
O c�u nublado e o friozinho no alto da montanha n�o desanimaram – pelo contr�rio, aumentaram a disposi��o e o empenho de moradores da regi�o da Serra da Moeda e ambientalistas em defesa do maci�o que sofre impactos da atividade miner�ria, amea�as constantes �s nascentes, al�m de conflitos devido ao uso do recursos h�dricos e os reflexos da especula��o imobili�ria. Na manh� de ontem, como � tradi��o no feriado de 21 de abril, milhares de pessoas participaram da 11ª edi��o do Abrace a Serra da Moeda, no local conhecido como Topo do Mundo, em Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A organiza��o n�o-governamental (ONG) Abrace a Serra da Moeda, promotora do ato p�blico, estimou em cerca de 8 mil o n�mero de pessoas que subiram o morro para formar a corrente humana em prol da preserva��o ambiental.
“Se tivesse ocorrido antes, o licenciamento para o empreendimento teria passado pelo crivo da APA”, afirmou Beatriz. Estavam presentes moradores de Brumadinho, Moeda, Belo Vale, Itabirito, Congonhas e Belo Horizonte, e um dos momentos emocionantes, �s 12h05, se deu quando bandeiras brancas se agitaram e os grupos deram um abra�o simb�lico.
Em 11 anos de atividades, o movimento colheu frutos positivos, diz Beatriz, embora a �rea esteja sempre sob grande press�o. A maior luta, afirma, � que a Serra da Moeda seja declarada, pelo estado, Monumento Natural de Minas, a exemplo do que j� ocorreu com o Monumento Natural Municipal M�e D’�gua, iniciativa de Brumadinho. A iniciativa, conforme os ambientalistas, ser� o �nico instrumento jur�dico efetivo para evitar a degrada��o completa. A cria��o do M�e D’�gua foi resultado da intensa mobiliza��o e os grupos querem informa��es concretas sobre a Mina da Serrinha. Pela mobiliza��o, o Abrace a Serra da Moeda recebeu, ontem, um certificado da Ag�ncia de Desenvolvimento da RMBH.
DEFESA DA �GUA Um grupo das comunidades de Lagoa, Ribeir�o, Col�gio e Coronel Eurico, em Brumadinho, fez quest�o de dizer “presente”. Estavam juntos, com bandeiras e entusiasmo, Luciene Santos Braga e o filho Pedro Emanuel, os irm�os Ronald Felismino Gomes, de 16 anos e Amanda, de 12, com a prima J�lia Gabriele, de 11, Margarete Moreira e Adriane Helo�sa Braga. “� a primeira vez que venho. Acho importante apoiar este movimento para garantir a preserva��o das nascentes”, disse Ronald.
Fam�lias inteiras, casais de namorados, estudantes e crian�as deram as m�os para ajudar a proteger o meio ambiente. Moradora da comunidade de Suzana, em Brumadinho, T�nia Regina de Amorim, de 56, levou a filha Rafaela, de 7, e tamb�m agitou bandeiras. Da mesma forma, participaram do protesto o estudante Matheus Felipe, de 18, de C�rrego Ferreira, com a namorada Thaislla, de 17, de Suzana, e o irm�o dele, Henrique Natha, de 6. Residentes em Aranha, os colegas da Escola Municipal Leon Renault, Andrey Pacheco Fagundes, de 13, e Wrian Rosemberg Leandro de Freitas, de 16, uniram a for�a das palavras. “Sem �gua, n�o somos nada”, destacou Wrian, enquanto o amigo lembrava que tudo deve ser feito para n�o deixar “as nascentes morrerem”.
RESPOSTA Em nota, a Semad esclarece que “todas as autoriza��es ambientais s�o analisadas de acordo com estudos e relat�rios de impacto ambiental (Eia/Rima) apresentados pelo empreendedor e seguem o rigor estabelecido na legisla��o ambiental”. E “n�o h�, na Serra da Moeda, nenhuma atividade desenvolvida que esteja irregular, todas as atividades foram licenciadas pelo estado, tanto o distrito Industrial quanto � empresa (de refrigerantes).
A nota diz ainda que “atualmente est� em andamento uma pesquisa hidrogeol�gica realizada pela empresa, acompanhada pelo Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MP), por meio do Instituto de Pesquisas Tecnol�gicas (IPT) da Universidade de S�o Paulo (USP) e pela Semad”. A pesquisa, acrescenta a nota, tem data para conclus�o em agosto de 2018. “Quando da conclus�o, ser� poss�vel afirmar se o aqu�fero subterr�neo da regi�o tem possibilidade de ser utilizado para abastecimento p�blico ou n�o. Se for constatado que o aqu�fero n�o pode ser utilizado para abastecimento p�blico, a concession�ria de �gua do munic�pio de Itabirito, que � respons�vel pelo abastecimento, dever� providenciar outra forma abastecimento para os demandantes”. A empresa tamb�m estar� inclu�da nesse caso.
Sobre a Mina da Serrinha, “n�o h� nenhuma solicita��o de licenciamento para esta unidade. “A mina encontra-se paralisada e a empresa tem a obriga��o de cumprir com as normas de regulariza��o no que diz respeito a n�o causar impactos ambientais. Portanto, n�o existe nenhuma atividade de lavra no local, apenas atividades de conten��o para que impactos ambientais n�o aconte�am na �rea de abrang�ncia da atividade miner�ria.”