Projeto alem�o vai plantar mudas na bacia do Rio Doce

Mariana –  O munic�pio de Mariana perdeu, em poucas horas, cerca de 324 hectares de mata atl�ntica, devastados pela lama e os rejeitos de min�rio de ferro que se desprenderam com o rompimento da Barragem do Fund�o, h� dois anos. O reflorestamento acertado pelo poder p�blico e pela Funda��o Renova s� ter� in�cio no ano que vem, prevendo aten��o especial aos 100 primeiros quil�metros destru�dos. Em paralelo, uma a��o de educa��o ambiental pretende conscientizar a popula��o para, por meio do plantio volunt�rio de �rvores, trazer de volta os efeitos ben�ficos que as matas t�m sobre o clima, a produ��o de �gua e como ref�gio para a vida selvagem.

Presente em Minas Gerais e outros quatro estados, o projeto Plantando pelo Planeta come�ou na Alemanha, arregimentando crian�as e jovens, que em tr�s anos conseguiram uma ades�o t�o expressiva que nada menos do que um milh�o de �rvores foram plantadas. O objetivo mundial � alcan�ar um trilh�o de esp�cimes no mundo. O Brasil � o terceiro pa�s com mais �rvores, um d�cimo da soma mundial, atr�s da R�ssia e do Canad�. Um dos idealizadores desse projeto uma d�cada atr�s foi Felix Finkbiener, hoje com 19 anos. O adolescente se tornou um s�mbolo do ativismo ambiental e esteve ontem em Mariana para encontrar com os embaixadores locais dessa iniciativa, apoiada pela Funda��o Renova e pela prefeitura municipal.

Nesse evento, 20 mudas de �rvores foram plantadas por jovens e crian�as no Centro de refer�ncia � Crian�a e ao Adolescente. Houve tamb�m oficinas de irriga��o por gotejamento usando garrafas PET e apresenta��es culturais. De acordo com nota da Funda��o Renova, a ideia � levar o projeto para outras cidades, “tendo em vista alcan�ar a ambiciosa meta de plantar 1 milh�o de mudas de �rvores nativas ao longo do trajeto impactado pelo rompimento da Barragem do Fund�o”.

O alem�o esteve nas ru�nas de Bento Rodrigues, o distrito mais destru�do pela lama, e viu de perto como o desastre derrubou milhares de �rvores da floresta. “O que aconteceu ali foi horr�vel. N�o � algo que iniciativas como a nossa possam resolver, mas certamente os impactos positivos de se plantar uma floresta na regi�o v�o colaborar com a preserva��o da fauna, com a qualidade da �gua e o clima”, disse. O prop�sito de se confiar aos jovens essa miss�o de plantio vem justamente de ser essa a gera��o que colhe os frutos das mudan�as clim�ticas. “Somos n�s, dessa gera��o, que vamos viver com todas as dificuldades e somos n�s que temos de come�ar com essa mudan�a”, disse Felix.

Segundo o presidente da Renova, Roberto Waack, o apoio ao projeto ocorre na forma de educa��o ambiental. “� uma mudan�a de mentalidade. O exemplo do Felix, uma pessoa t�o jovem, mas t�o madura, j� um s�mbolo da luta pelo meio ambiente, pode incentivar e se multiplicar”, disse. De acordo com ele, isso n�o tem rela��o direta com as obriga��es que a Renova tem com a recupera��o e repara��es da trag�dia. “Ao todo, ser�o recuperados 50 mil hectares em tr�s a��es diferentes. Ser�o 5 mil �reas de nascentes, mata ciliar ao longo dos 100 primeiros quil�metros mais atingidos, entre a �rea da Samarco e a Barragem de Candonga. E, por fim, falta a defini��o das �reas de reflorestamento que chegar�o a 40 mil hectares em pontos a serem definidos pelo Comit� Interfederativo formado depois do acidente. *O rep�rter viajou a convite da Funda��o Renova

A��o desde a inf�ncia

Plantar �rvores e discutir sobre um futuro em que as condi��es clim�ticas sejam cada vez menos destrutivas n�o � coisa apenas de adulto. O alem�o Felix Finkbeiner, hoje com 19 anos, desde crian�a se posicionou diante de um cen�rio nebuloso. Aos 9, para um trabalho escolar, pensou em salvar ursos-polares, quando percebeu que havia muita destrui��o por tr�s da amea�a � sa�de dos animais e fundou a Plantando pelo Planeta. O projeto, que previa a planta��o de um milh�o de �rvores em todos os pa�ses, e, com isso, diminuir os efeitos do aquecimento global, hoje tem a pretens�o de plantar um trilh�o de mudas – 150 para cada pessoa que vive na Terra e j� re�ne mais de 100 mil crian�as.