A a��o da Pol�cia Federal no c�mpus da UFMG gerou indigna��o e protestos entre a comunidade universit�ria. Durante a manh�, poucas horas ap�s a deflagra��o da opera��o Esperan�a Equilibrista, um grupo foi at� a sede da PF para cobrar informa��es e protestar contra a condu��o coercitiva de professores. � tarde, representantes de sindicatos e movimentos sociais criticaram o que classificaram como “espet�culo midi�tico”.

Durante ato de protesto contra a opera��o da PF, diante da reitoria, no c�mpus da UFMG, o reitor Jaime Arturo Ram�rez afirmou que n�o teria problemas em prestar depoimento para esclarecer os fatos, caso fosse chamado a faz�-lo. “Queria dizer que a professora Sandra (Regina Goulart de Almeida, vice-reitora), eu e outras autoridades da universidade fomos conduzidos de forma coercitiva e abusiva pela Pol�cia Federal. Se tiv�ssemos sido intimados antes, n�s evidentemente ir�amos de livre e espont�nea vontade, como a universidade sempre fez. Temos o maior interesse em esclarecer todos os fatos. A UFMG nunca se curvou e jamais se curvar� ao arb�trio”.
Para sindicalistas, a opera��o da PF na UFMG teve tom pol�tico, com objetivo de intimidar docentes da institui��o que t�m se manifestado contra decis�es do governo federal sobre pol�ticas p�blicas para as universidades. Ontem � noite, em assembleia que reuniu professores, alunos e funcion�rios da UFMG, foram discutidas a��es de protesto contra a a��o policial.

A presidente da Central �nica dos Trabalhadores de Minas, Beatriz Cerqueira, afirmou que os investigadores condenam os investigados “antes de finalizar o processo e sem dar chance de defesa”. “N�o podemos aceitar que essa opera��o se torne um caso de uma vers�o s�. Que os envolvidos sejam condenados sem sequer ter acesso ao processo e direito de defesa. A UFMG se posicionou contra o sucateamento da universidade p�blica e acho que o objetivo � desqualificar seus integrantes.”
M�SICA E POL�MICA Os professores que participaram dos protestos contra a opera��o da PF questionaram o pr�prio nome da Opera��o Esperan�a Equilibrista, inspirado no trecho da m�sica O b�bado e a equilibrista, de Jo�o Bosco e Aldir Blanc. A m�sica � considerada um hino da luta pela anistia durante a ditadura militar, no fim dos anos 1970.
“O car�ter pol�tico dessa opera��o aparece j� no nome. Uma provoca��o clara aos que lutaram pela anistia no per�odo militar. Uma ironia lament�vel. O que eles querem dizer com isso?”, questionou Eli Iola Gurgel. Procurada para se posicionar diante das cr�ticas � opera��o, a assessoria de imprensa da Pol�cia Federal n�o se manifestou.
NAS REDES A opera��o ganhou destaque nas redes sociais ao longo do dia e foi um dos temas mais comentados na internet. V�rios �rg�os ligados ao ensino superior e sindicatos declararam apoio aos professores e � UFMG. Por meio de nota, a Comiss�o da Verdade de Minas Gerais criticou a “criminaliza��o” do ensino p�blico. “H� um evidente ataque de setores conservadores e autorit�rios contra universidades brasileiras e tudo que essas institui��es representam para o Brasil”, diz a nota.
Durante os protestos contra a opera��o da Pol�cia Federal na UFMG, um dos nomes mais citados foi o do ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina Luis Carlos Cancellier Olivo. Alvo de uma opera��o da PF e afastado do cargo na institui��o, ele se matou no in�cio de outubro.
O dirigente foi acusado de tentar desviar recursos que deveriam ser investidos em programas de educa��o a dist�ncia, mas sempre negou as acusa��es. Em carta que escreveu pouco antes de se matar, ele citou o “vexame e a humilha��o” a que foi submetido junto com outros colegas.
ENQUANTO ISSO...
...PUC MANIFESTA PREOCUPA��O
A Reitoria da PUC Minas divulgou nota informando acompanhar com preocupa��o a a��o policial envolvendo a UFMG. O texto destaca a compet�ncia dos �rg�os de controle e da PPF para apura��o de den�ncias, ao mesmo tempo em que defende “que tais a��es se deem dentro do amplo respeito � dignidade e aos direitos individuais e que as autoridades respons�veis n�o cedam � tenta��o da espetaculariza��o midi�tica”.