
A lista envolve 260 cidades ligadas �s regionais de S�o Jo�o del-Rei, Pouso Alegre, Ub�, Barbacena, Ituiutaba, Belo Horizonte, Varginha e Alfenas (veja arte). A pior situa��o ocorre nas duas primeiras �reas, respons�veis por 75 cidades e com coberturas de 59,9% e 63,57%, respectivamente. Minas iniciou o ano com cobertura vacinal de aproximadamente 50% para febre amarela e desde ent�o foi registrada uma corrida aos postos de sa�de em busca de doses do imunizante.
A situa��o encontrada no estado mostra, segundo o infectologista Estev�o Urbano, integrante da Sociedade Mineira de Infectologia, que nesses locais de baixos n�veis de cobertura a campanha de vacina��o precisa continuar, inclusive com monitoramento constante por parte das secretarias de Sa�de, dos munic�pios e do estado, para que se busquem �ndices mais altos. “At� porque o fato de o surto desde ano estar estancado n�o � sinal de que as autoridades de sa�de n�o precisem mais convocar a popula��o para a vacina, uma vez que foi justamente a baixa cobertura vacinal que levou � alta nos casos em 2017”, afirmou.
Para o especialista, o ideal seria que 100% da popula��o estivesse imunizada, descontando aquelas pessoas que n�o podem tomar a dose por raz�es m�dicas. “Mas, para a maioria das doen�as infecciosas, coberturas vacinais em torno de 80% s�o suficientes para enfrentamento e preven��o de surtos”, disse. Ainda segundo Estev�o Urbano, � preciso reconhecer os avan�os na imuniza��o em Minas e o salto de 50% para 72,81%, mas ele alerta que o trabalho ainda n�o chegou � etapa final. “� preciso continuar a mapear essas cidades que t�m menor ades�o e intensificar as a��es nessas regi�es”, alertou.
Para enfrentamento da doen�a, o Sistema �nico de Sa�de (SUS) oferece gratuitamente a vacina por meio do Calend�rio Nacional de Vacina��o nas unidades b�sicas de sa�de de todo o estado, principalmente para as pessoas que moram ou v�o viajar para �rea rural ou de mata. A vacina fica dispon�vel durante todo o ano e ainda tem sido intensificada em algumas �reas. Nova Lima, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, por exemplo, ter� refor�o.
Ap�s a divulga��o de um resultado preliminar de exame, que constatou a febre amarela como causa da morte de um mico encontrado na regi�o do Vale do Sereno em 9 de mar�o, o munic�pio deu in�cio a uma a��o para ampliar a vacina��o contra a doen�a no local. Desde a �ltima ter�a-feira e at� 2 de junho, um posto vai funcionar na Unidade Vila da Serra, localizada na Alameda Oscar Niemeyer, 288.
No pr�ximo s�bado, das 9h �s 14h, uma equipe da Vigil�ncia em Sa�de percorrer� as resid�ncias dos bairros Jardim da Torre e Vale do Sereno para imunizar moradores. A popula��o das demais regi�es de Nova Lima, que est�o fora do raio de quatro quil�metros considerado como �rea de risco, deve procurar a unidade b�sica de sa�de mais pr�xima de casa para se vacinar. De janeiro a abril deste ano, foram vacinadas 21.443 pessoas contra febre amarela na cidade. O n�mero � 1.060% maior que o mesmo per�odo do ano passado, quando foram vacinadas 1.847 pessoas. Tamb�m � bem superior ao total de 2016, que registrou 6.402 doses aplicadas.
Atualmente, a cobertura vacinal em Nova Lima � de 88,6%, com 73.955 pessoas imunizadas. No in�cio de 2017, esse �ndice era de 62,9% ou 52.512 pessoas vacinadas. Al�m do mico encontrado morto no Vale do Sereno, restos mortais de outros 18 primatas foram recolhidos. Ainda h� an�lises em andamento para 10 carca�as. Seis casos foram encerrados, dois foram descartados por crit�rio laboratorial e o resultado inconclusivo est� sendo aguardado.
Em nota, a Secretaria de Estado de Sa�de (SES) reafirmou que mant�m as estrat�gias de vacina��o, inclusive com distribui��o de doses em munic�pios em �rea end�mica para febre amarela no estado, elevando o percentual de popula��o imunizada. A pasta informou ainda que d� apoio aos munic�pios na investiga��o dos casos e nas a��es de mobiliza��o e controle, al�m de realizar campanhas educativas de mobiliza��o social para elimina��o de criadouros do mosquito Aedes aegypti em munic�pios infestados, visando a evitar a reurbaniza��o da febre amarela.

RECURSOS Na nota, a SES informou ainda que o estado liberou R$ 10,9 milh�es para os munic�pios das regionais de sa�de de Coronel Fabriciano, Governador Valadares e Manhumirim, atingidas pelo surto, para apoio diagn�stico assistencial e laboratorial, assist�ncia farmac�utica e qualifica��o da informa��o de doen�as de interesse epidemiol�gico, entre outras a��es. E que investiu mais R$ 2 milh�es em campanhas e mobiliza��o. Em Minas, segundo a SES, foram aplicadas 5.045.687 doses da vacina entre janeiro e 8 de maio deste ano.
Em Minas, 1.139 casos suspeitos de febre amarela foram notificados este ano, dos quais 427 foram confirmados. Houve exames positivos tamb�m em 151 mortes, enquanto outras 50 permanecem sob investiga��o. No pa�s, at� 11 de maio haviam sido confirmados 756 casos. Ao todo, foram notificadas 3.175 suspeitas, sendo que 622 permanecem em investiga��o e 1.797 foram descartadas. Dos 421 �bitos notificados, 259 (61,5%) foram confirmados, 47 (11,2%) ainda s�o investigados e 115 (27,3%) foram descartados.
Segundo o Minist�rio da Sa�de, a vacina��o de rotina para febre amarela � oferecida em 19 estados com recomenda��o para imuniza��o. Desde o in�cio deste ano, a pasta informa ter enviado doses extras da imuniza��o contra a febre amarela aos estados que est�o registrando casos suspeitos da doen�a, al�m de outros localizados na divisa com �reas que tenham notificado casos.
No total, 24,4 milh�es de doses extras foram enviadas para cinco estados: Minas (7,5 milh�es), S�o Paulo (5,7 milh�es), Esp�rito Santo (3,6 milh�es), Rio de Janeiro (5,3 milh�es) e Bahia (2,2 milh�es). Al�m disso, foram distribu�das desde janeiro 4,3 milh�es doses da vacina de rotina para todas as unidades da federa��o. Outras 853,4 mil doses foram enviadas para intensificar a��es nos outros estados.
Enquanto isso...
...Zika se alastrou depois de muta��o
Cientistas chineses identificaram uma muta��o no v�rus da zika que pode ter sido respons�vel pelo r�pido alastramento da doen�a nas epidemias da Am�rica do Sul (2015/2016) e da Polin�sia Francesa (2013/2014). De acordo com os autores da pesquisa, a altera��o aumenta a secre��o da prote�na NS1, associada ao processo de contamina��o de mosquitos transmissores pelo grupo de v�rus ao qual pertencem os causadores da zika e da dengue. Ao ser lan�ada no organismo do Aedes aegypti, a prote�na ajuda o v�rus a superar as prote��es imunol�gicas do mosquito, possibilitando a infec��o. Com isso, a virose se espalha mais rapidamente. Segundo os autores, a muta��o ocorreu a partir de 2013, o que explicaria o r�pido alastramento do v�rus a partir dessa data.