
"Dizem que eu s� poderei voltar a mexer l� daqui a um ano e meio", diz o trabalhador, que iniciou negocia��es com a empresa para ser indenizado. "Estou desanimado. A firma � muito rica e eu sou pobre. Vamos ver o que acontece", afirma. Na �rea atingida n�o havia constru��es, mas pasto para o gado. No momento do estouro, o produtor rural, que mora com a mulher e dois filhos em um terreno do pai, tamb�m na regi�o, tinha na �rea 14 cabe�as de gado, que conseguiu salvar.
O vazamento do min�rio da Anglo American que deixou Ant�nio sem trabalho atingiu tamb�m o ribeir�o Santo Ant�nio do Grama, respons�vel pelo abastecimento de �gua da cidade, que tem cerca de cinco mil habitantes. Depois do primeiro vazamento, moradores relatam ter ficado uma semana sem �gua nas caixas.
A popula��o diz ainda que a distribui��o de �gua por caminh�es pipa, organizada pela mineradora, s� come�ou dois dias depois do vazamento do min�rio. "Ficar dois dias sem �gua pra tomar banho e at� para fazer comida? Foi muito ruim", relata o servente de pedreiro Marcio C�lio Maia, de 33 anos, que tem uma filha e mora com o irm�o. O que "salvou", segundo ele, foi uma bica d’�gua que existe na �rea urbana do munic�pio. "Era o dia inteiro transportando �gua em garrafas de dois litros, s� pra fazer comida e caf�. Para tomar banho, n�o dava", conta Maria das Gra�as Flores Reis.
Depois do primeiro estouro do mineroduto, um outro ponto de capta��o de �gua foi montado para abastecimento da cidade. Com isso, no segundo vazamento, o fornecimento n�o foi prejudicado. Essa � a capta��o que vem garantindo �gua na cidade hoje.
Sobre a indeniza��o aos moradores, a Anglo American afirma que "n�o comenta sobre negocia��es individuais". Em rela��o � falta d’�gua ocorrida na cidade, por causa do primeiro vazamento, a empresa disse que"“a capta��o de �gua em Santo Ant�nio do Grama foi interrompida no dia 12 e que a popula��o passou a ser atendida com caminh�es-pipa e gal�es de �gua mineral". Segundo a empresa, j� foi conclu�da a constru��o de uma nova adutora, "garantindo uma segunda op��o de fornecimento de �gua para a cidade de forma permanente". As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.