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Estado de Minas

Conselheiro tutelar que criticou v�deo de drag queen � denunciado por inj�ria racial

Ofensa racial foi feita pelo Facebook durante uma discuss�o. Pol�cia Civil abriu inqu�rito para investigar o caso e o funcion�rio p�blico pode perder o cargo


postado em 18/10/2017 12:01 / atualizado em 28/12/2017 09:53

Mariana exibe, ao lado da mãe, as mensagens que foram enviadas pelo conselheiro tutelar (foto: Fernando Priamo/Tribuna de Minas)
Mariana exibe, ao lado da m�e, as mensagens que foram enviadas pelo conselheiro tutelar (foto: Fernando Priamo/Tribuna de Minas)

A Pol�cia Civil de Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais, abriu inqu�rito para investigar uma den�ncia de inj�ria racial em que uma mulher negra de 25 anos teria sido v�tima de ofensas por parte de um conselheiro tutelar da cidade. 

O suspeito em quest�o � Abra�o Fernandes, de 23 anos, que ficou conhecido por criticar um v�deo produzido pela Universidade Federal de Juiz de Fora no Col�gio de Aplica��o Jo�o XXIII, mantido pela institui��o de ensino superior, em que uma drag queen conversa com alunos sobre a diversidade de g�nero. O conselheiro, inclusive, protocolou um documento no Minist�rio P�blico Federal pedindo provid�ncias sobre o caso.

A fot�grafa Mariana Cristina Dias Martins, que alegou ter sido v�tima de racismo, registrou um boletim de ocorr�ncia na Pol�cia Militar. No documento, ela informa que, na �ltima segunda-feira, durante uma discuss�o entre v�rias pessoas no Facebook, Abra�o teria enviado mensagens privadas para ela dizendo que ela tinha “cor de bosta”. 

Ainda conforme a ocorr�ncia, o conselheiro disse a Mariana que “ela deveria se cuidar melhor, pois devia esconder um monte de coisas na cabe�a, menos pente e shampoo”. A ocorr�ncia foi encaminhada para a Pol�cia Civil. A investiga��o ser� conduzida pelo delegado Luciano Vidal, que j� tomou o depoimento da v�tima. 

Conselheiro diz que agiu por impulso 


Em entrevista ao em.com.br, Abra�o Fernandes, que exerce o cargo de conselheiro h� dois anos, disse que ainda n�o foi notificado e que n�o conhece Mariana. Segundo ele, as ofensas contra a estudante foram motivadas por xingamentos pessoais enviados por ela no Facebook dele. “Ela veio at� a minha p�gina e a partir de uma postagem que fiz favor�vel a redu��o da maioridade penal, ela me xingou de lixo, disse que eu era palha�o e um bosta. Na verdade, o que ela est� fazendo, � se vitimizando apenas com o que ela recebeu de mim, mas n�o � transparente e n�o apresenta o que ela me falou. Ela foi a grande provocadora de tudo isto”, declarou.

Sem demonstrar arrependimento, o conselheiro tutelar atribuiu a ofensa ao modo encontrado para se defender dos xingamentos que teria recebido da estudante. “Eu fui mal interpretado e fui infeliz na minha fala. Poderia ter me defendido sem atacar, mas sou um ser humano e todos n�s quando atacados queremos nos defender. E a maneira que encontrei de defender minha honra e minha integridade foi esta”, destacou. 

Abra�o Fernandes disse ainda que tem prints (captura de tela do computador ou smartphone) das conversas em que foi ofendido pela jovem, e que as imagens j� est�o com os advogados que far�o a defesa do conselheiro. 


Mulher rebate conselheiro 


Mariana Cristina Dias Martins, por telefone, informou que n�o ofendeu o conselheiro. A fot�grafa disse que apenas comentou sobre o comportamento dele em redes sociais que incitava o �dio e a viol�ncia. "O ponto de partida da discuss�o foi o v�deo do Nino (drag queen) na UFJF. At� ent�o eu n�o conhecia o Abra�o, mas comecei a acompanhar o trabalho dele e vi que havia, nas redes sociais, muita incita��o de �dio e viol�ncia. Eu apenas mostrei que as atitudes dele eram muito mais destrutivas que o v�deo do Nino, por exemplo".  
 
Inconformada com a ofensa, Mariana pretende seguir com o processo at� o fim. "Eu fiquei revoltada, registrei um BO e o inquerito foi aberto. Por mais que digam que n�o existe racismo no Brasil, sabemos que tem sim. E vindo de um conselheiro � complicado pelo trabalho que exerce na sociedade. � revoltante e faz a gente questionar os processos de ingressos nesses cargos. Espero que a justi�a seja feita," destacou. 

Mariana registrou imagens da conversa em cart�rio e o material ser� utilizado na investiga��o.
 

 

Den�ncia pode resultar em demiss�o


A Prefeitura de Juiz de Fora informou, em nota oficial, que h� den�ncias e reclama��es contra o conselheiro desde 2016. "Foi instaurado Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra conselheiro tutelar, em virtude de diversas den�ncias recebidas pela Administra��o Municipal, desde dezembro de 2016, de diferentes �rg�os, como a Promotoria da Inf�ncia e da Juventude, C�mara Municipal e do pr�prio Conselho Municipal dos Direitos da Crian�a e do Adolescente (CMDCA), baseando-se em poss�veis descumprimentos de deveres funcionais."

Ainda segundo a administra��o municipal, o conselheiro pode ser suspenso ou demitido. "Desde ent�o, o Munic�pio, atrav�s da Supervis�o de Processos Disciplinares e Sindic�ncias da Secretaria de Administra��o e Recursos Humanos, tem se debru�ado na busca de documenta��o junto ao CMDCA para melhor instru��o do PAD. A PJF refor�a que, com o processo administrativo disciplinar, continua adotando todas as provid�ncias cab�veis para melhor apura��o dos fatos, assegurando ao acusado, durante todo o processo, o direito ao contradit�rio e � ampla defesa. Ao final do PAD, poder� ser aplicada uma das penalidades previstas na Lei 8710, que s�o advert�ncia, suspens�o ou demiss�o."
 
*Sob supervis�o do editor Benny Cohen
 


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