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Estado de Minas

Chuva causa transtornos nas ruas, mas n�o alivia abastecimento de �gua

BH sofre com alagamentos e quedas de �rvores que fizeram pelo menos mais uma v�tima, mas precipita��o n�o reduz crise no fornecimento de �gua, que afeta a capital e v�rias cidades


postado em 24/10/2017 06:00 / atualizado em 24/10/2017 07:31

Chuva causou lentidão em vários pontos de BH(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A PRESS)
Chuva causou lentid�o em v�rios pontos de BH (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A PRESS)
Vias alagadas, quedas de �rvore – com pelo menos uma pessoa ferida com gravidade em uma delas – e tr�nsito ca�tico no fim da tarde de segunda-feira. Se as duas horas de chuva acompanhada de rajadas de vento de ontem foram suficientes para espalhar transtornos por Belo Horizonte, significaram muito pouco para uma cidade cujo abastecimento p�blico de �gua vem de uma crise que se agravou em 2014 e ainda deve persistir pelos pr�ximos anos. A previs�o � da pr�pria Copasa, que responde pelo saneamento na capital e em outros 629 munic�pios do estado, ao admitir que a esta��o das �guas deve dar um refresco aos reservat�rios, mas n�o afastar� de vez o cen�rio de escassez h�drica em Minas, especialmente no interior.

Na capital, a precipita��o de ontem trouxe um al�vio apenas para as altas temperaturas. Segundo o diretor de Opera��o da Copasa, Gilson Queiroz, a regi�o metropolitana acumula apenas 55% da m�dia hist�rica de precipita��o neste ano. A situa��o � ainda mais cr�tica em outras cidades do estado, principalmente no Norte de Minas, que sofrem com a falta de abastecimento. O gestor informa que cerca de 15% dos munic�pios enfrentam escassez h�drica – o que corresponde a 95 cidades. Alvo de cr�ticas nos lugares que passam pelas maiores dificuldades, a estatal entende que setores como agricultura e minera��o tamb�m devem ser responsabilizados pela crise.

A cobran�a � concession�ria veio tamb�m da Comiss�o de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que exigiu explica��es sobre os investimentos em infraestrutura, a falta de �gua e seu impacto na vida de cidad�os de v�rios munic�pios. “A empresa tinha que ter se planejado, feito obras, investimentos. N�o admitimos o sucateamento de mais uma empresa mineira”, disse o autor do requerimento, deputado Ant�nio Carlos Arantes (PSDB). Para ele, � inadmiss�vel que a Copasa n�o tenha se preparado para a crise h�drica. O encontro reuniu ainda prefeitos de munic�pios como S�o Sebasti�o do Para�so, Carmo do Rio Claro e Alpin�polis, no Sul de Minas, al�m de Bom Despacho e Arcos (Centro-Oeste).

No encontro, representantes das cidades amea�aram acionar a Justi�a e romper o contrato com a companhia de abastecimento, diante do descontentamento com os servi�os prestados. O prefeito de Bom Despacho, Fernando Jos� Castro Cabral, foi um deles. Ele contou que a conclus�o de obra para tratamento de esgoto na cidade est� atrasada h� sete anos. “Vinte e cinco por cento do esgoto do munic�pio � lan�ado no rio. Estamos causando um problema ambiental s�rio para a cidade vizinha de Martinho Campos, que precisa tratar a �gua a um custo alto”, relatou. Jos� Castro Cabral pede o desligamento da concession�ria, caso “n�o se torne uma empresa s�ria e respons�vel”. Em setembro, a prefeitura decretou interven��o na Copasa diante do desabastecimento de �gua que afeta a cidade de cerca de 50 mil habitantes h� semanas.

Na Avenida Paraná, no Centro da cidade, tronco cedeu e galhos atingiram mulher(foto: Marcílio de Moraes/EM/D.A PRESS)
Na Avenida Paran�, no Centro da cidade, tronco cedeu e galhos atingiram mulher (foto: Marc�lio de Moraes/EM/D.A PRESS)

OUTROS CULPADOS O diretor de Opera��o disse que a concession�ria trabalha para resolver os diversos problemas identificados pelos prefeitos, enquanto lida com situa��es como aquela que � considerada a pior crise no setor da hist�ria de Belo Horizonte. “Neste momento, sofremos com um per�odo de seis anos de redu��o de chuva. E isso est� causando o problema de escassez. A empresa n�o fabrica �gua, ela coleta da natureza, trata e abastece. Agora, n�s estamos sem �gua na natureza. Estamos disputando �gua com setores como agricultura, minera��o e produ��o industrial – os grandes consumidores”, disse o diretor. Ele prop�e a divis�o da responsabilidade pela situa��o atual no estado: “N�s investimos parte dos nossos recursos em preserva��o. Mas n�o pode ser s� a Copasa. Se a empresa capta 6% da �gua do estado, ela deve investir proporcionalmente. A agricultura, que capta 70%, deveria fazer o mesmo”, comenta.

Para ele, � necess�rio fazer um grande pacto social para recupera��o dos mananciais e  preserva��o da �gua – desde o uso consciente dos moradores das cidades at� o uso inteligente dos grandes consumidores. Ele tamb�m ressalta que a Copasa reduziu diretorias e cargos para minimizar custos e possibilitar investimentos.

Pedestre ferida na cal�ada


Enquanto a Copasa lamenta a “falta de �gua na natureza”, os belo-horizontinos sofrem com a concentra��o das primeiras chuvas da esta��o em poucas horas, e com transtornos que j� se tornaram rotina na cidade. Com a precipita��o acompanhada de ventania do fim da tarde de ontem, uma  das diversas �rvores que tombaram na cidade atingiu uma senhora de 65 anos que passava pela cal�ada, no cruzamento da Avenida Paran� com a Rua Tupinamb�s, no Centro da capital. No dia 2 deste m�s, em situa��o semelhante, o taxista F�bio Teixeira Mageste, de 35, morreu ao ter seu ve�culo esmagado por uma palmeira de tronco triplo, na Rua Timbiras, tamb�m na �rea central. A v�tima de ontem, n�o identificada, teve que ser retirada por militares do Corpo de Bombeiros de debaixo do tronco e dos galhos, e foi levada, com traumatismo craniano e fratura em uma das pernas, ao Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII.

A chegada de uma massa fria resultou em precipita��es em toda a capital. Outras �rvores que ca�ram chegaram a fechar vias, o que, somado a alagamentos pontuais, complicou o tr�nsito na volta para casa, com v�rios sem�foros em flash em alguns dos principais corredores da cidade. Na esta��o do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no Cercadinho, na sa�da para o Rio de Janeiro, foram registradas rajadas de vento de 65km/hora, com 28 mil�metros (mm) de chuva. Na Pampulha, as rajadas ficaram em 37km/hora, com 29,6mm.

Desde o come�o da tarde, a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec/BH) j� chamava a aten��o para a previs�o de chuva entre 20mm e 40mm, com rajadas de vento acima de 50km/h. De acordo com medi��es nas esta��es da Comdec, as regi�es com maiores �ndices de precipita��o foram a Oeste, com 56,6mm, e Centro-Sul, com 56,4 mm.

Al�m da queda da �rvore que deixou v�tima no Centro, houve ocorr�ncia semelhante na Rua Guajajaras, no Barro Preto, atr�s do F�rum Lafayette. Galhos e tronco fecharam totalmente a via, e o tr�fego teve quer ser desviado na Rua Araguari. Na Avenida Afonso Pena quase esquina de Avenida Brasil, uma �rvore de pequeno porte fechou uma das pistas.

Situa��es de alagamento foram registradas em v�rias vias, mas o Corpo de Bombeiros n�o chegou a atuar, j� que foram ocorr�ncias de pequeno porte. Agentes da BHTrans, empresa que gerencia o tr�nsito em BH, tiveram bastante trabalho, com o desligamento de alguns sem�foros e acidente leves. A situa��o mais complicada foi na Avenida Cristiano Machado, com tr�nsito bastante lento na altura do T�nel da Lagoinha.

PREVIS�O De acordo com o meteorologista Ruibran dos Reis, do ClimaTempo, a chuva de ontem, moderada, � resultado da chegada de uma frente fria vinda do Sul brasileiro na noite do domingo. Al�m da capital, moradores de cidades da Regi�o Metropolitana de BH, Zona da Mata, Sul, Oeste e Tri�ngulo Mineiro tiveram um refresco, depois do forte calor dos �ltimos dias.

Para hoje, a previs�o de Ruibran dos Reis � de precipita��es isoladas nas mesmas regi�es, com enfraquecimento da frente fria. “Somente a partir da sexta-feira, com a chegada de outra massa fria vinda do Sul do Brasil, de maior intensidade, teremos precipita��es cont�nuas em todo o estado. Mas nada que venha a elevar os n�veis dos reservat�rios, o que s� deve come�ar ocorrer a partir das chuvas da segunda quinzena de novembro”, explicou o meteorologista.


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