
Seis meses depois de o primeiro e �nico teste com as sirenes que podem alertar as cerca de 4,8 mil pessoas que vivem amea�adas pela Barragem Casa de Pedra, em Congonhas, em caso de rompimento da estrutura, o novo teste de acionamento do equipamento de seguran�a, marcado para amanh�, acabou sendo cancelado para que os �rg�os estaduais envolvidos economizem combust�vel. A recomenda��o foi da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec). O documento que foi encaminhado pelo �rg�o estadual �s associa��es comunit�rias, prefeitura, Corpo de Bombeiros Militar, Companhia Sider�rgica Nacional, que � a operadora da barragem, foi assinado pelo tenente-coronel Rodrigo de Faria Mendes, coordenador-adjunto da Cedec. O motivo � o momento de paralisa��es e manifesta��es contra os tributos dos combust�veis, que imp�s um uso racional desse recurso para que n�o falte a servi�os tidos como de maior prioridade. Mesmo ap�s o Minist�rio P�blico ter atestado que atualmente a barragem se encontra est�vel, desde 2013 essa estrutura, que cont�m mais de 10 milh�es de metros c�bicos de rejeitos de min�rio de ferro, apresenta fragilidades estruturais que v�m sendo corrigidas e amea�am tr�s bairros na cidade hist�rica, a 60 quil�metros de Belo Horizonte, na Regi�o Central de Minas Gerais.
“Visando � otimiza��o do uso de combust�vel para a garantia dos servi�os de seguran�a p�blica e sa�de em todo o estado, houve cancelamento de agendas e eventos de secretarias e demais �rg�os estaduais que demandem deslocamentos”, diz o documento. A informa��o frustrou mais uma vez a comunidade, que vive tensa sob as atividades de minera��o que chegam a ocorrer a pouco mais de 200 metros das casas dos Bairros Cristo Rei, Residencial Gualter Monteiro e Lucas Monteiro. Um poss�vel rompimento representaria uma trag�dia para as vidas dessas comunidades, al�m de uma devasta��o ambiental sobretudo porque o Rio Maranh�o corre logo abaixo do barramento e des�gua no Rio Paraopeba, um grande manancial de abastecimento da Grande BH e tamb�m importante afluente do Rio S�o Francisco.
Sem remarcar o teste, o documento encaminhado pelo coordenador-adjunto menciona apenas a disposi��o em manter a atividade. “Esta Cedec reconhece a grande import�ncia dos simulados em ep�grafe, ao que se coloca � disposi��o e dar� todo apoio necess�rio � realiza��o das aludidas atividades na data oportuna mais pr�xima poss�vel”, diz o comunicado, sem especificar alguma data ou sequer estimar.
N�o apenas o cancelamento, mas tamb�m a postura de considerar o teste de acionamento de sirenes como um “exerc�cio simulado” deixaram mais uma vez pairando um clima de frustra��o para as comunidades amea�adas em Congonhas. “Anunciaram que seria s� teste de sirenes, no domingo pr�ximo. A Defesa Civil do Estado (Cedec) est� tratando como simulado ou como exerc�cio simulado”, salienta o diretor da Uni�o das Associa��es Comunit�rias de Congonhas (Unaccon), Sandoval de Souza. De acordo com ele, mais uma vez a popula��o acaba sendo privada de orienta��es e recomenda��es de como se agir em caso de uma trag�dia, para que consiga salvar suas vidas e as dos seus familiares. “O primeiro evento, que tamb�m foi chamado de simulado, n�o passou de um acionamento de uma das sirenes, e que foi t�o baixo que nem os vizinhos do aparelho puderam distinguir o ru�do em meio aos seus afazeres”, afirma.
Atualmente, h� cinco aparelhos de sinaliza��o sonora instalados nas �reas de inunda��o da Barragem Casa de Pedra, mas apenas uma est� preparada para os bairros, sendo que as demais se posicionam sobre a estrutura do barramento, para alertar os funcion�rios da CSN, e as outras tr�s em �reas pouco povoadas e de atividades de outras mineradoras. Sinaliza��es e demarca��es de �reas de fuga, pontos de encontro e �reas de autossalvamento foram feitas pela prefeitura e a mineradora, mas muitas delas t�m sido questionadas, o que apenas poder� ser definitivamente resolvido ap�s a realiza��o de exerc�cios com a comunidade amea�ada.