postado em 18/12/2017 10:02 / atualizado em 18/12/2017 15:26
Cunhado de Ana Hickmann participa de mais uma audi�ncia hoje (foto: Jair Amaral/EM/DA Press - 20/10/2017)
O promotor Francisco de Assis Santiago, do Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG), quer o j�ri popular e uma pena de seis a 20 anos de pris�o para o empres�rio Gustavo Henrique Bello Correa, cunhado da apresentadora Ana Hickmann. Na manh� desta segunda-feira ele participou de mais uma audi�ncia de instru��o no processo da morte de Rodrigo Augusto de P�dua. O homem tentou matar a apresentadora no ano passado em um hotel no Bairro Belvedere, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. Gustavo � acusado de matar o invasor de forma intencional.
“A minha posi��o � pela pron�ncia. � para levar o acusado ao julgamento. � minha posi��o e n�o vou recuar dela. Eu denunciei, eu tenho convic��o, e ela vem pelas provas do inqu�rito, mas pela prova t�cnica principalmente”, disse o promotor hoje � imprensa, pouco antes de entrar no F�rum Lafayette, onde a sess�o � realizada.
De acordo com o F�rum Lafayette, duas testemunhas devem ser ouvidas hoje, uma delas por carta precat�ria. A audi�ncia ser� conduzida pela ju�za Am�lin Aziz Sant'Ana, sumariante do 2º Tribunal do J�ri da capital.
“Voc� tem uma modera��o em uma leg�tima defesa”, explicou Francisco Santiago. “A lei n�o fala que voc� pode matar. Diz que voc� pode se defender, mesmo que ao se defender voc� venha a matar algu�m, � diferente. Ele j� tinha dominado, a v�tima estava dominada, ele deu tr�s tiros na nuca de algu�m com a arma encostada. Isso � crime de homic�dio, excesso doloso na leg�tima defesa. � essa a argumenta��o do Minist�rio P�blico”, disse o promotor. Questionado, ele respondeu que vai pedir uma pena de seis a 20 anos para Gustavo.
Ainda segundo o representante do MPMG, a decis�o sobre o caso deve vir em mar�o, j� que ainda h� outras fases do procedimento, entre elas a fase das alega��es finais, quando defesa e acusa��o se pronunciam.
O irm�o de Rodrigo Augusto, Helisson Augusto de P�dua, � uma das testemunhas que foram ouvidas hoje. � imprensa, ele disse que n�o esperava que o irm�o se envolvesse em um caso desse tipo e que a fam�lia continua abalada.
“Ningu�m sabe a dor do meu pai, s� olham meu irm�o como psicopata e bandido, mas eles esquecem que ele tem um pai e uma m�e. Um pai trabalhador. Uma m�e que batalhou a vida inteira para criar cinco filhos. Eles n�o sabem do dia a dia da nossa fam�lia. N�o sabem nada do que a gente vem passando no dia a dia, o que aconteceu na nossa vida ap�s a morte do meu irm�o, o ca�ula”, disse Helisson.
“A gente quer que a Justi�a seja feita, que a verdade realmente apare�a, que os fatos realmente mostrem o que aconteceu, porque meu irm�o pagou, morreu, perdeu a vida dele. Ele perdeu um futuro. Agora, quem matou tem que responder pelo que fez”, comentou o irm�o do homem. “Meu pai para ele a vida n�o tem mais sentido, a minha m�e chora todos os dias. Ele ele era muito grudado nela. Ele tinha um amor muito grande pela minha m�e”, disse Helisson, afirmando que n�o h� provas de que o irm�o atirou dentro do quarto de hotel.
(foto: Reprodu��o internet/Instagram)
Na semana passada, Gustavo Bello usou seu perfil no Instagram para questionar a a��o contra ele. “E l� vou eu para mais uma audi�ncia, provar o �bvio. Mais tempo perdido, mais desgaste emocional e mais dinheiro fora do bolso. Tudo porque, algu�m se achou no direito de dizimar a minha fam�lia e ainda est� sendo vitimado pelo minist�rio p�blico, que, com frequ�ncia, presta um desservi�o � sociedade”, disse, publicando uma mat�ria do em.com.br.
Nesta manh�, Ana Hickmann demonstrou apoio ao cunhado em uma postagem na mesma rede social. “Senhor hoje minhas ora��es e todos os meus pedidos s�o para o meu irm�o Gustavo. Proteja e cuida, de sabedoria e paz, mais uma vez de coragem e for�a ao meu cunhado, tire de perto dele todo o mal e que suas palavras mostrem a verdade que sempre foi. Am�m”, escreveu.
(foto: Reprodu��o internet/Instagram)
A audi�ncia terminou por volta das 11h30. Na sa�da, o advogado de Gustavo, Fernando Jos� da Costa, rebateu a acusa��o de que seus cliente agiu com inten��o de matar. "Querer sustentar que um segundo disparo em fra��o de segundos e um terceiro numa situa��o como aquela, depois de 25 minutos, 20 de pura amea�a com uma arma apontada na cabe�a, e mais 5 a 8 minutos em luta corporal, lutando pela vida e pela morte, n�o � leg�tima defesa? Repito: ele precisa estudar e entender um pouco mais o que � leg�tima defesa", pontuou o defensor.
"Eu sempre estive bem aliviado independente se a decis�o fosse favor�vel ou n�o porque eu fiz o que eu tinha que fazer para salvar minha fam�lia e minha vida. E eu faria exatamente tudo de novo porque eu n�o tive op��o. O que vai acontecer ou n�o eu deixo a cargo do meu advogado e da ju�za", dissse Gustavo Bello.
Den�ncia
Em 7 de julho de 2016, o Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) apresentou den�ncia por homic�dio doloso, quando h� inten��o de cometer o crime, contra o cunhado de Ana Hickmann. Gustavo Henrique Bello Correa foi enquadrado no artigo 121 do C�digo Penal, que prev� reclus�o de 12 a 30 anos por homic�dio qualificado.
A den�ncia foi em sentido oposto ao que a Pol�cia Civil apontou em investiga��o. O delegado Fl�vio Grossi, respons�vel pelo caso, pediu o arquivamento do inqu�rito alegando que ele teria agido em leg�tima defesa. P�dua foi morto com tr�s tiros na nuca, depois de lutar com Correa.
Na den�ncia, o promotor do Tribunal do J�ri do F�rum Lafayette, em Belo Horizonte, Francisco de Assis Santiago, aponta que Correa, ao iniciar embate corporal com P�dua, agiu em leg�tima defesa, mas excedeu essa condi��o e praticou homic�dio doloso. A principal prova disso, para a Promotoria, s�o os tr�s tiros dados na nuca do suposto f� da apresentadora. O agressor chegou ao quarto depois de render Correa e o obrigar a lev�-lo at� o quarto de Ana Hickmann, que estava com uma assistente. Os tr�s foram mantidos sob a mira de um rev�lver.
Em abril deste ano, Gustavo, sua defesa e peritos participaram de uma reconstitui��o do crime no hotel da capital mineira. A solicita��o foi aceita pelo Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG) em janeiro. Em julho, a Justi�a determinou o prosseguimento do processo.
Na primeira audi�ncia sobre o caso, realizada em 20 de outubro, foram ouvidos a apresentadora Ana Hickman, a assessora Giovana Oliveira, a sogra Maria Helena e o cabeleireiro J�lio Figueiredo, que na ocasi�o do ataque prestava servi�o modelo. Gustavo esteve presente em Belo Horizonte e se manifestou. “A gente n�o pode se arrepender do que n�o teve op��o. N�o foi uma briga de bar, eu n�o estava dirigindo alcoolizado, n�o foi nada disso. Ou eu faria ou eu n�o estaria aqui. Tenho tristeza de ter tirado uma vida, mas antes a dele que a minha”, afirmou.
J� o representante do Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG), promotor Francisco Santiago, que fez a den�ncia contra o cunhado da artista por entender que ele agiu com inten��o de matar e cometer homic�dio doloso, afirmou n�o acreditar na vers�o de Gustavo. “Eu tenho uma convic��o e me expressei em den�ncia que foi recebida pela ju�za N�o vejo at� hoje uma leg�tima defesa”, argumentou. (Com informa��es de Jo�o Henrique do Vale)