
A Pol�cia Civil est� elaborando um documento com algumas avalia��es preliminares que v�o compor o inqu�rito. As investiga��es iniciais, segundo a corpora��o, mostram que o suspeito sofria transtornos mentais, que foram detectados em 2014, a partir de uma avalia��o de um profissional especializado. Ele possu�a disfun��o de consci�ncia, por isso foi sugerido a ele o acompanhamento psiqui�trico. Por�m, as apura��es ainda n�o encontraram nenhum registro de consulta m�dica, receita e elementos que comprovassem o uso de medica��o.
A promotoria da cidade j� tinha recomendado ao vigia que ele procurasse um atendimento em um Centro de Aten��o Psicossocial (Caps) depois da den�ncia feita por ele em 2014. Na �poca, Dami�o alegou que estava sendo envenenado pela pr�pria m�e. “Ele procurou o Minist�rio P�blico alegando que estava sendo perseguido pela pr�pria m�e, que a m�e estaria envenenando seus alimentos para ceifar a vida dele. Coisas da cabe�a dele. Isso n�o existiu”, contou o delegado Ricardo Nunes Henriques, chefe do 11º Departamento da Pol�cia Civil.
De acordo com o delegado, Dami�o sofria de del�rio persecut�rio, mas que o transtorno n�o teve rela��o com o massacre cometido por ele. “Ele delirava �s vezes, como se estivesse sendo perseguido por algu�m. Isso � uma enfermidade. Mas isso n�o tem nada � ver com o ato em si. O ato dele foi preparado, premeditado. No momento da a��o, ele tinha plenamente o car�ter dele. Tinha plena consci�ncia do ato que estava cometendo. Ele se preparou para fazer aquilo e fez deliberadamente. Ele n�o estava surtado. Ele estava em s� consci�ncia”, refor�a o policial. “Ent�o, era imprevis�vel isso a�. Foi um fato isolado que aconteceu como acontece �s vezes em outros pa�ses. Infelizmente � a mente humana, mas n�o seria poss�vel evitar esse fato”, finalizou o delegado.
Crime imprevis�vel
Dami�o trabalhava no per�odo noturno, em regime de 12 por 36 horas, e n�o tinha contato com as crian�as, segundo o prefeito Carlos Isaildon Mendes. “Em momento algum poder�amos imaginar que ele causaria uma trag�dia dessas”, disse. Segundo ele, o vigia ficou tr�s meses de f�rias, por ter per�odos acumulados. O homem chegou a conversar com a diretora por telefone nesta semana e disse que ele estava bem. Questionado sobre o fato de o homem continuar na fun��o mesmo com problemas psicol�gicos, o chefe do Executivo municipal foi enf�tico. “Eu preciso deixar claro para o Brasil e para o mundo que ontem, em uma reuni�o com a pol�cia, foi dito que todas as investiga��es foram feitas. E trata-se de uma trag�dia totalmente imprevis�vel e nenhuma autoridade poderia imaginar o que aconteceu”, completou.

O promotor do Minist�rio P�blico, Jorge Victor Barreto Cunha, tamb�m acredita que o caso n�o foi um surto psic�tico. “Ele desempenhava suas fun��es normalmente. Sinaliza que foi um ato preparado, que ele tinha uma organiza��o, sabia o hor�rio das crian�as na creche, das professoras, comprou os combust�veis. Tudo sinaliza para um ato, pasmem, senhores, de barbaridade”, afirmou.