Um tapa no rosto. Este � o motivo alegado por Mirio Ferraz Soares, de 28 anos, para assassinar a ex companheira, de 17 anos, e o filho dela, de sete meses. Os corpos das v�timas foram encontrados na noite dessa segunda-feira em Nova Lima, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo a Pol�cia Civil, uma bra�adeira teria sido usada para estrangular a m�e e a crian�a. Os dois estavam desaparecidos desde 15 de janeiro. As investiga��es apontaram que o homem chegou a mandar mensagens do celular da garota, se passando por ela, para a fam�lia dela dizendo que precisava de um tempo longe e retornaria quando o filho completasse um ano.
As investiga��es do crime come�aram ainda em janeiro quando o desaparecimento das v�timas foi denunciado � pol�cia. “Dois dias depois do desaparecimento, em 15 de janeiro, a m�e da jovem relatou o sumi�o da filha e do neto. Como a delegacia de desaparecidos trabalha em plant�o, de imediato saiu uma equipe para o trabalho de investiga��o, ouvindo pessoas. Tudo foi caminhando para a percep��o que teria acontecido um duplo homic�dio”, explicou o delegado Rog�rio de Melo Franco, um dos respons�veis pelo caso, junto com a delegada Maria Alice Faria.
Uma das suspeitas que levou � pol�cia a tratar o desaparecimento como homic�dio, foi mensagens recebidas pela fam�lia da jovem pouco tempo depois do sumi�o. “As suspeitas v�o desde mensagens que foram enviadas do celular, logo ap�s a morte dela endere�adas a familiares. Nelas, falava que estava tudo tranquilo e que queria dar um tempo na fam�lia e s� retornaria quando o filho tivesse um ano. As mensagens estavam em um linguajar que n�o era apropriado e adequado para a pr�pria jovem. A Pol�cia Civil percebeu nitidamente que precisava aprofundar as investiga��es”, disse Franco.
Nessa segunda-feira, equipes do Departamento de Investiga��o de Homic�dios e Prote��o � Pessoa (DHPP), foram at� a Avenida dos Diplomatas, Nova Lima, onde encontraram os dois corpos. Os restos mortais estavam em um lix�o. De acordo com o delegado Rog�rio Franco, M�rio confessou o assassinato e contou como tudo aconteceu.
“Ele conta que permaneceu com ela, e, posteriormente, ao levar ao ponto de �nibus junto com o filho, as 2h, ela teria o agredido. A partir dai, ele teria a estrangulado. Diz, tamb�m, que o filho caiu e se machucou. Ele colocou a m�o no pescocinho dele e percebeu que tinha morrido. Com isso, jogou ambos no buraco, em um lix�o de dep�sito de dejetos. Jogou galhos e empurrou terra. Posteriormente, trabalhou uns tr�s quatro dias nas proximidades, o que demonstra frieza”, afirma o delegado.
Para Franco, o crime foi premeditado. “Logo ap�s o ataque, passou a mensagem para os familiares tranquilizando. Ent�o, portanto foi algo preparado, algo que se preparou, usou de meio de ardil, insinuoso, meios cru�is, e, agora, ap�s n�s localizarmos (os corpos) disse que colocou uma bra�adeira no pesco�o tanto da m�e quanto no pr�prio filho. A bra�adeira da corpo da m�e foi localizado”, completou.
As investiga��es apontam que o crime foi cometido por desentendimento entre o casal em rela��o ao pagamento de pens�o. “Cita (o preso) que ela estava pedindo valores e que ele precisava seguir a vida. N�o tinha necessidade disso. Tem que se preservar a vida humana, principalmente de uma crian�a. Ent�o, � um crime de mais de 25 anos de pol�cia, surpreende a toda equipe, e � de grande reprobabilidade social”, diz o delegado, que completa. “� uma pessoa ign�bil, uma pessoa que eu desejo que viva muitos anos, que tenha muitas ins�nias na cadeia e que ele possa ter em sua mente assassina a figura e o sorriso do filho dele, que certamente ele pegou no colo, e essas mesmas m�os mataram e o jogaram no lix�o. Essa pessoa, sim, � uma esc�ria humana, um lixo, uma anomalia humana”.
Confiss�o
Ao ser apresentado nesta ter�a-feira, M�rio pediu desculpas aos familiares dele e da ex-companheira. Afirmou que estava fora de si no momento do assassinato e que se descontrolou ao ser agredido. “ Somente o pessoal que me conhece, realmente, sabe que eu, em mim, n�o teria coragem de fazer. Tudo isso foi porque nunca tomei um tapa na cara, nem pela minha m�e. Depois que me deu um tapa na cara perdi o controle e aconteceu isso que aconteceu”, disse.
Ainda durante a apresenta��o, o homem disse que a ex-companheira teria se irritado com o fato que a atual mulher dele est� gr�vida. “Pelo fato de eu comunicar a ela que minha mulher, a minha atual, estava gr�vida, ela perdeu o sentido de si, e veio a me agredir”, contou.