
A expectativa era receber entre 4 mil e 4,5 mil pessoas. Para quebrar a afli��o de quem estava na fila, entraram em cena os Doutores Palha�os de Belo Horizonte, que participaram da festa no restaurante pelo segundo ano consecutivo. Quase 30 volunt�rios interagiram com quem aguardava a vez de entrar, fazendo brincadeiras e distribuindo pirulitos – 10 mil no total. As crian�as foram � loucura. “Nosso objetivo � trazer uma palavra, um abra�o, um carinho, um olhar. Independentemente do Natal, isso deveria ser uma constante. Tem gente que n�o acredita quando a abra�amos”, diz a coordenadora do grupo, Juliane Bellico.
O ponto alto foi o encontro de Papai Noel com os doutores palha�os, momento em que a trupe � recrutada para continuar a festa no refeit�rio. Uma alegria s�. Beijos, abra�os, cantigas e muitas, mas muitas poses para fotos. Depois de uma luta e de ter a tradicional entrega de presentes no almo�o do restaurante comprometida pela crise – at� meados do m�s, M�rio de Assis, que h� 20 anos encarna o personagem nessa comemora��o, havia arrecadado poucas doa��es. Hoje, ele comemorou o resultado. Conseguiu 14 mil brinquedos, 3 mil livros de literatura infantil e 100 volunt�rios. “Quer coisa melhor para Papai Noel sorrir? A crise n�o vai superar o amor nunca”, disse.

A pequena Alice de Souza, de 4 anos, entrou no restaurante ao lado de Papai Noel, toda sorridente. O �nico presente dela e do primo Bryan Lucas seria ganho ali. Ela queria uma boneca do desenho infantil Frozen e ele um carrinho de controle remoto. A av�, Maria de F�tima Rosa, de 40, conta que at� hoje s� perdeu um almo�o de Natal no Restaurante Popular.
O menino Bernardo Vieira, de 6, estava com a irm�, Ana Clara Rodrigues Rocha Vieira, de 16, e a av�. Ele fez foto com Papai Noel e estava doido com mais um presente. A irm� dele contou que estava tudo preparado para o almo�o em casa, quando a av� decidiu que a refei��o seria fora. “Moramos no Centro e almo�amos sempre aqui. Minha av� quis vir para ele ganhar presente”, disse. A aposentada Ermida Ramalho, de 70, estava na fila para se servir e de olho em um dos livros. “Almo�o sempre aqui, mas � a primeira vez que venho para o Natal. J� at� dancei com os Doutores Palha�os. Tem que ser alegre. Para que tristeza?”
Quem saiu carregado foi o vendedor Rog�rio de Souza Marques, de 43, com brinquedo para o filho F�bio Henrique, de 10, e a neta Sofia, de 7 meses, e mais quatro filhos que ficaram em casa. Ursos de pel�cia gigantes, bonecas, uma caixa com boneco de super-her�i e livro. “O Papai Noel s� passou aqui. N�o tive dinheiro para comprar nada. Sem contar que a comida estava maravilhosa. Valeu a pena.”
