(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Artistas nacionais e internacionais come�am a grafitar pr�dios no Centro de BH

O concreto cinza da lateral de edif�cios do Centro come�ou a ser pintado ontem por quatro equipes convidadas a desenhar murais, em projeto de resgate da arte urbana na capital


postado em 27/07/2017 06:00 / atualizado em 27/07/2017 08:54

Equipe no Tapajós: 'Serão cerca de 300 litros de tinta e mais 200 latas de spray', antecipa Tereza Dequinta(foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Equipe no Tapaj�s: 'Ser�o cerca de 300 litros de tinta e mais 200 latas de spray', antecipa Tereza Dequinta (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)

Andaimes prontos nas alturas, capacete afivelado e sprays na m�o para cumprir uma miss�o: cobrir o c�u com cores e transformar a paisagem da capital mineira. Ontem, come�aram os trabalhos de colorir as paredes cinzas de concreto, as “empenas”, de quatro pr�dios na Regi�o Central da capital mineira. Resgatando a trajet�ria da arte urbana na cidade, a partida do primeiro festival de pintura em edif�cios, que vai at� 6 de agosto em Belo Horizontes, foi dada ontem por cinco artistas nacionais e internacionais com experi�ncia em murais em grande escala.

“O primeiro dia � como se fosse o primeiro dia de aula. Todo mundo se ambientando. E � o momento de entender as paredes e come�ar a riscagem dos desenhos”, afirma Jana�na Macruz, uma das idealizadoras do projeto. A ideia de fazer as pinturas simult�neas das quatro empenas em BH surgiu pelo olhar da artista visual Priscila Amoni e das produtoras Juliana Flores e Jana�na Macruz. Elas n�o avistavam apenas paredes cinzentas sem gra�a, mas telas que aguardam desenhos. Ao sonhar que a capital se torne refer�ncia internacional no conceito de artes urbanas, o trio concebeu o Circuito Urbano de Arte (Cura). Segundo Jana�na, os pr�dios foram mapeados a partir da vista da Rua Sapuca�, onde estar� o mirante. “O nosso intuito � transformar o mirante da Sapuca� em mirante de arte. Diferentemente dos outros festivais, escolhemos os edif�cios para que eles possam ser visualizados de um mesmo ponto da cidade. Ao todo, o projeto demorou cerca de um ano para ser elaborado”, contou Jana�na.

As dimens�es chegam a 50 metros de altura e 37m de largura. Cada artista ter� 12 dias para cumprir o desafio. O Cura ter� dois artistas de Belo Horizonte, Thiago Mazza e Priscila Amoni; a equipe do Acidum Project, de Fortaleza, formada por Tereza Dequinta e Rob�zio Marqs; e a artista espanhola Marina Capdevilla. Na ter�a-feira, a dupla Acidum Project aterrizou na capital mineira pela primeira vez para come�ar os trabalhos no Edif�cio Rio Tapaj�s, na Rua da Bahia, 325. “Essa vai ser uma das maiores telas que a gente vai pintar. � um desafio. J� temos um desenho, bem colorido, mas algumas coisas podem mudar no percurso. Ser�o cerca de 300 litros de tinta e mais 200 latas de spray”, antecipa a artista Tereza Dequinta. As a��es do coletivo t�m como caracter�stica seu repert�rio de seres obscuros, propagandas insanas, lendas urbanas, grafias desordenadas e cen�rios entorpecedores. Sobre o desenho da vez, a dupla ainda mant�m segredo, mas afirma que acredita que possa ser finalizado em 10 dias.

O pr�dio tem 13 andares e se volta para a Pra�a da Esta��o. Ao chegar ao telhado, a altura j� d� aquele frio na barriga. Com todos os equipamentos de seguran�a, o andaime come�a a descer com a dupla e uma equipe de apoio. “A altura � o que menos me preocupa”, riu Rob�zio. Ele afirma que fazer as propor��es do desenho � o mais desafiador.


Veja a programa��o completa do Circuito no Facebook


Moradora do Edif�cio Rio Tapaj�s h� 26 anos, a artista e professora Sylvia de Paula, de 52 anos, decidiu conferir de perto o in�cio dos trabalhos dos artistas. Ainda no in�cio da manh�, ela fez uma visita aos grafiteiros nos telhados do seu pr�dio. “Quando recebemos a proposta, quis saber quem eram os grafiteiros. � aquele sentimento de m�e: ‘Quem vai pintar o meu pr�dio? Ser� qualquer pessoa?’ Foi ent�o que eu pesquisei sobre o coletivo. O projeto � muito legal. O grafite vai desacinzentar a nossa cidade. Quando eu olho para a janela, s� vejo cinza. O projeto promete humanizar Belo Horizonte”, afirma a moradora. Ela conta que o projeto foi muito bem recebido pelos cond�minos do pr�dio e que est� ansiosa para ver o resultado final dia 6. “Vou registrar tudo”, afirma.

Do telhado do pr�dio de Sylvia � poss�vel observar o outro grupo de aristas come�ando a dar cor ao pr�dio vizinho: Edif�cio Sat�lite, na Rua da Bahia, 478. L�, o grafiteiro Thiago Mazza realiza o sonho de pintar uma grande tela em sua cidade natal. “A maior tela que eu pintei tinha 17 metros, aqui tenho 40. Fazer esse trabalho na minha cidade � uma grande realiza��o. Por isso, vou fazer algo bem regional. Vai dar uma mexida no Centro”, promete Thiago. Segundo o artista, o fato de a interven��o ocorrer no Hipercentro � in�dito nesse tipo de festival. “A maioria n�o consegue fazer um festival no Centro, mas n�s sim. Vamos mudar a forma de andar por aqui”, comemorou Thiago.

A execu��o do trabalho poder� ser acompanhada durante todo o festival a partir da Rua Sapuca�. O evento ter� um bar provis�rio na via para que as pessoas observem as pinturas e uma programa��o cultural extensa com mesas de debate, festas, feira de arte, proje��es de filme e visita guiada pelos murais de Belo Horizonte. A programa��o para a noite de ontem inclu�a sess�o do Cine Garagem, com exibi��o de dois filmes sobre a cultura de rua. Hoje, ocorrer� o Flashtattoo, al�m de uma roda de conversa sobre a hist�ria do grafite em Belo Horizonte.

Circuito Cura


» EDIF�CIO RIO TAPAJ�S
Onde: Rua da Bahia, 325, Centro
Artistas: Acidum Project (Tereza Dequinta e Rob�zio Marqs)

» EDIF�CIO SAT�LITE
Onde: Rua da Bahia, 478, Centro
Artista: Thiago Mazza

» EDIF�CIO TRIANON
Onde: Rua da Bahia, 905, Centro
Artista: Marina Capdevilla

» HOTEL RIO JORD�O
Onde: Rua Rio de Janeiro, 147, Centro
Artista: Priscila Amoni

Grafiteiros dão a partida nos trabalhos no Edifício Satélite, uma tela de 40m: 'Vai dar uma mexida no Centro', promete Thiago Mazza, de BH(foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Grafiteiros d�o a partida nos trabalhos no Edif�cio Sat�lite, uma tela de 40m: 'Vai dar uma mexida no Centro', promete Thiago Mazza, de BH (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)

O eterno retorno


Engana-se quem pensa que a arte nas laterais dos pr�dios � novidade na capital mineira. Uma pesquisa feita pelo Cura revela que as telas surgiram na d�cada de 1990 nas empenas de mais de 10 pr�dios do Centro de BH. Por�m, a maioria delas foi apagada ou est� muito deteriorada. “O pioneiro dos murais gigantes em BH foi o franc�s Hugues Desmazi�res, que se mudou para a capital mineira e pintou a fachada de sete pr�dios no Centro da cidade. Tudo por conta pr�pria”, afirma uma das idealizadoras do projeto Jana�na Macruz. Os murais brincavam com ilus�es de �tica e perspectivas inusitadas. “A pintura de Tiradentes, por exemplo, est� na mem�ria de todo mundo. Quando eu era crian�a, passava por ali e sempre a observava. Hoje, s� vejo uma parede cinza”, completa. A imagem de Tiradentes, at� dezembro de 2014, coloriu o pr�dio que fica no n�mero 39 da Rua Rio de Janeiro.

V�deo do Cura relembra pinturas no Centro de BH


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)