
A publica��o diz respeito ao arquivamento da den�ncia feita por ela, em abril deste ano, quando teria tido seu turbante arrancado em uma festa de formatura em Uberl�ndia, no Tri�ngulo Mineiro. Na �poca, Dandara publicou um relato em sua rede e teve o apoio milhares de pessoas que compartilharam sua hist�ria.
No documento, arquivado pelo juiz Dimas Borges de Paula em setembro deste ano, o promotor de justi�a Sylvio Fausto de Oliveira Neto afirmou que os dois homens "n�o cometeram nenhuma infra��o penal". O promotor tamb�m disse que atitude dos dois homens "ao simples fato de sorrir para a v�tima em raz�o de sua indument�ria" deve ser repreendida.
Neto tamb�m explicou, no documento, que eles n�o teriam usado "condutas com cunho exclusivamente racista". "No mesmo sentido de sorrir para uma pessoa amiga, nesse caso o preconceito est� inserido na alma da pr�pria pessoa tida como v�tima da express�o", diz o texto.
Para Dandara, a descri��o do promotor diz que "violar o corpo de uma mulher negra, encontrar sem permiss�o, � simplesmente ser 'deselegante com uma dama'". "E a� eu pergunto a voc�s: violar, agredir, tocar no corpo de uma mulher negra sem a sua permiss�o � simplesmente ser deselegante com uma dama?", provocou.
Entenda o caso
No dia 23 de abril deste ano, Dandara denunciou em sua rede social que sofreu racismo em uma baile de formatura de alguns amigos que estavam se formando em engenharia civil, pela Universidade Federal de Uberl�ndia (UFU). Na publica��o, Dandara contou que ao fim da festa foi surpreendida por um homem que teria puxado seu turbante. "Disse para ele soltar e sa�. Quando passei por ele novamente, sozinha, ele puxou pela segunda vez, fiquei t�o brava que gritei para ele n�o tocar no meu turbante", publicou.
"Ele acenou para os amigos virem, quando juntaram em uma rodinha um deles puxou o turbante da minha cabe�a e jogou no ch�o", continuou Dandara, que contou que os homens ainda teriam jogado cerveja, deixando-a "cega". Ela, ent�o, procurou por seus conhecidos que chamaram os seguran�as. Dois homens foram retirados da festa por eles.
Dandara disse ainda que as namoradas dos jovens que foram retirados tentaram tirar satisfa��o da situa��o. "As namoradas (todas brancas) vieram pra cima de mim. Tentei explicar que era racismo, o cinismo prevaleceu e sem �xito sai de perto", disse a mulher.
A publica��o repercutiu e teve 71 mil rea��es, 17 mil compartilhamentos e 12 mil coment�rios.
*Estagi�rio sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie