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Estado de Minas

Moradores de Congonhas ainda temem rompimento de barragem

Passados mais de quatro meses desde teste de sirene nas comunidades abaixo da barragem da CSN em Congonhas, moradores afirmam que inseguran�a prossegue e secret�rio cobra rapidez


postado em 09/04/2018 06:00 / atualizado em 09/04/2018 06:56

Enquanto base do reservatório de rejeitos passa por obras, moradores como Antônio Pereira se queixam de falta de informações(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
Enquanto base do reservat�rio de rejeitos passa por obras, moradores como Ant�nio Pereira se queixam de falta de informa��es (foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)

Congonhas – A simples men��o do perigo que a Barragem Casa de Pedra representa faz a gari Irene Maria dos Santos, de 62 anos, levar as m�os ao rosto, numa express�o de desespero. “Essa preocupa��o n�o passa. N�o durmo direito, n�o tenho sossego. Meu marido tem 76 anos, � doente, n�o sai da cama. N�o sei o que fazer se a barragem estourar, para onde correr, o que vai ser dele”, afirma. O drama de Irene e do marido � o mesmo de cerca de 4.800 pessoas que vivem nos bairros Cristo Rei, Residencial e Lucas Monteiro, todos sujeitos a impactos em caso de rompimento do reservat�rio de rejeitos operado pela Companhia Sider�rgica Nacional (CSN), em Congonhas. E essa apreens�o � agravada por uma sensa��o de que nada tem sido feito. Passados mais de quatro meses desde um teste de sirene em 26 de novembro �ltimo, a esta��o chuvosa entrou e passou sem que nenhuma forma efetiva de treinamento ou instru��o de salvamento tenha sido dada �s comunidades na chamada Zona de Auto-Salvamento (ZAS).

H� mais de um m�s, em 1º de mar�o, uma reuni�o de trabalho envolvendo a Prefeitura de Congonhas, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), o Corpo de Bombeiros e representantes da CSN chegou a ser marcada para organizar uma data de treinamento, mas foi cancelada e n�o tem, ainda, nova previs�o para ocorrer. Enquanto isso, moradores se sentem desamparados e temem que tudo acabe esquecido. “De efetivo, o que temos, at� agora, � um teste de duas sirenes, sendo que uma n�o atingiu volume suficiente para alertar ningu�m. � muito pouco para garantir a seguran�a de uma comunidade que fica a 250 metros de uma barragem de rejeitos como a de Casa de Pedra”, afirma o diretor da Uni�o das Associa��es Comunit�rias de Congonhas (Unaccon), Sandoval de Souza.

A prefeitura, pela primeira vez, criticou a morosidade dessas a��es. “Os �rg�os envolvidos precisam de maior celeridade, pois a demora, muitas vezes, pode nos remeter a uma paralisa��o dos trabalhos e a um retrocesso. � preciso maior engajamento, sobretudo das empresas. Um plano de a��o emergencial e de contingenciamento de gaveta � o mesmo que nada. Ele tem de ser compartilhado com a sociedade”, disse o secret�rio de Meio Ambiente de Congonhas, Neylor Aar�o.

"Se o pior acontecer, ser� um salve-se quem conseguir" - Ant�nio Pereira, morador (foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)
As rotas de fuga estabelecidas tamb�m est�o sendo criticadas, por n�o ser claras, n�o contar com treinamento suficiente, levar a locais inapropriados e at� mesmo perigosos. “Aqui ningu�m sabe para onde tem de correr se o pior acontecer. Vai ser um Deus nos acuda, um salve-se quem conseguir”, define o aposentado Ant�nio Pereira Maia, de 56 anos, morador do Bairro Residencial. “� uma situa��o que precisa ser revista. Os pontos de salvamento n�o oferecem condi��es ideais no que diz respeito a manuten��o, e a sinaliza��o n�o apresenta clareza. Muita coisa precisa ser melhorada”, considera o secret�rio Neylor Aar�o.

A preocupa��o com a seguran�a da Barragem Casa de Pedra, que cont�m quase 10 milh�es de metros c�bicos de rejeitos de min�rio de ferro, n�o � a �nica que envolve o grupo CSN, como v�m revelando reportagens do Estado de Minas. O EM mostrou, em 19 de mar�o, que o Minist�rio P�blico de Nova Lima conseguiu liminar e interditou as barragens B2 e B2 Auxiliar do Complexo Miner�rio de Fernandinho, em Rio Acima, depois de laudos considerarem as estruturas sob “risco iminente de ruptura”, amea�ando o meio ambiente e at� a capta��o de �gua da capital mineira e da Grande BH, no Rio das Velhas, que corre a menos de sete quil�metros de dist�ncia.


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