
De acordo com ela, a situa��o come�ou em agosto de 2016, quando discutiam em sala de aula a atitude de uma escola em conceder aos alunos o direito de escolher o pr�prio uniforme, segundo o g�nero com que se identificam. "Ele disse: 'Se fosse meu filho, eu matava'", contou La�s, que diz ter repreendido a atitude do colega. "Eu falei: 'Nossa, olha tudo o que eu passei na minha vida com minha fam�lia. Por que est� fazendo isso?'", explicou.
La�s comentou, ent�o, que foi a� que sua vida "virou um inferno". Segundo a estudante, ap�s ser questionado em sala de aula, o colega teria come�ado a amea��-la de diversas maneiras. "Ele come�ou a mandar bilhetes, e-mails, criou um Facebook fake, com v�rias amea�as, inclusive de estupro", afirmou. Uma das cartas recebidas por ela diz "rem�dio para sapatona (sic)", seguido de um desenho de um p�nis.
No entanto, La�s disse que o epis�dio mais recente de intoler�ncia foi no �ltimo s�bado, quando o agressor teria escrito "aberra��o" e desenhado chifres na foto de um banner de formatura da turma. "Minha amiga o viu fazendo, mas ele saiu correndo. Um professor, ent�o, disse para ela que apagasse o escrito para que eu n�o percebesse", explicou.
Den�ncia
La�s disse que desde o ano passado tem tentado formalizar a ocorr�ncia, sem sucesso. "Fui a v�rias delegacias, mas eles sempre diziam que esse era um caso de amea�a, e que eu procurasse outro local", contou. Ela tamb�m procurou a delegacia de mulheres, mas criticou o atendimento prestado pela unidade: "Fiquei cinco horas na delegacia, mas n�o fui atendida. Os policiais ficavam rindo, fazendo piada e n�o nos atendiam".
A estudante ent�o procurou, nessa ter�a-feira, o N�cleo de Atendimento e Cidadania da Popula��o LGBT (NAC/LGBT), que formalizou a ocorr�ncia.
Protesto
Ap�s os ataques, amigos e colegas de turma de La�s fizeram um abaixo-assinado online para pedir que a institui��o tome provid�ncias em rela��o ao estudante. At� a tarde desta quarta-feira, o documento j� chegava a quase 5 mil assinaturas. No texto, os alunos ressaltam que n�o � a primeira vez que o rapaz ataca a colega de forma preconceituosa. "Para os que ainda n�o est�o cientes do ocorrido, o aluno � preconceituoso e n�o esconde isso de ningu�m", escreveram.
Alguns estudantes da faculdade fizeram uma s�rie de cartazes repudiando as atitudes do colega. "Fora de moda ser homof�bico, para, que t� feio", "aberra��o � a sua ignor�ncia" e "homofobia � doen�a" foram alguns dos dizeres fixados nos corredores da Est�cio.
Posicionamento
Em nota, a Est�cio disse que "repudia qualquer forma de manifesta��o discriminat�ria" e que est�, entre as suas miss�es, "formar cidad�os conscientes do seu papel transformador na sociedade". Al�m disso, o centro universit�rio informou que agendou uma reuni�o com os envolvidos para que o caso seja apurado e as provid�ncias administrativas tomadas. O encontro est� previsto para esta quinta-feira, �s 17h.
*Estagi�rios sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie