
A Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura da Prefeitura de Belo Horizonte tem projeto de obras para melhoria da drenagem na Avenida Cristiano Machado no ponto de alagamento pr�ximo � Esta��o S�o Gabriel. Consiste na amplia��o da capacidade dos c�rregos Pampulha e On�a e do C�rrego Engenho Nogueira, pr�ximo ao aeroporto da Pampulha, em extens�o total de 1.630 metros. A obra, no valor de R$ 230 milh�es, tinha previs�o de come�ar neste semestre, mas a licita��o foi suspensa por questionamento dos concorrentes. Com isso, um novo edital deve ser publicado em janeiro. A interven��o n�o t�m prazo para come�ar.
"At� o port�o de casa foi levado pela enxurrada da �ltima vez. Dava pra ver at� o cachorrinho nadando"
Morador da Vila 1� de Maio, Regi�o Norte de BH
Naquela parte da cidade h� quem, casando de sofrer, n�o queira esperar por mais transtornos. “A �gua sobre muito r�pido e em menos de 30 minutos invade tudo”, contou a dona de casa Maria Aparecida dos Santos, de 36, que se mudou para tentar fugir de outras inunda��es. Trocou a casa que ela mesma define como “maior” e “aconchegante” por im�vel alugado com apenas um quarto, onde dorme com o filho. “Meu filho era bebezinho quando uma chuva levou tudo, no ano passado. Eu estava dormindo e acordei com a �gua pela cintura. Perdi o enxoval todo dele, al�m de cama, colch�o e outros m�veis. Mas, pior que isso foi quando uma lacraia o picou. Ainda bem que n�o aconteceu nada mais grave. Mas e o tanto de bicho que aparece? No dia seguinte, tivemos que tirar rato e barata de dentro de casa”, lembrou a moradora, que teme, mesmo na nova casa, que o im�vel seja invadido pelas �guas – ainda que esteja no segundo andar.
Ela disse que vizinhos “vigiam” o c�rrego. Quando percebem que a �gua est� acima do n�vel, j� come�am a avisar aos outros moradores da rua. Assim, todos passam a tentar encontrar um abrigo para os m�veis e salvar o que podem. Em dia de temporal, na Creche Santa Maria Madalena, em frente � casa da moradora, as aulas s�o interrompidas e as crian�as voltam para casa.

MEM�RIAS Enquanto isso, as hist�rias de moradores da regi�o se cruzam pelas consequ�ncias das cheias do rio e do desejo de morar em um lugar seguro. N�o faltam perdas para contar. “At� o port�o de casa foi levado pela enxurrada da �ltima vez. Dava pra ver at� o cachorrinho nadando”, aponta um dos moradores da vila. A dona de casa Maria do Amparo da Luz, de 64, e a filha Ailma da Luz de Jesus, de 44, revelam o desejo de sair da situa��o, mas dizem que a renda familiar n�o permite. “Moro aqui h� 33 anos. H� 33 anos acontece a mesma coisa. Voc� acha que eu n�o quero sair daqui? Por mim, eu j� tinha ido embora”, disse Maria, que j� perdeu as esperan�as nas obras prometidas para conter novas inunda��es. “Sempre falam isso”, comentou. Tamb�m indignada, a filha mostra a marca deixada na parede de casa por uma das cheias, quando a �gua chegou a um metro meio de altura.
Apesar de problemas como esse, a prefeitura informa que mant�m a��es permanentes para evitar problemas relacionados a enchentes. Entre elas est�o a limpeza de bocas de lobo e de c�rregos, o monitoramento de �reas de risco geol�gico, vistorias, remo��es de pessoas de �reas de risco, al�m de obras de pequeno e m�dio portes. A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil mant�m cerca de 100 n�cleos com aproximadamente 800 integrantes para alertar a popula��o que mora em �reas sujeitas a alagamentos.