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Estado de Minas

Conselheiro tutelar ligado a pol�mica com drag queen � afastado do cargo em Juiz de Fora

Abra�o Fernandes tamb�m foi denunciado de inj�ria racial por uma fot�grafa da cidade, durante discuss�es sobre o v�deo produzido pela UFJF


postado em 20/10/2017 13:04 / atualizado em 28/12/2017 09:54

Após representar contra fala de drag queen em escola infantil, promotor se envolveu em caso de racismo(foto: Reprodução internet/Fernado Priamo/ Jornal Tribuna de Minas/ Divulgação )
Ap�s representar contra fala de drag queen em escola infantil, promotor se envolveu em caso de racismo (foto: Reprodu��o internet/Fernado Priamo/ Jornal Tribuna de Minas/ Divulga��o )
A Prefeitura de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, comunicou que Abra�o Fernandes Nogueira, de 23 anos, foi afastado do cargo de conselheiro tutelar na cidade. A informa��o foi veiculada em um decreto publicado no Di�rio Oficial do Munic�pio desta sexta-feira. 
 
De acordo com o texto, a medida cautelar tem prazo de 30 dias e prev� o afastamento do conselheiro para que ele n�o interfira na apura��o de irregularidades administrativas que est�o sendo investigas.

O presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Crian�a e do Adolescente, Carlos Henrique Rodrigues, j� havia pedido o afastamento de Abra�o e condenado a conduta que vem sendo adotada pelo conselheiro tutelar no exerc�cio de suas fun��es. 
 
O decreto foi assinado pelo prefeito. Bruno Siqueira (PMDB). A reportagem do em.com.br entrou em contato com o conselheiro, mas ele n�o atendeu aos telefonemas. Em entrevista nessa quarta-feira, Abra�o Fernandes disse � reportagem que n�o temia perder o cargo e nem ser demitido por causa da den�ncia de racismo contra ele. 
 

Pol�micas


Nos �ltimos dias, Abra�o se envolveu em uma pol�mica sobre um v�deo com uma drag queen que foi produzido e publicado pela Universade Federal de Juiz de Fora no Col�gio de Aplica��o Jo�o XXIII, mantido pela institui��o de ensino superior. Al�m disto, o conselheiro foi denunciado por racismo por uma fot�grafa da cidade.


A controv�rsia em quest�o est� nos dois primeiros minutos do v�deo, quando a artista pergunta quais presentes as crian�as, que cursam o ensino fundamental, gostariam de ganhar no dia das crian�as. Ao receber a resposta de duas garotas que pediram bonecas e de um menino que pediu um boneco Pok�mon, a drag diz: “Voc�s v�o ficar repensando sobre essas coisas de menino e de menina, isso n�o existe, t�?”. 

Sobre essa divis�o, as crian�as acrescentam, em coro e espontaneamente, a frase: "� preconceito". A declara��o, por�m, gerou efeitos contr�rios e reclama��es por parte de alguns pais de alunos, pelo grupo “Direita Minas” - conhecido pelo apoio ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSC/RJ) –, e pelo Conselho Tutelar de Juiz de Fora, que protocolou um of�cio sobre o caso no Minist�rio P�blico Federal, que foi assinado pelo conselheiro Abra�o Fernandes.

Nino de Barros, que interpreta a drag queen Femmenino, disse, em entrevista ao em.com.br nesta sexta-feira, que a rea��o das crian�as no v�deo foi resposta �s cr�ticas recebidas. "� uma rea��o espont�nea das crian�as. Est� muito claro que a vis�o de quem est� errado. � a visao de pai conservador e de gente que n�o quer entender e quer descontextualizar o v�deo", destacou. 

Inj�ria Racial

A Pol�cia Civil de Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais, investiga uma den�ncia de inj�ria racial em que a fot�grafa Mariana Cristina Dias Martins, de 25 anos, diz ter sido v�tima de ofensas por parte do conselheiro tutelar Abra�o Fernandes.

Mariana que alegou ter sido v�tima de racismo registrou um boletim de ocorr�ncia na Pol�cia Militar. No documento, ela informa que, na �ltima segunda-feira, durante uma discuss�o entre v�rias pessoas no Facebook, Abra�o teria enviado mensagens privadas para ela dizendo que ela tinha “cor de bosta”.

Ainda conforme a ocorr�ncia, o conselheiro disse a Mariana que “ela deveria se cuidar melhor, pois devia esconder um monte de coisas na cabe�a, menos pente e shampoo”. A ocorr�ncia foi encaminhada para a Pol�cia Civil. A investiga��o ser� conduzida pelo delegado Luciano Vidal, que j� tomou o depoimento da v�tima.
 
Mariana Cristina, alvo dos comentários, acompanhada da mãe(foto: Fernado Priamo/ Jornal Tribuna de Minas/ Divulgação )
Mariana Cristina, alvo dos coment�rios, acompanhada da m�e (foto: Fernado Priamo/ Jornal Tribuna de Minas/ Divulga��o )

Em entrevista ao em.com.br, Abra�o Fernandes, que exerce o cargo de conselheiro h� dois anos, disse que ainda n�o foi notificado e que n�o conhece Mariana. Segundo ele, as ofensas contra a estudante foram motivadas por xingamentos pessoais enviados por ela no Facebook dele. “Ela veio at� a minha p�gina e a partir de uma postagem que fiz favor�vel a redu��o da maioridade penal, ela me xingou de lixo, disse que eu era palha�o e um bosta. Na verdade, o que ela est� fazendo, � se vitimizando apenas com o que ela recebeu de mim, mas n�o � transparente e n�o apresenta o que ela me falou. Ela foi a grande provocadora de tudo isto”, declarou.

Mariana Cristina Dias Martins, por telefone, informou que n�o ofendeu o conselheiro. A fot�grafa disse que apenas comentou sobre o comportamento dele em redes sociais que incitava o �dio e a viol�ncia. "O ponto de partida da discuss�o foi o v�deo do Nino (drag queen) na UFJF. At� ent�o eu n�o conhecia o Abra�o, mas comecei a acompanhar o trabalho dele e vi que havia, nas redes sociais, muita incita��o de �dio e viol�ncia. Eu apenas mostrei que as atitudes dele eram muito mais destrutivas que o v�deo do Nino, por exemplo".  

 
Reuni�o 

Ap�s as pol�micas, o presidente da C�mara dos Vereadores da cidade na Zona da Mata mineira, Rodrigo Mattos (PSDB), pediu ao reitor da UFJF, Marcus Vin�cius David, que fosse instaurada uma comiss�o com educadores da universidade para debater as propostas pedag�gicas do Col�gio de Aplica��o Jo�o XXIII e da universidade com os vereadores do munic�pio.

De acordo com a assessoria de imprensa da UFJF, a reuni�o foi marcada pelo vereador. Ap�s o encontro, o reitor se comprometeu a discutir o pedido do Legislativo com a comunidade acad�mica, al�m de verificar a viabilidade de enviar profissionais para um debate na C�mara. 

Na segunda-feira, dois vereadores, Andr� Mariano (PSC) e Jos� Fiorilo (PTC), protocolaram � presid�ncia da C�mara, dois pedidos de mo��o sobre o caso, maas as a��es foram suspensas temporariamente.


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