2014
O estudante Matheus Salviano Botelho de Morais, de 21, foi assassinado ap�s ter seu carro roubado por tr�s menores no Bairro Gutierrez, em BH. Segundo a Pol�cia Civil, Matheus teria reagido e levou um tiro
» 19/3/2016
O presidente da OAB de Passos, no Sul de Minas, Denis Provenzani de Almeida, de 49 anos, foi assassinado a tiros depois de reagir quando o criminoso pegou o celular de sua filha, que estava em um bar junto com o pai. C�meras de seguran�a flagraram toda a a��o
