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Estado de Minas

Moradores de BH s�o os que mais contribuem para a polui��o do Rio das Velhas

Expedi��o conclu�da neste s�bado aponta que o contaminado Ribeir�o Arrudas deixa as �guas do manancial com qualidade ainda pior


postado em 04/06/2017 06:00 / atualizado em 04/06/2017 14:28

O lixo se acumula em trecho próximo à foz do Arrudas(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
O lixo se acumula em trecho pr�ximo � foz do Arrudas (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)
Sabar� e Santa Luzia – Vem de Belo Horizonte a pior e mais vergonhosa contribui��o para o Rio das Velhas. Na forma de uma �gua escura, contaminada principalmente por esgotos e lixo, o Ribeir�o Arrudas, que corta a capital mineira de Oeste a Leste, foi considerado pelas medi��es do Instituto Mineiro de Gest�o das �guas (Igam) como o mais polu�do tribut�rio do Alto Rio das Velhas, um obst�culo qu�mico e biol�gico que foi vencido a duras remadas pela dupla de navegadores de caiaques que fechou ontem a travessia da nascente, em Ouro Preto, at� Santa Luzia, pela expedi��o “Rio das Velhas, Te Quero Vivo”.

A iniciativa busca a revitaliza��o desse manancial, que � a principal fonte de abastecimento da Grande BH e o segundo mais volumoso afluente do Rio S�o Francisco. Hoje, ambientalistas e autoridades se re�nem para sagrar o compromisso pela revitaliza��o, numa manifesta��o que fecha a Semana Nacional do Meio Ambiente, na Pra�a da Liberdade, e que vai terminar com uma caminhada at� o Parque Municipal.

A reportagem do Estado de Minas seguiu os aventureiros desde o dia 29, nesta travessia de 107 quil�metros entre os munic�pios de Belo Horizonte, Itabirito, Nova Lima, Ouro Preto, Raposos, Rio Acima, Sabar� e Santa Luzia. A iniciativa � promovida pelo Comit� Hidrogr�fico do Rio das Velhas (CBH-Rio das Velhas) e pelo Projeto Manuelz�o, de revitaliza��o do Rio das Velhas, numa parceria com as prefeituras dos munic�pios percorridos e apoio da Copasa.

Um dos momentos mais tensos da expedi��o ocorreu ontem, justamente na sa�da de Sabar�, onde mais esgotos se concentram no Rio das Velhas. Um dos remadores, o volunt�rio Erick Sangiorgi, acabou virando o caiaque nas �guas p�tridas e perdendo o remo, precisando de aux�lio da equipe de terra. “Foi um dos piores momentos, at� pela qualidade das �guas poder ser prejudicial � sa�de. Mas ele se recuperou, se lavou e recebeu um remo novo. O problema ali � a baixa profundidade. O caiaque se enroscou num ponto com galhos e virou”, conta Rodrigo De Angelis, que � um dos cano�stas da expedi��o e tamb�m diretor de comunica��o do CBH – Rio das Velhas.

Depois do susto, Erick conta que teve sorte por n�o ter ocorrido a queda num dos piores trechos, assim que o Arrudas encontra o Velhas. “Entrou muita �gua no caiaque, mas n�o era ainda aquela pior polui��o do Arrudas, ent�o deu para me limpar e continuar sem problemas. Se fosse mais adiante seria pior, porque o rio daquele ponto pra frente parece que n�o tem �gua, s� esgoto”, considera.

Expedicionários se preparam para entrar na água em Sabará(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Expedicion�rios se preparam para entrar na �gua em Sabar� (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)
De acordo com a avalia��o do Igam no Resumo Executivo da Qualidade das �guas Superficiais de Minas Gerais de 2016, lan�ado em mar�o, pr�ximo de sua foz, no Rio das Velhas, o Ribeir�o Arrudas apresenta um �ndice de Qualidade das �guas (IQA) de conceito “muito ruim”, o que pode “ser associado, al�m dos lan�amentos de esgotos dom�sticos de Belo Horizonte e Sabar�, tamb�m aos efluentes de ind�strias metal�rgicas, sider�rgicas, qu�micas e t�xtil”.

O monitoramento do Igam identificou na foz do Arrudas e tamb�m nos ribeir�es do On�a e Isidoro os efeitos cr�nicos e agudos da eutrofiza��o, que � o processo de superpopula��o das �guas por micro-organismos, o que leva a uma queda acentuada da disponibilidade de oxig�nio nas �guas, inibindo a prolifera��o dos peixes e da vida aqu�tica. Mais uma vez, o resumo aponta esse desequil�brio como resultado “dos lan�amentos de esgotos dom�sticos e efluentes industriais dos diversificados polos industriais presentes nos munic�pios de Belo Horizonte, Sabar�, Contagem, Baldim e Santa Luzia”.

Assoreamento
As paisagens naturais do Velhas v�o recebendo os mais diversos elementos urbanos justamente no trecho entre Sabar� e Santa Luzia, onde h� canaliza��es, manilhas despejando esgotos e encanamentos em que escorrem efluentes dom�sticos e industriais. O lixo das casas de bairros pr�ximos tamb�m se acumula nas margens, indo invariavelmente parar no leito do Velhas com as chuvas ou quando cede o empilhamento das sacolas pl�sticas de res�duos. Ainda que a qualidade da �gua seja p�ssima e o risco de contra��o de doen�as bacteriol�gicas e virais grande, neste segmento fluvial ainda ocorre extra��o de areia, que acaba sendo vendida a dep�sitos de constru��o em toda a Grande BH.

Um dos piores trechos de assoreamento tamb�m se encontra em Sabar�, onde tr�s pontos do Bairro Borges despejaram entulho de constru��o civil e lixo nas margens, de forma tal que o material desabou e engoliu mais da metade da largura original do Rio das Velhas. Um deles era um aterro que parou de funcionar em 2015, e outros dois s�o deposi��es clandestinas, que foram alvo de den�ncia do EM, em 21 de maio, resultando em multas da Pol�cia Militar do Meio Ambiente.

Enquanto os navegadores enfrentam as �guas perigosas, volunt�rios, ambientalistas e lideran�as do CBH-Rio das Velhas e do Projeto Manuelz�o realizam exposi��es com fotografias de v�rios trechos do rio, exibem amostras da vida aqu�tica, sedimentos e poluentes, chamando a aten��o da popula��o ribeirinha, sobretudo dos estudantes, para a import�ncia da preserva��o do manancial. Alunos chegaram a ter aula sobre a import�ncia do rio bem debaixo da ponte sobre a BR-381, em Capit�o Eduardo, bairro de Belo Horizonte que faz limite com o munic�pio de Sabar�.


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