
De acordo com o delegado Ailton Pereira, respons�vel pelas investiga��es, a ocorr�ncia apresentada por Jamille "era muito s�ria e, como nas demais investiga��es, merecia extremo zelo". "Fomos muito criteriosos em todos os quesitos durante a investiga��o, n�o restando d�vidas de que a suposta v�tima, na verdade, foi quem cometeu o crime", completou Pereira, que explicou como funcionaram as investiga��es.
Segundo a Pol�cia Civil, 13 pessoas foram ouvidas, entre elas dois policiais que estariam no posto Graal – por quem Jamille passou durante o tempo em que permaneceu no estabelecimento –, o motorista do �nibus – que a mulher acusou de dificultar a formaliza��o da den�ncia –, funcion�rios do posto e a pr�pria Jamille. A Pol�cia Civil realizou tamb�m per�cias de reconhecimento facial humano e de conte�do de registros audiovisuais, que comprovaram que o depoimento dela era falso.
Os policiais atestaram que Jamille n�o esteve no banheiro do posto, contrariando a pr�pria publica��o, que diz que a suposta tentativa de sequestro aconteceu dentro de um sanit�rio. "Entrei no banheiro com minha filha que tem apenas 1 ano e 5 meses, e na sa�da uma mo�a bonita com aparentemente uns 30 anos deu a m�o a ela", diz o texto publicado no dia 26 de junho deste ano, quando foi amplamente compartilhado e teve repercuss�o nacional.
Marcelo Vilela Guerra, delegado regional de Lavras, no Sul de Minas, disse que as a��es foram apuradas imediatamente ap�s a den�ncia de Jamille. "Foi determinado empenho imediato para apura��o dos fatos, por n�o ser poss�vel admitir esse tipo de motiva��o ainda nos dias de hoje. Mas, infelizmente, ao final das dilig�ncias o que se verificou foi o uso dessa motiva��o de maneira falsa", comentou.
O inqu�rito de acusa��o foi encaminhado � Justi�a pelo delegado respons�vel, e Jamille poder� responder por denuncia��o caluniosa. A pena � prevista de dois a oito anos de pris�o de acordo com o artigo 339, do C�digo Penal.
Relembre o caso

Jamillie teria relatado � funcion�rias sobre o ocorrido, mas empregados da lanchonete disseram que a crian�a n�o era filha dela, pois era branca. “Essa preta a� pegou sua filha?” “Foi quando todos questionaram se eu era mesmo m�e da crian�a”, contou Jamille na �poca.
A susposta sequestradora, de acordo com Jamille, estava com uma certid�o de nascimento e funcion�rias do posto tiraram a crian�a de seu colo, entregando para a mulher, que era branca. Ela contou que teve que mostrar todos os documentos, autenticando que era m�e da menina. “Quando todos acreditaram em mim, o motorista disse que n�o poderia me esperar. Estava t�o apavorada e com medo que fui embora”, contou.
Ao tentar registrar a ocorr�ncia na rodovi�ria, mais um problema. “Eles (policiais) zombaram de mim e disseram que era imposs�vel sem os dados da mulher. Eu n�o tinha nem o nome dela”. A ocorr�ncia s� foi finalmente registrada na Delegacia da Mulher de Betim, no dia 28 de junho.
*Sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie
*Sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie