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Estado de Minas

Copasa anuncia investimento de R$ 530 milh�es para o Rio das Velhas

Respons�vel por matar a sede de 60% da Grande BH e castigado por s�culos de agress�es e polui��o, manancial tem expectativa de investimento de R$ 530 milh�es em remo��o de esgotos


postado em 30/08/2017 06:00 / atualizado em 30/08/2017 07:26

Bancos de areia denunciam a degradação do rio na Região Metropolitana de BH, que é também a responsável pela maior contaminação por poluentes (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Bancos de areia denunciam a degrada��o do rio na Regi�o Metropolitana de BH, que � tamb�m a respons�vel pela maior contamina��o por poluentes (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Castigado por anos de superexplora��o e lan�amento de poluentes, mas ainda assim respons�vel por 60% do abastecimento de �gua na Grande Belo Horizonte, o Rio das Velhas ganha uma esperan�a de recupera��o. Nos pr�ximos cinco anos, a Copasa deve investir R$ 530 milh�es na amplia��o da coleta, intercepta��o e tratamento de esgoto nos munic�pios presentes na bacia. Atualmente, dos aproximadamente 5 mil litros por segundo de efluentes coletados pela concession�ria nessas cidades, de 600 a 700 litros por segundo s�o despejados no leito.


A Copasa assumiu o compromisso com o investimento ao assinar o termo de ades�o ao programa Revitaliza Rio das Velhas, ontem, na 97ª reuni�o plen�ria do Comit� da Bacia Hidrogr�fica (CBH). Na pr�tica, o documento � um desdobramento da carta de compromissos assinada em junho passado por representantes do governo estadual, munic�pios da �rea de influ�ncia do curso d’�gua e representantes do comit�.

O Velhas nasce em Ouro Preto e des�gua, no munic�pio de V�rzea da Palma, no Rio S�o Francisco, sendo seu maior afluente em extens�o. Pelo caminho, corta 51 cidades mineiras. Segundo o comit�, a popula��o da bacia � estimada em mais de 4,4 milh�es de habitantes, considerando dados do IBGE de 2000. A Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte ocupa apenas 10% da �rea territorial, mas concentra mais de 70% de toda a popula��o, com processo de urbaniza��o avan�ado, al�m de atividades industriais. Por isso, � a �rea que mais contribui com a degrada��o das �guas.

Pelo plano da Copasa, os R$ 530 milh�es ser�o distribu�dos entre 17 projetos. O que receber� o maior valor, no total de R$ 145 milh�es, vai abranger as cidades de Capim Branco, Matozinhos, Pedro Leopoldo, Ribeir�o das Neves, S�o Jos� da Lapa e Vespasiano, todas na Grande BH. Trata-se da “amplia��o do sistema de esgotamento sanit�rio composto de redes coletoras interceptoras, esta��es elevat�rias e liga��es prediais de esgoto, programa ca�a-esgotos, al�m da implanta��o da Esta��o de Tratamento de Esgotos de Ribeir�o das Neves”. O segundo maior valor (R$ 141 milh�es), que tamb�m ser� destinado � amplia��o do sistema de esgotamento, vai abranger Belo Horizonte e Contagem.

“Se a gente n�o preservar nascentes e afluentes e se n�o fizermos uso sustent�vel do solo, n�o vamos ter �gua em quantidade. Paralelamente a isso, temos de limpar a �gua de nossos rios. Temos de ter a responsabilidade de n�o jogar no leito lixo dom�stico e muito menos efluente industrial, de minera��o. Cada gota faz diferen�a, e temos de preservar a qualidade para a gente continuar existindo aqui na bacia”, alertou o presidente do CBH Velhas, Marcus Vin�cius Polignano.

Ele adiantou que a entidade vai atr�s tanto das prefeituras cortadas pelo rio quanto de empresas privadas, para que todos contribuam com a recupera��o e a preserva��o da bacia. “Queremos o apoio das prefeituras. Queremos ir atr�s do setor privado, para que assuma sua responsabilidade na preserva��o dos recursos h�dricos. Sem �gua n�o tem ecologia nem economia. Isso � o primeiro passo para construirmos uma parceria de qualidade. A revitaliza��o s� tem porta de entrada”, acrescentou Polignano.

O diretor de Opera��o Metropolitana da Copasa, R�mulo Perilli, destacou que a concession�ria de �gua e esgoto � grande interessada na recupera��o da bacia. “Como um dos atores que usam o rio, a empresa tem a obriga��o de participar do projeto. O Velhas � fundamental para o abastecimento. Por outro lado, o rio serve para receber o esgoto tratado. Temos de aprimorar o esgoto tratado”, afirmou.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


ESTADO DE ALERTA Enquanto aguarda os planos de recupera��o, o Rio das Velhas sofre com o baixo n�vel do leito, causado pela estiagem e, entre outros motivos, pela retirada clandestina de �gua. Entre os dias 1º e 28 deste m�s, �ltimo dado divulgado pela Copasa, a vaz�o na esta��o de Hon�rio Bicalho, na �rea rural de Nova Lima, ficou em n�veis cr�ticos. No local, onde � feita a capta��o da �gua usada pela concession�ria como principal fonte de abastecimento da Grande BH, o volume esteve durante 25 dias abaixo de 10 metros c�bicos por segundo (veja gr�fico).

Em linguajar t�cnico, essa vaz�o est� abaixo do �ndice chamado Q7,10, que equivale � taxa m�nima durante sete dias consecutivos, em um per�odo de 10 anos. Segundo a Delibera��o Normativa 49/2015, do Conselho Estadual de Recursos H�dricos, a situa��o configura estado de alerta e situa��o de escassez de �gua. O coeficiente em quest�o � usado como refer�ncia para concess�o de outorgas e defini��o da situa��o h�drica no estado.

Se as medi��es ca�rem abaixo da barreira de 70% da Q7,10 (o que no Rio das Velhas equivale a 7,17 metros c�bicos por segundo) por um per�odo consecutivo de sete dias, o curso d’�gua entra em estado de restri��o de uso, o que obrigaria a Copasa a cortar imediata e obrigatoriamente 20% da �gua que capta do rio para abastecimento humano.  Preventivamente, por acordo com o comit�, a concession�ria reduziu neste m�s sua capta��o, de 6,5 metros c�bicos por segundo para 5,5 metros c�bicos por segundo.

Apesar da situa��o cr�tica no Rio das Velhas, o diretor de Opera��o Metropolitana da Copasa refor�ou que a concession�ria n�o adotar� racionamento ou rod�zio no abastecimento de �gua. “Apesar de o volume (de chuva) nesta �poca ser inferior ao de 2014 (pior ano da estiagem nesta d�cada), a Copasa garante que n�o teremos racionamento ou rod�zio.” Para isso, a empresa conta com �guas captadas no Rio Paraopeba, em Brumadinho, Grande BH, gra�as a obra inaugurada em dezembro de 2015.

 

An�lise da not�cia

 

Marco para a vida

O Rio das Velhas faz parte da hist�ria de Minas Gerais. Foi um dos caminhos usados pelos desbravadores para avan�ar pelo ent�o in�spito sert�o mineiro, no fim do s�culo 17, e fundar vilas que se transformaram em cidades. O leito teve grande participa��o no desenvolvimento da economia do estado, tanto quando Minas ainda fazia parte da prov�ncia de S�o Paulo quanto ap�s 1720, ano em que houve o desmembramento dos territ�rios. Teve contribui��o imensur�vel nos ciclos do ouro e do diamante. N�o apenas por sua import�ncia hist�rica, mas tamb�m por quest�es ambientais e at� mesmo de sobreviv�ncia humana ao longo da bacia � ineg�vel a necessidade de o curso ser revitalizado e preservado. Tanto pela sociedade quanto pelo poder p�blico e a iniciativa privada. (PHL)


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