
Em meio � crise financeira que sufoca o atendimento da Maternidade Sofia Feldman, a institui��o que faz 900 partos por m�s, localizada na Regi�o Norte de Belo Horizonte, ganhou ontem novo f�lego. Ap�s se reunir com a dire��o do hospital, o prefeito Alexandre Kalil (PHS) anunciou que vai assumir o custo mensal de R$ 60 mil do banco de leite da unidade e adiantar R$ 1 milh�o � institui��o, que � filantr�pica e atende 100% pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS). O recurso dever� ser pago ao munic�pio em quatro parcelas de R$ 250 mil. Em mar�o, um primeiro adiantamento j� havia sido feito pela prefeitura, no valor de R$ 5 milh�es. O pagamento foi parcelado em 10 vezes de R$ 500 mil e tr�s parcelas foram quitadas. Mas, diante do d�ficit financeiro em que opera o hospital e da dificuldade para cumprir os prazos, o munic�pio refez o parcelamento.
O diretor t�cnico da maternidade, Ivo Lopes, afirma que o novo recurso e o reparcelamento s�o medidas fundamentais para a vida financeira do Sofia, especialmente com a chegada do pagamento do 13º sal�rio dos funcion�rios. “Isso traz um al�vio no fluxo de caixa e no cotidiano do hospital”, sustenta. Ele destaca ainda que o risco de fechamento de leitos na unidade fica suspenso ap�s esse novo aporte. “Por enquanto o risco passou. Mas a quest�o do SUS � de responsabilidade de todos n�s: da prefeitura, do estado e da Uni�o. No caso do estado, h� 300 munic�pios hoje que t�m parceria com nosso setor de neonatologia”, disse Ivo, ao citar que existe uma grande parcela de pessoas atendidas no Sofia Feldman que s�o do interior de Minas.
Por meio de nota, o hospital informou que todos os adiantamentos de repasses permitiu acertar sal�rios atrasados, o que, no entanto, s� resolve momentaneamente a situa��o. “O Hospital Sofia Feldman precisa de um financiamento adequado, que garanta a sustentabilidade da institui��o, a manuten��o da assist�ncia � mulher, ao rec�m-nascido e � fam�lia, al�m da garantia do direito � sa�de”, diz o documento.

Depois de reconhecer a import�ncia da institui��o para BH e tamb�m para o interior de Minas, Kalil detalhou o novo acordo fechado com a dire��o do hospital, mas lembrou que a busca por recursos precisa ir a diante. “Esse dinheiro vai dar um f�lego, mas temos que fazer um esfor�o maior para o hospital. Temos que resolver definitivamente a hist�ria desse hospital”, disse. Ele afirmou que, como o SUS � tripartite, � preciso fazer um encontro de contas para que Uni�o, estado e munic�pio pactuem adequadamente de modo a garantir a sa�de financeira do Sofia. “Esse � um assunto que eu vou levar ao governador, bem como a publica��o que est� pendente do acordo tripartite do Hospital do Barreiro, que j� est� pronto, tecnicamente avaliado e tenho certeza que ele vai publicar porque � caso de urg�ncia. � dinheiro que deixa de entrar e vamos resolver isso tudo”, disse o prefeito.
O secret�rio municipal de Sa�de, Jackson Machado, explicou como funciona o adiantamento da verba. “O dinheiro � um adiantamento, n�o � emprestado. O hospital tem direito a receber esse valor. S� que ele viria com o tempo, de acordo com a produ��o do hospital. A prefeitura est� adiantando para que ele resolva os problemas operacionais que tem”, disse.
Inconformados com a prec�ria situa��o no Sofia, trabalhadores, usu�rios, militantes do movimento de mulheres e defensores da maternidade v�o se reunir hoje, �s 12h, na Pra�a Raul Soares, no Centro de BH, para sair em passeata at� Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), onde ocorrer� uma audi�ncia p�blica, �s 14h30. A audi�ncia vai debater o modelo e as boas pr�ticas na assist�ncia � mulher oferecida pelo hospital.
Kalil mant�m decis�o de demitir porteiros
Depois de demitir os porteiros dos postos de sa�de da capital, o prefeito Alexandre Kalil disse ontem que n�o voltar� a contrat�-los para as unidades. “A decis�o est� tomada. Eu n�o vou tirar R$ 25 milh�es para comprar rem�dios e investir em porteiro, em m�dico, em enfermeiros. Se houver problemas (de seguran�a) em postos de sa�de – e n�o est� havendo nada da forma como se tem divulgado –, mudaremos os locais (dos centros de sa�de)”, disse. Ontem, a categoria dispensada em maio deste ano fez um protesto contra a medida da PBH. Mas Kalil se manteve irredut�vel ao pedido de recontrata��o e disse que “a cidade tem um dinheiro para a sa�de e colocar gente armada para proteger m�dico, enfermeiro e doente n�o faz parte de uma cidade que � terceira capital do pa�s e uma cidade civilizada”. Segundo ele, o policiamento do entorno, que � de responsabilidade da Pol�cia Militar e da Guarda Municipal est�o mantidos.