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Estado de Minas

Tiroteios entre gangues espalham novamente clima de inseguran�a no Aglomerado da Serra

Ap�s a onda de medo em julho, aglomerado da Zona Sul de BH soma cinco dias sem tr�gua de guerra entre gangues rivais. PM garante refor�o e diz que situa��o est� sob controle, mas vizinhos e moradores est�o alarmados. Servi�os p�blicos sofrem efeitos do clima de inseguran�a


postado em 01/09/2017 06:00 / atualizado em 01/09/2017 07:33

Policiamento foi intensificado nesta semana, que começou com assassinato de adolescente de 16 anos na comunidade(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Policiamento foi intensificado nesta semana, que come�ou com assassinato de adolescente de 16 anos na comunidade (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Depois de uma tr�gua que n�o chegou a ser longa o suficiente para dar paz a vizinhos do Aglomerado da Serra, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, e aos pr�prios moradores da comunidade, a guerra entre gangues rivais voltou com for�a e j� dura cinco dias, desta vez com v�timas. Se no fim de julho as trocas de tiros semearam p�nico, com casos de balas perdidas como a que acertou a janela de um apartamento pr�ximo, desta vez os enfrentamentos j� deixaram um adolescente de 16 anos morto e uma jovem de 18 ferida e com a cabe�a raspada, depois de uma sess�o de tortura promovida por integrantes de um dos grupos em conflito. Como resultado do clima de inseguran�a que voltou a se instalar na regi�o, pais de alunos de duas escolas infantis da prefeitura chegaram a buscar crian�as antes do encerramento das aulas, com medo de boatos que se espalham feito rastilho de p�lvora, seja boca a boca, seja em grupos de WhatsApp. O servi�o de sa�de tamb�m foi afetado.

Como resposta, a Pol�cia Militar garante ter intensificado o policiamento nos becos do aglomerado. Segundo a corpora��o, os criminosos fazem uma esp�cie de terror psicol�gico, disseminando mensagens pelo aplicativo para celulares, o que faz muitas pessoas tomarem boatos como verdade, a partir do momento em que a informa��o � reproduzida em larga escala no aglomerado. A corpora��o garante que n�o tolera esse tipo de intimida��o e destaca a pris�o de oito pessoas no caso da jovem torturada, todas elas ligados a uma das gangues da regi�o.

A nova onda de pavor no aglomerado ganhou for�a a partir do �ltimo domingo, quando um jovem de 16 anos foi assassinado em meio a um tiroteio entre integrantes de duas gangues rivais. Elas ocupam a Vila Nossa Senhora da Concei��o, popularmente conhecida como Del Rey, e a Vila Aparecida, que leva o apelido de Pau Comeu. As duas comunidades s�o divididas pelas ruas Cabr�lia e Coronel Jorge Davis.

Segundo o tenente Mauro L�cio da Silva, comandante do Grupo Especializado de Policiamento em �reas de Risco (Gepar) que atua no Aglomerado da Serra, no dia da morte do adolescente integrantes do primeiro grupo entraram na �rea dos rivais e iniciaram os tiros. Bruno Henrique Valeriano da Silva, de 16 anos, que tinha passagens na pol�cia por tr�fico de drogas, levou tr�s tiros na cabe�a, tr�s na perna direita e um na perna esquerda. Ningu�m chegou a ser preso. Dois dias depois, na ter�a-feira, moradores da regi�o relataram que o clima ficou tenso durante o vel�rio do jovem e por isso surgiram amea�as de novos confrontos.

A situa��o motivou a presen�a de pais na porta da Unidade Municipal de Ensino Infantil (Umei) Vila Concei��o, segundo uma funcion�ria do local que n�o quis se identificar. Muitos queriam levar os filhos mais cedo para casa, antes do encerramento do turno da tarde. No dia seguinte, nova amea�a de confronto se espalhou pela internet e foi reproduzida em grupos de WhatsApp, desta vez como uma esp�cie de toque de recolher, situa��o que foi negada pela PM.

O �ltimo alarme foi disparado pela tortura praticada contra a jovem de 18 anos agredida no aglomerado na quarta-feira. Ela foi v�tima de v�rias agress�es, socos e chutes, al�m de ter a cabe�a raspada. A mulher, que n�o teve a identidade divulgada, foi resgatada por policiais e levada consciente para uma unidade de pronto-atendimento (UPA). “Imediatamente, fizemos uma opera��o conjunta entre o Gepar e nossa companhia T�tico M�vel, e prendemos oito pessoas, al�m de apreender uma arma e drogas”, afirma o tenente Mauro L�cio. Segundo o militar, a jovem seria usu�ria de drogas, moradora da Vila Aparecida (Pau Comeu) e, por transitar entre as �reas das duas comunidades rivais, teria sido “punida” pela gangue da �rea em que vivia.

O epis�dio reacendeu o clima de tens�o entre os moradores da comunidade. “Falaram que ia come�ar �s 18h o tiroteio. Meu sobrinho nem foi para a aula”, diz uma funcion�ria do Centro de Sa�de Padre Tarc�sio. Na Umei Cafezal, escola infantil que tamb�m fica pr�xima, outro funcion�rio confirmou a presen�a de pais e m�es na quarta-feira, pegando os filhos antes das 17h15, hor�rio em que as aulas terminam. “Eles escutam as coisas e ficam com medo. S� conseguem pensar que todo cuidado � pouco”, contou.

O medo que impera nas comunidades extrapola os limites do aglomerado e preocupa quem vive em bairros vizinhos. Uma das moradoras da parte mais alta da Rua Pouso Alto, no Bairro S�o Lucas, disse que escutou tiros nesta semana que pareciam disparados por uma metralhadora. “A possibilidade de uma bala perdida nos acertar � muito preocupante. Eu mesma cheguei a pensar em me mudar, mas como meu apartamento � muito bom, dificilmente vou encontrar outro igual nas mesmas condi��es. Por�m, a gente tem que avaliar continuamente a situa��o. Dependendo do ponto em que chegar, n�o d� nem para passear com o cachorro”, afirma.

REFOR�O POLICIAL O tenente-coronel Webster Wadim, que comanda o 22º Batalh�o da PM, diz que a situa��o na Serra n�o fugiu ao controle da Pol�cia Militar, e garante refor�os de outras unidades na regi�o. Al�m da presen�a do Gepar 24 horas por dia, o que j� � normal, conforme o militar, est�o prontos para atuar o T�tico M�vel, demais unidades do 22º BPM e tamb�m batalh�es especializados, como Choque, Rotam e Opera��es Policiais Especiais (Bope). “Acredito que, com esse aporte maior, a situa��o seja bem controlada, como tem sido nos �ltimos tempos. Apenas no ano passado e s� na Serra foram mais de 200 armas apreendidas; este ano, mais de 80. Apesar dos problemas em nossa legisla��o, falta de cadeia para os presos e repet�ncia dos criminosos, n�s n�o nos abatemos e continuamos a atuar”, afirmou.

O comandante tamb�m destaca que o Gepar que atua no aglomerado tem agido nos momentos de dissemina��o de informa��es pelo WhatsApp, para tranquilizar moradores das comunidades. “N�o existe toque de recolher e nosso grupo especializado ajuda a desmistificar esses boatos”, garante. Por fim, o tenente-coronel destaca a atua��o em seguida ao caso da jovem torturada, para prender oito criminosos ligados � gangue do Pau Comeu, como forma de levar a paz � comunidade.

Posto fecha mais cedo


Apesar das garantias da Pol�cia Militar, consultada pelo Estado de Minas sobre a situa��o dos servi�os p�blicos no Aglomerado da Serra a Secretaria Municipal de Sa�de informou que, devido ao quadro de viol�ncia, entre segunda e quarta-feira o Centro de Sa�de Nossa Senhora Aparecida fechou uma hora mais cedo, �s 17h, para garantir a seguran�a de usu�rios e trabalhadores. J� o Centro de Sa�de Padre Tarc�sio tem funcionado normalmente, contando com a presen�a da Guarda Municipal todos os dias e com o patrulhamento da PM.

Embora funcion�rios relatem o quadro de medo por parte de pais de alunos, a Secretaria Municipal de Educa��o informou que n�o houve necessidade de suspens�o das aulas em unidades da regi�o. A pasta informou que tem se articulado para garantir o apoio da Pol�cia Militar e da Guarda Municipal na proximidade das escolas, de modo a evitar transtornos na rotina da comunidade escolar.


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