“Estamos aterrorizados e inseguros”, afirma Benedito Pereira Souza, comerciante que mora ao lado do banco atacado pelos bandidos, no Centro de Gr�o Mogol. Passado mais de um m�s da a��o criminosa, a ag�ncia continua fechada, aguardando a conclus�o da reforma e sem previs�o para voltar a funcionar. Isso causou um grande preju�zo ao com�rcio local, j� que o Banco do Brasil � o principal respons�vel pelos pagamentos a aposentados e servidores p�blicos, que movimentam a economia da cidade. Os saques foram transferidos para as vizinhas Crist�lia, Francisco S� e Salinas. “O com�rcio teve queda quase de 80%. As pessoas v�o para outra cidade para receber os pagamentos e l� fazem as compras”, lamenta Benedito Pereira.
ALVO F�CIL A situa��o de medo e o pavor provocados por assaltantes de bancos entre pessoas que antes levavam uma vida tranquila se repete em outras cidades do Norte de Minas. Pequenas cidades da regi�o viraram alvo das quadrilhas especializadas nos ataques �s ag�ncias banc�rias, que se aproveitam de efetivos policiais reduzidos e o fato de estarem pr�ximo �s divisas com a Bahia, o que facilita fugas.
Conforme balan�o da Pol�cia Militar, em 2016 foram 21 ataques a ag�ncias banc�rias e bancos postais no Norte do estado. Neste ano, j� foram 12 ocorr�ncias na regi�o. A �ltima na madrugada de ter�a-feira, em Matias Cardoso, onde um bando armado explodiu o pr�dio e levou o cofre da ag�ncia do Bradesco. Os marginais cercaram as casas dos policiais militares. Antes da fuga, ainda fizeram disparos contra a sede do pelot�o da PM.
EXPLOS�ES A a��o dos criminosos em Gr�o Mogol foi parecida com a de Matias Cardoso. Conforme a PM, eles estavam em dois carros. Alguns homens armados fizeram vig�lia em frente �s casas dos PMs que moram na cidade. Outra parte da quadrilha entrou na ag�ncia e foi direto para local onde ficava o cofre do banco, no fundo de um pr�dio hist�rico. Fizeram pelo menos seis explos�es para arrombar o cofre. A��o durou 50 minutos.
O operador de m�quinas Sebasti�o de Oliveira diz que a popula��o da cidade foi surpreendida com o ataque a ag�ncia do Banco do Brasil. “O povo nunca imaginava uma a��o criminosa dessa aqui. Foi realmente uma surpresa para os moradores, que sempre viveram com as portas e janelas das casas abertas e tamb�m costuma deixar os vidros dos carros abertos”, comenta.
REFOR�O O comando 11ª Regi�o da PM de Montes Claros, que responde pelo Norte de Minas, informou que investe em a��es para diminuir a a��o das quadrilhas que atacam as ag�ncias banc�rias nos pequenos munic�pios, com o refor�o dos efetivos e melhoria das instala��es dos quart�is e “investimentos na capacita��o t�cnica dos policiais militares, com treinamento para uso de armamento mais pesado, por meio do credenciamento para utiliza��o de fuzis”, al�m da entrega de mais viaturas. Outra a��o � o investimento na �rea de intelig�ncia.
Ataque em S�o Gotardo completa uma d�cada
Em janeiro de 2007, um grupo de 15 criminosos assaltou duas ag�ncias banc�rias em S�o Gotardo, no Alto Parana�ba, Regi�o Noroeste de Minas. A quadrilha, armada com fuzis e metralhadoras, fugiu em dois ve�culos. Na fuga, moradores foram feitos ref�ns e houve tiroteio. Um juiz, um delegado da cidade de Carmo do Parana�ba, e dois policiais militares que estavam em uma viatura ficaram sob o poder dos bandidos. Dois militares foram baleados. Um deles, o cabo Vandeck da Costa Silva, morreu com um tiro de fuzil na cabe�a. O crime provocou revolta na popula��o e nos colegas de farda (D). Na �poca, a Pol�cia Civil montou uma opera��o batizada em homenagem ao policial militar morto. As investiga��es se prolongaram por tr�s anos e resultou na pris�o de cerca de 50 criminosos. O encerramento ocorreu em 2009, com a pris�o de “Jo�o de Goi�nia”, junto com a metralhadora .50, usada nos assaltos. No mesmo do ataque em S�o Gotardo, outras duas ag�ncias banc�rias foram assaltadas em duas cidades do interior de Minas.