S�ries de reportagens de profissionais do Estado de Minas conquistaram as primeiras posi��es do 10º Pr�mio D�lio Rocha de Jornalismo de Interesse P�blico. Na categoria reportagem impressa, Marta Vieira Silva e Marinella Castro, com a s�rie de reportagens “Um neg�cio, uma crise”, ficou em primeiro lugar; Luiz Ribeiro dos Santos, com “Grande Sert�o, 60 anos: Veredas em agonia”, em segundo; e T�lio S�vio Cardoso Santos, com “Extremos gerais”, em terceiro. O rep�rter fotogr�fico Leandro Cesar Ribeiro Couri fecha a lista de vencedores do EM, em terceiro lugar na categoria reportagem fotogr�fica, com imagem para a mat�ria “A hist�ria de Minas redescoberta”.
A entrega da premia��o ocorreu na noite de ontem, em evento na C�mara de Dirigentes Lojistas, �s 20h. Ao todo, s�o15 trabalhos de jornalistas premiados em cinco categorias: Impresso, Fotografia, R�dio, Televis�o e Internet. E tr�s de universit�rios, na categoria Estudante de Jornalismo.
A grande vencedora, a s�rie “Um neg�cio, uma crise – Cidades Dependentes”, publicada em fevereiro de 2016 e assinada pela subeditora de Economia do Estado de Minas Marta Vieira e pela rep�rter Marinella Castro, apresentou aos leitores a discuss�o sobre a situa��o de risco enfrentada por dezenas de pequenos munic�pios de Minas Gerais que t�m mais da metade da sua economia, medida pelo Produto Interno Bruto (o PIB, soma da produ��o de bens e servi�os) dependente de um �nico empreendimento ou setor de atividade.
“Receber esse pr�mio foi muito gratificante, porque sou militante na profiss�o h� v�rios anos. � importante o reconhecimento de um trabalho que pensa no leitor desde a pauta. O nosso interesse � abrir os olhos do leitor e mostrar uma realidade que, muitas vezes, est� escondida atr�s dos n�meros da economia que, a princ�pio, s�o muito frios. � importante tamb�m a economia ser reconhecida como uma mat�ria tema de interesse publico e receber esse pr�mio em nome dos colegas que est�o trabalhando muito, se esfor�ando muito para fazer um bom jornalismo. Foi o que eu e a Marinela procuramos fazer desde o desenvolvimento dessa pauta “, disse Marta Vieira.
Na s�rie, foram destacados os munic�pios de Belo Oriente, S�o Gon�alo do Rio Abaixo e Jeceaba, al�m de Mariana, Saramenha, em Ouro Preto, e S�o Jo�o Nepomuceno como exemplos dos graves efeitos das crises dessas economias monoindustriais.
A s�rie “Grande Sert�o, 60 anos: Veredas em agonia” foi publicada pelo EM em novembro. A reportagem seguiu o trajeto do escritor Guimar�es Rosa, passados 60 anos de Grande Sert�o: Veredas, registrando o momento atual da regi�o. O rep�rter Luiz Ribeiro explica que fez um verdadeiro mapeamento das veredas e nascentes e seguiu por mais de 2 mil quil�metros, passando por 11 munic�pios do sert�o mineiro.
“Esse pr�mio vem para coroar um trabalho jornal�stico feito com muito esfor�o, dedica��o e mostrar que a reportagem que e � focada nas pessoas, em grandes hist�rias, continua sendo a vanguarda do jornalismo. Foram tr�s meses de apura��o e um trabalho muito marcante, que mostra a degrada��o das veredas, que no universo de Rosa s�o abundantes em �gua, mas que 60 anos depois do lan�amento de sua obra-prima est�o destru�das pelo desmatamento, assoreamento, queimadas e outras formas de devasta��o. Muito bom coroar o bom jornalismo praticado pelo jornal Estado de Minas, que continua fazendo um trabalho bem-feito e muito dedicado”, destaca o jornalista.
O rep�rter T�lio Santos, na s�rie “Extremos gerais”, publicada tamb�m em novembro, cruzou o estado de Norte a Sul de bicicleta e revelou personagens, hist�rias, contrastes e semelhan�as dos extremos geogr�ficos de Minas. Numa rota tra�ada entre sert�es, cerrado e montanhas que cortam a maior malha vi�ria do pa�s, mostrou a grandeza do estado, que pode ser observada bem mais de perto sobre duas rodas. “Foi uma jornada de 84 dias, percorrendo mais de 1,5 mil quil�metros, o que possibilitou registrar a diversidade geogr�fica e cultural de Minas Gerais”, recordou T�lio Santos.
O rep�rter fotogr�fico Leandro Couri, ao fazer as imagens para mat�ria “A hist�ria de Minas redescoberta”, publicada em 10 de outubro, registrou forma��es rochosas que lembram a imagem de uma caveira, em foto que ganhou destaque na capa do EM. A mat�ria revelava um tesouro esquecido durante quase dois s�culos, reencontrado em Baldim, na Grande BH: a gruta perdida do doutor Lund.
Pai da espeleologia (estudo das cavernas) e da paleontologia (estudo de f�sseis de seres do passado) no Brasil, o dinamarqu�s Peter Lund (1801-1880) foi o descobridor, em cavidades mineiras, de f�sseis de homens e animais pr�-hist�ricos, como a pregui�a-gigante e o tigre-dente-de-sabre. A Lapa da Forquilha, uma das primeiras que explorou, descrita em 1835, foi registrada pelas lentes de Couri. “A foto foi capturada no ponto mais profundo da gruta. A persist�ncia, a determina��o da equipe, a dificuldade t�cnica foram reconhecidas, o que me deixa feliz”, disse.