Fam�lia de v�tima da trag�dia de Jana�ba vive com apenas R$ 70 por m�s

A diarista J�ssica Borges Oliveira, de 24 anos, agradece a Deus pela vida do filho �verton Kau� Oliveira Santos, de 2 anos e oito meses. O menino estava no ber��rio da Creche Gente Inocente no dia do inc�ndio e foi salvo por funcion�rios. Chegou a ficar um dia no hospital, por inalar fuma�a t�xica, mas foi liberado e passa bem. M�e de outros dois meninos – Kau�, de 7, e Heitor, de 1 ano e 4 meses – apesar da gratid�o, J�ssica lamenta muito as mortes no ataque, e lida ela pr�pria com outras consequ�ncias da trag�dia.

�verton ficou traumatizado com o inc�ndio. “Ele nem quer encostar mais do fog�o e disse quer n�o quer ir mais para a escolinha, com medo do fogo”, conta. Ela mesma confessa que, amedrontada, n�o pretende mais se afastar do filho e deix�-lo em outra creche. Por essa raz�o, j� deixou o servi�o na casa de uma fam�lia, perdendo a renda de R$ 450.

Para agravar a situa��o, o companheiro dela, Erivelton Assun��o Santos, de 28, entregador, quebrou a perna h� cinco meses e, desde ent�o, n�o teve mais como trabalhar. Casal e filhos agora dependem dos R$ 219 do cart�o do Bolsa Fam�lia, com os quais precisa tocar a vida num barrac�o de dois c�modos, em um lote onde h� mais duas moradias, no Bairro Rio Novo.

'Meu filho chora querendo leite'

A menina Ma�sa Barbosa dos Santos, de 6 anos, foi a primeira das v�timas encaminhadas para o Hospital Jo�o XXIII, em Belo Horizonte, a se recuperar e voltar para casa, em Jana�ba. A m�e, Joana Darc Oliveira dos Santos, de 24, viveu um momento de felicidade, se esquecendo um pouco da dura rotina na casa onde cuida de mais dois filhos.

Para sustentar sozinha Samile Vit�ria, de 9, Ma�sa e o pequeno Caio, de 3, ela conta com renda de R$ 70 e “com a ajuda dos outros”. “Tem dia que meu mais novo, o Caio, chora pedindo leite e eu n�o tenho como dar, por falta de dinheiro”, conta.

A fam�lia mora no Bairro dos Barbosa, onde seis pessoas se apertam em um barraco de tr�s c�modos, coberto de telha amianto, material que aumenta ainda mais o desconforto com o calor. “Quando chove, molha tudo aqui dentro. O que a gente mais precisa � de casa”, afirma Domingos Assun��o Santos, de 52 anos, pai de Joana Darc, um dos moradores do barrac�o apertado.

Domingos disse que faz “bicos” e tenta ajudar a filha e os netos. Por�m, est� dif�cil encontrar servi�o e a car�ncia � uma realidade que ele n�o tenta esconder. “Vou falar claramente: aqui, a gente compra mantimentos de quilo em quilo, pois n�o temos dinheiro. Carne � coisa rara. � mais na base do arroz com feij�o, mesmo”, resumiu.

Interessados em ajudar Joana e sua fam�lia devem entrar em contato pelo telefone (31) 3263-5123.