
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) promete enviar esta semana � C�mara Municipal projeto de lei consolidando a instala��o de camel�s em shoppings populares da capital com subs�dio da administra��o municipal. Hoje termina o prazo para que vendedores irregulares compare�am ao atendimento individual feito em quatro pontos do Parque Municipal, no Centro da capital – apesar de a unidade estar fechada ao p�blico em geral. L�, eles ser�o orientados sobre cursos de qualifica��o profissional, oportunidades de inclus�o social e produtiva e podem ainda escolher onde t�m mais interesse em trabalhar, se em shoppings ou feiras. Mais da metade dos ambulantes cadastrados s�o esperados no �ltimo dia da a��o.
Al�m de receber orienta��es e tirar d�vidas, os camel�s est�o sendo formalmente notificados de que foram informados sobre as v�rias possibilidades. Isso porque, at� o fim deste m�s, eles devem deixar as ruas do Hipercentro de BH, conforme ressaltou ontem a secret�ria Municipal de Servi�os Urbanos, Maria Fernandes Caldas. Dos 1.137 ilegais cadastrados pela PBH, 500 procuraram o servi�o nos dois primeiros dias. Outros 361 que n�o estavam no levantamento da prefeitura tamb�m apareceram, interessados em se informar sobre as oportunidades, criadas como parte do plano de a��o anunciado em mar�o. As interven��es foram formalizadas por meio de decreto na semana passada, com propostas para acabar com a prolifera��o e atua��o dos camel�s nessa regi�o da cidade.
No in�cio de julho ser�o publicados tamb�m os editais para vagas em novas feiras em todas as regionais da cidade – para com�rcio de plantas e flores, antiguidades, livros e peri�dicos, artes pl�sticas e artesanato, al�m de comidas e bebidas. Outro edital vai ofertar 160 vagas para feiras livres que ocorrem semanalmente em v�rios pontos de BH. Tudo isso em meio � expectativa de a C�mara aprovar o projeto de lei que prop�e opera��o urbana por meio da qual a prefeitura vai subsidiar parte do aluguel dos comerciantes nos shoppings populares – passado o per�odo previsto pela prefeitura, eles v�o parar de pagar a taxa mensal de R$ 30 e entrar na nova condi��o. “Muitos camel�s t�m medo de shopping popular, porque no passado o aluguel era livre negocia��o entre eles e os donos desses espa�os”, lembra Maria Caldas.
Por isso, a exig�ncia para o neg�cio � que os empres�rios reduzam em um ter�o o valor m�dio do aluguel praticado atualmente. A prefeitura vai dividir com os camel�s os dois ter�os restantes, durante cinco anos, per�odo em que a administra��o municipal far� a gest�o produtiva do trabalho dos ambulantes. O camel� que desistir ter� a vaga devolvida ao programa. Inicialmente, a PBH entra com 95% do valor e o comerciante com 5%. A propor��o vai se invertendo ao longo do quinqu�nio e, no fim do per�odo, ele ter� de arcar com 100% do aluguel.
EXPECTATIVA O novo modelo agradou o t�cnico em el�trica Tiago Silva, de 33 anos, que trabalha nas ruas h� 20 anos “entre idas e vindas e sempre que a crise fala mais alto”, vendendo bijuterias e at� �gua nos sinais de tr�nsito. No in�cio dos anos 2000, quando os ambulantes foram retirados das ruas e levados para shoppings populares, ele n�o foi sorteado para uma vaga. Agora, se inscreveu para os cursos de inform�tica, culin�ria e administra��o, esperando oportunidade de ir para um centro de com�rcio popular. “Todas as op��es me agradaram. Espero que ponham realmente em pr�tica essas ofertas”, disse.
Tamb�m camel�, Alexandre Nilo de Oliveira, de 37, segue of�cio de fam�lia h� 10 anos. O pai tamb�m era ambulante e tinha um box no shopping Caet�s at� morrer. Inscrito nos cursos de l�nguas e inform�tica, tamb�m espera uma vaga em um shopping ou feira. “Achei �tima a proposta de sair da rua e ir para um lugar seguro, onde n�o haver� briga para montar barraca nem precisarei correr da pol�cia. � uma chance que dar� a oportunidade de eu crescer no meu neg�cio.”