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Estado de Minas

Explos�o em ag�ncia banc�ria de Pitangui destr�i acervo de livros raros

No mesmo pr�dio do banco funciona tamb�m a sede do Instituto Hist�rico de Pitangui (IHP). Tamanho do acervo hist�rico atingido ainda � avaliado


postado em 05/09/2017 06:00 / atualizado em 05/09/2017 07:33

O ataque de uma quadrilha � ag�ncia do Banco do Brasil na madrugada de ontem em Pitangui, no Centro-Oeste, n�o levou apenas p�nico � s�tima cidade mais antiga em Minas, fundada em 1715 e com cerca de 30 mil moradores. As labaredas causadas pela explos�o do cofre destru�ram um acervo de livros raros, datados do s�culo 19, e podem ter afetado o maior acervo de processos conhecidos como “a��es das almas”, com mais de 1 mil documentos. O total do acervo atingido ainda � avaliado.

A ag�ncia funciona no mesmo pr�dio da sede do Instituto Hist�rico de Pitangui (IHP). O banco ocupava o primeiro pavimento, onde tamb�m estava a biblioteca – as entradas s�o independentes. J� o acervo com a��es das almas est� guardado em estantes no terceiro e �ltimo andar. H� o receio de que a fuma�a e o calor tenham danificado o material.

Pitangui tem o maior acervo de a��es das almas no estado. Trata-se de documentos que contam a hist�ria do Brasil nas �pocas da col�nia e do imp�rio. Na pr�tica, como n�o havia moedas em abund�ncia em um passado em que a Igreja tinha decis�o junto � fam�lia real, compradores davam a palavra de que iriam pagar pela compra de terras, produtos ou servi�os.

Por�m, caso o pagamento n�o ocorresse, o credor ajuizava uma a��o na Justi�a em que o devedor prometia, perante o juiz, que cedia sua alma em garantia. Em Pitangui, o acervo estava no terceiro pavimento do pr�dio em que funciona o Banco do Brasil, por causa da morosidade do poder p�blico para concluir a reforma do museu da cidade.

O sobrad�o que abrigava o museu est� fechado h� mais de duas d�cadas. Come�ou a ser reformado com recursos do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) das cidades hist�ricas, em 2012, mas as interven��es foram suspensas. Enquanto a obra n�o � conclu�da, o acervo do Instituto foi levado para o pr�dio da ag�ncia banc�ria, onde h� uma entrada independente para clientes do banco e outra para os historiadores e pesquisadores.

Outros documentos do s�culo 18 tamb�m podem ter sido danificados. Trata-se do acervo dos camaristas, como eram chamados os pol�ticos cujas fun��es mais se aproximam dos vereadores. Esse acervo tamb�m est� no terceiro pavimento. Contudo, uma biblioteca com obras raras, do s�culo 19 e in�cio do 20, foi consumida pelo fogo, pois os livros estavam no primeiro andar.

“De um lado da parede era a ag�ncia. Do outro, a biblioteca. O IHP acaba de ver reduzidos a cinzas todos os livros hist�ricos raros”, lamentou a advogada Judith Viegas, integrante do IHP. Tamb�m integrante da entidade, o historiador Lic�nio Filho recorda que acordou, por volta das 2h, com o barulho do primeiro artefato a explodir o cofre. “Depois, veio outro estrondo e tiros. Ouvi os barulho de minha casa, a cerca de um quil�metro da ag�ncia”.

Pela manh�, depois ir ao pr�dio onde funcionavam a ag�ncia e o IHP, o historiador refor�ou o lamento da amiga: “Havia obras raras. Lembro-me de um livro sobre estrat�gias militares, em franc�s, do s�culo 19. Uma rel�quia”. “Tamb�m havia livros em latim”, completou o pesquisador Vandeir Santos.

Os assaltantes fugiram e n�o foram capturados at� o fechamento desta edi��o. Moradores contaram que mais de 10 criminosos participaram do ataque. Antes de explodirem o cofre do banco, alguns se posicionaram em pontos estrat�gicos, de onde poderiam receber policiais � bala. Outros ficaram nas esquinas do quartel e teriam metralhado o local assim que os primeiros militares come�aram a sair do local em dire��o ao banco. N�o houve mortes.


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