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Estado de Minas

Vazamento compromete pente-fino na Penitenci�ria Nelson Hungria

�udios que circularam pela internet na ter�a-feira indicam que presos sabiam da opera��o de ontem no complexo em busca de objetos escondidos e de dados sobre a cadeia


postado em 01/02/2018 06:00 / atualizado em 01/02/2018 07:22

Movimentação na Nelson Hungria: a operação na penitenciária começou às 5h30. Seap garante que a ação não foi resposta à tensão do fim de semana (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press )
Movimenta��o na Nelson Hungria: a opera��o na penitenci�ria come�ou �s 5h30. Seap garante que a a��o n�o foi resposta � tens�o do fim de semana (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press )


A aposta na tecnologia por meio de c�meras com vis�o t�rmica e noturna para fazer uma varredura completa na penitenci�ria de seguran�a m�xima Nelson Hungria, em Contagem, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, depois de um fim de semana de tens�o vivido dentro e fora do pres�dio, acabou prejudicada por um vazamento de informa��es. �udios que circularam pela internet na noite de ter�a-feira, inclusive recebidos pelo presidente da Comiss�o de Assuntos Carcer�rios da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB/MG), F�bio Pil�, indicam que tanto os presos quanto os agentes penitenci�rios j� sabiam na noite anterior que haveria a opera��o, o que pode ter facilitado a vida dos detentos. Em um dos �udios, uma pessoa que supostamente � um preso diz que o pres�dio estava preparando comida para 400 agentes do sistema prisional. Segundo o suposto preso, isso indicaria uma interven��o na cadeia ou treinamento, mas ele “n�o pagaria para ver”. A opera��o de fato ocorreu com o apoio do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) m�vel, que disp�e de duas c�meras com zoom de at� dois quil�metros, capazes de identificar objetos escondidos pela temperatura e com vis�o noturna.


Por volta das 5h30, os respons�veis pela opera��o come�aram a chegar � cadeia. Segundo a Secretaria de Estado de Administra��o Prisional (Seap), o trabalho n�o era um simples pente-fino, mas sim uma a��o muito mais complexa para ampliar as informa��es relativas �s condi��es estruturais da unidade e, consequentemente, melhorar a quest�o da seguran�a. A pasta informou tamb�m que a opera��o n�o foi motivada pelo fim de semana de tens�o na Nelson Hungria, que come�ou no s�bado com a fuga de oito presos de um dos anexos, passou por um in�cio de motim dos detentos, teve falta de �gua nos pavilh�es e terminou com amea�as divulgadas em v�deo e concretizadas com a queima de um �nibus em Contagem no domingo. Na ocasi�o, os autores do ataque deixaram um bilhete reclamando da opress�o na cadeia. A Seap n�o divulgou o que apreendeu ontem com os detentos.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


Se por um lado a Seap n�o admite rela��o entre a opera��o de ontem e o �ltimo fim de semana de turbul�ncia, o advogado F�bio Pil� discorda e acredita que a rela��o seja direta. “Claro que sim, a opera��o foi motivada pelos v�deos gravados de dentro da penitenci�ria durante os acontecimentos do fim de semana. Os pavilh�es dos anexos t�m sim celulares e por isso a Seap resolveu fazer essa opera��o”, diz o presidente da Comiss�o de Assuntos Carcer�rios da OAB/MG. Pil� destaca tamb�m que a efic�cia do trabalho foi colocada em xeque a partir do momento em que ele recebeu, na noite de ter�a-feira, dois �udios que adiantavam a possibilidade da opera��o. Em um deles, um homem que demonstra ser funcion�rio do sistema prisional alega ter recebido mensagem de pelo menos tr�s outros agentes, de outras unidades, relatando sobre uma convoca��o para atua��o na Nelson Hungria.

J� no outro �udio, um segundo homem, que parece ser um preso, disse ter ficado sabendo da presen�a de 400 homens do sistema prisional na cadeia e da necessidade de preparar comida para o grupo na noite de ter�a-feira, al�m da presen�a dos homens e mulheres do Comando de Opera��es Especiais (Cope) da Seap. “Isso mostra que a opera��o vazou. A Seap precisa investigar na pr�pria carne, porque se tem celular e droga dentro da penitenci�ria e presos fugindo � porque alguma coisa est� acontecendo. Nesse caso, o ideal � contar com uma investiga��o profunda e t�cnica comandada pelo Minist�rio P�blico ou pelo Departamento de Opera��es Especiais (Deoesp) da Pol�cia Civil”, afirma o advogado.

Centro Integrado de Comando e Controle móvel usado na operação tem câmeras com visão térmica e noturna (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Centro Integrado de Comando e Controle m�vel usado na opera��o tem c�meras com vis�o t�rmica e noturna (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)


TECNOLOGIA Ontem, a opera��o contou com a presen�a do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) m�vel, que � responsabilidade da Secretaria de Estado de Seguran�a P�blica (Sesp). A carreta tem 12 esta��es de trabalho e, segundo o diretor Leonardo Caputo, pode acessar todos os sistemas criminais para r�pida identifica��o de envolvidos em delitos. O principal diferencial que esteve funcionando na Nelson Hungria, segundo Caputo, foram duas c�meras, que podem chegar a 30 metros de altura e t�m um zoom de at� dois quil�metros, com vis�es t�rmica e noturna. As duas funcionalidades podem ajudar a encontrar objetos escondidos e dispersados pelos presos. Al�m disso, outras quatro c�meras d�o a vis�o do per�metro externo do caminh�o.

SEGURAN�A Em nota, a Seap informou que a opera��o de ontem faz parte um planejamento da pasta e que o trabalho j� ocorreu em outras unidades prisionais do estado. O objetivo era verificar condi��es de infraestrutura, planejamento, intelig�ncia, seguran�a, atendimento aos presos e recursos humanos, tudo para ampliar informa��es e aumentar seguran�a. “Entre as atividades operacionais, destaca-se a realiza��o de vistoria em todas as celas pelo Cope, observando-se as determina��es legais que regem a mat�ria. Entre as atividades administrativas e de atendimento ao preso, destacam-se a defini��o de fluxos internos e procedimentais, a coleta de informa��es a respeito das condi��es de infraestrutura predial, fortalecimento de a��es voltadas para a ressocializa��o do preso e melhores condi��es de trabalho para os servidores”, diz a nota.

Sobre as suspeitas de vazamento levantadas pelo advogado F�bio Pil�, a Seap disse, tamb�m por meio de nota, que “n�o comenta falas de pessoas que n�o conhecem a gest�o prisional”. Informou ainda que apura sobre v�deos e �udios “supostamente” gravados no interior da Nelson Hungria “no �mbito de suas atribui��es, sendo que, quando as den�ncias ultrapassam as atribui��es da Secretaria s�o comunicadas �s autoridades com poder de investiga��o criminal”.

 

 

Entenda o caso


 

No �ltimo fim de semana, o cen�rio de tens�o marcou o clima na Nelson Hungria. No s�bado, oito presos fugiram de um dos anexos. No mesmo dia, detentos come�aram a divulgar v�deos na internet reclamando de falta de �gua e que essa quest�o seria uma repres�lia da unidade devido � fuga. Al�m disso, os presos amea�aram praticar a��es de viol�ncia se nada fosse feito. A Copasa esclareceu que houve um problema no abastecimento, que foi resolvido no mesmo dia, mas a demora para encher as caixas da penitenci�ria manteve a ira dos detentos, que chegaram a amea�ar o juiz respons�vel pela Vara de Execu��es Criminais de Contagem. No domingo, um �nibus foi incendiado na Avenida Jo�o C�sar de Oliveira, em Contagem, e um bilhete pedindo o fim da opress�o na cadeia foi deixado pelos marginais. Ontem, a Secretaria de Estado de Administra��o Prisional (Seap) desencadeou a opera��o na unidade.


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