
A promessa de prote��o contra a “besta” no dia do apocalipse era o principal argumento com que l�deres da seita religiosa conhecida como Comunidade Evang�lica Jesus, a Verdade que Marca atra�a fi�is, que eram submetidos a longas jornadas de trabalho, sem remunera��o. A comunidade foi alvo de uma opera��o da Pol�cia Federal (PF) realizada em Minas Gerais, S�o Paulo e Bahia, em conjunto com o Minist�rio do Trabalho, para apurar os crimes de redu��o de pessoas a condi��o an�loga � de escravo, tr�fico de pessoas, estelionato, organiza��o criminosa, falsidade ideol�gica e lavagem de dinheiro, que podem levar a at� 42 anos de pris�o. Ao menos 13 pessoas foram detidas.
As investiga��es apontaram que os fi�is eram atra�dos em uma igreja de S�o Paulo e levados para as comunidades, onde eram submetidos a trabalho escravo. Tamb�m prestavam servi�os em diferentes com�rcios ligados a seita. “Eles captavam fi�is, que posteriormente se transformam em trabalhadores fi�is e traziam para o Sul de Minas, Bahia e Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, onde eram colocados em casas comunit�rias e estabelecimentos comerciais dos mais variados. V�o desde a pastelaria at� a oficina mec�nica, al�m de fazendas onde h� produ��o de frutas e verduras, sem que recebam um centavo pelo trabalho”, explicou o delegado Alexsander de Castro, um dos respons�veis pelo caso.
Os l�deres da seita utilizavam a religi�o para atrair os fi�is. “A promessa � que a besta est� vindo e que dentro das comunidades n�o iria alcan��-los no dia do apocalipse e no ju�zo final. � sempre um argumento religioso. � um processo de lavagem cerebral que d� muita pena nas pessoas. Eles realmente acreditam que se sa�rem dali o governo colocar� um chip na cabe�a deles. Na tev� deles, chamam os agentes estatais de objeto do dem�nio”, disse o delegado.
Os alvos da opera��o eram os l�deres da quadrilha. “S�o 22 que classificamos como l�der da seita. O pastor, que � o grande l�der, seus dois principais assessores em S�o Paulo, que est�o presos, e todos que coordenam as atividades nas diversas cidades em que est�o atuando”, afirmou o delegado. As investiga��es apontaram que o grupo estava ampliando as atividades no Sul de Minas, Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte e na Regi�o Central da Bahia, com a compra de grandes terrenos. “H� indicativos de que estavam prospectando grandes terrenos em Tocantins”, comentou Castro.
As investiga��es tiveram in�cio em 2011, quando a seita migrava as atividades de S�o Paulo para Minas Gerais. Dois anos depois, foi deflagrada a opera��o Cana�, em que as propriedades rurais e empresas foram inspecionadas. Em 2015, a segunda fase da a��o, chamada de “De volta para Cana�”, terminou com a pris�o de cinco dos l�deres da seita.