
Em nota coletiva de rep�dio postada em uma rede social pelo diret�rio acad�mico da Escola de Arquitetura (EAD) da UFMG, os estudantes consideram que o projeto “incorpora a senzala e refor�a os moldes de domina��o em pleno s�culo 21”. O trabalho foi proposto pelo professor Ot�vio Curtiss.
Segundo a postagem, o trabalho previa que os alunos deveriam se reunir em duplas para fazer estudo preliminar e anteprojeto de uma resid�ncia de 800 metros quadrados em um terreno de 4 mil metros quadrados no condom�nio no Vale dos Cristais, em Nova Lima (Grande BH). O projeto do im�vel, com cinco su�tes, inclu�a �rea de servi�o com cozinha, lavanderia, despensa, dep�sito, c�modos t�cnicos e quartos e banheiros para oito empregados. Para estudantes, o caso ilustra como “a estrutura escravocrata ainda segue presente no cotidiano brasileiro.”
“Como discutido em diversas disciplinas na EAD-UFMG, o quarto de empregada, por exemplo, tem como origem a segrega��o escravista. Ele surge como uma solu��o para separar empregados e patr�es que permaneceram vivendo juntos ap�s a aboli��o, em 1888”, diz trecho da nota de rep�dio.
“Com o crescimento das cidades e a verticaliza��o urbana, as novas solu��es de moradia mantiveram solu��es arquitet�nicas que perpetuam a separa��o entre patr�es e empregados", prossegue o texto. Na nota, os alunos pedem o cancelamento da proposta da disciplina por considerar que perpetua o racismo.
Contatado pelo em.com.br, o professor Ot�vio Curtiss se manifestou por e-mail. “N�o tenho interesse em entrar nessa quest�o. Os alunos n�o s�o obrigados a cursar essa disciplina para obterem o grau de arquitetos.” Procurada, a assessoria de imprensa da UFMG informou que a Escola de Arquitetura deveria falar sobre o caso. A diretoria da escola, por sua vez, informou que aguarda o departamento e o colegiado se manifestarem para se posicionar sobre o caso.
Leia na �ntegra a carta dos alunos: