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Estado de Minas

Surto de febre amarela pode ter mesma origem do v�rus que matou 162 mineiros em 2017

Professor da Universidade Federal do Esp�rito Santo (Ufes) investiga se cepa do v�rus que circula em Minas e no Esp�rito Santo pode ser a mesma de S�o Paulo e Rio


postado em 29/01/2018 06:00 / atualizado em 29/01/2018 08:58


O surto de febre amarela, que provocou neste ano nova corrida aos postos de sa�de e trouxe o medo a locais onde nem sequer a vacina��o era recomendada, como S�o Paulo e Rio de Janeiro, pode ter como origem a mesma cepa de v�rus que matou 162 mineiros em 2017. A suspeita tem sido investigada por S�rgio Lucena, primat�logo e professor de zoologia da Universidade Federal do Esp�rito Santo (Ufes), que, desde o surto de 2016/2017, tem avaliado a din�mica da doen�a sobre as popula��es de primatas de Minas Gerais e capixabas, sendo tamb�m um dos respons�veis pela cria��o do Projeto Sentinelas, um observat�rio para o monitoramento dessas esp�cies. “Algo que tem�amos, naquela �poca, acabou acontecendo: a febre amarela permaneceu na mata atl�ntica, matando milhares de macacos e se expandindo para �reas onde a sua presen�a n�o era comum”, afirma o especialista.

De acordo com o �ltimo informe epidemiol�gico da Secretaria de Estado da Sa�de (SES), foram confirmados 47 casos de febre amarela e 25 mortes em Minas. Em S�o Paulo ocorreram 36 mortes e oito �bitos no Rio de Janeiro. A expectativa � de que ainda dure pelo menos mais uma semana o pico de transmiss�o da doen�a, iniciando seu decl�nio.

Segundo o bi�logo da Ufes, as a��es humanas propiciaram que a febre amarela se mantivesse ativa nas matas e se expandisse pelo Brasil. “J� foram identificadas cepas do v�rus que matou no ano passado em MG e no ES como sendo origin�rias da Amaz�nia. Ou seja, a doen�a est� circulando pelo Brasil, sendo levada pelos homens”, afirma. O especialista S�rgio Lucena diz que isso ocorre porque a maioria das pessoas � assintom�tica para a febre amarela, ou seja, contrai a doen�a, mas n�o desenvolve a sua fase mais aguda e mortal, ao mesmo tempo em que se torna uma fonte de contamina��o para mosquitos de outras regi�es por onde essa pessoa passa. “Essa � uma das formas mais importantes de alastramento da doen�a que observamos”, diz.

Al�m dessa forma, Lucena destaca outras duas como sendo as mais prov�veis de circula��o da febre amarela para �reas diferentes. “O tr�fico de animais, de primatas contaminados que fogem de seus cativeiros � uma forma de introdu��o do v�rus em �reas onde ele n�o existia. Mesmo com a fragmenta��o da mata atl�ntica, as rajadas de vento t�m sido capazes de arrastar os mosquitos que ficavam no interior de uma floresta para uma outra �rea, cobrindo extensa �rea.”.

(foto: Arte/EM)
(foto: Arte/EM)

MAIS PERTO O surto dos anos de 2016/2017 (julho) se concentrou especialmente na regi�o Leste de Minas e na regi�o Oeste do Esp�rito Santo. Neste ano, a doen�a se aproximou perigosamente da Grande BH, com casos em Brumadinho, Mateus Leme, Nova Lima, Rio Acima, Sabar� e Santa Luzia, alastrando-se para o Centro-Oeste e Sul de Minas. As regionais de sa�de de BH, Barbacena, Juiz de Fora, Itabira e Ponte Nova foram consideradas as mais graves. O subsecret�rio de Vigil�ncia e Prote��o � Sa�de de MG, Rodrigo Fabiano do Carmo Said, afirma ser complexo comprovar que veio de Minas e do Esp�rito Santo o v�rus da febre amarela que tem afligido �reas litor�neas do pa�s onde teoricamente a doen�a n�o circulava. “� dif�cil saber ao certo. Temos �reas em SP, no limite com MG, que registraram circula��o do v�rus, com epizootias (morte de animais) no ano passado. Parte j� era �rea de recomenda��o (para a vacina). Mas � not�rio que houve expans�o pr�xima �s �reas litor�neas e metropolitanas”, afirma.

O subsecret�rio concorda com o professor da Ufes que a causa desse alastramento est� intimamente ligada � devasta��o do meio ambiente. “� sabido e comprovado que a febre amarela se dissemina com grande intensidade em �reas com processo de degrada��o ambiental. Isso � um dos fatores mais prop�cios para a din�mica da doen�a, pois essa � uma doen�a silvestre, est� ligada �s matas, aos mosquitos das matas e aos macacos das matas”, observa Said. Conforme avalia��o do subsecret�rio, os surtos de febre amarela s�o sazonais e o decl�nio da doen�a est� pr�ximo. “N�o que isso v� reduzir a aten��o e nossas campanhas. Ainda estamos em alerta, pois temos, pelo menos, mais uma semana de transmiss�o importante. S�o, em m�dia, cinco semanas de transmiss�o e o decl�nio vem no in�cio de fevereiro, registrando, depois, apenas casos pontuais.”

Outra semelhan�a desse surto com o do ano passado � o perfil dos doentes. A maioria � composta por homens, com idade por volta dos 45 anos, sem hist�rico de vacina��o e com contato �ntimo com matas, seja por trabalho ou outro tipo de atividades. “� um perfil muito dif�cil de aderir �s campanhas de vacina��o. Por isso � preciso fazer a busca, de casa em casa, conferindo os cart�es de vacina��o”, afirma o subsecret�rio.


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