Oxig�nio para a sa�de p�blica em Belo Horizonte. Com os servi�os sob amea�a de colapso diante da greve no maior pronto-socorro do estado, falta de insumos em outras unidades da rede estadual e consequente sobrecarga nas unidades de pronto-atendimento da prefeitura, o secret�rio municipal da �rea, Jackson Machado Pinto, anunciou na tarde desa quarta-feira um repasse de R$ 60 milh�es do governo do estado para a capital, via Fundo Municipal de Sa�de. Um ter�o da quantia foi transferido na ter�a-feira, possibilitando a compra de medicamentos e insumos b�sicos.
Apesar da destina��o da verba � capital, segundo a prefeitura a libera��o foi condicionado pelo governo do estado ao repasse de parte dos R$ 20 milh�es a entidades da pr�pria sa�de estadual. Assim, R$ 9 milh�es se destinaram apenas ao Hospital Risoleta Tolentino Neves, em Venda Nova, e outros R$ 3,1 milh�es foram para a Funda��o Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). Os R$ 7,9 milh�es restantes atendem aos gastos gerais, segundo valores divulgados pelo secret�rio municipal.
A rede municipal, de acordo com Jackson Machado Pinto, sofre com o aumento de demanda nas unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), atribu�do especialmente � greve no Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII e �s recentes limita��es materiais de outros hospitais administrados pela Fhemig. Segundo a Secretaria Municipal de Sa�de, diante desse quadro a UPA Odilon Behrens (Regi�o Noroeste), por exemplo, recebeu 12,5% mais pacientes nos �ltimos dias, enquanto a Centro-Sul teve um aumento de 22%, o maior registrado na cidade. “O colapso � fruto do uso excessivo de medicamentos e insumos para uma popula��o que antes a gente n�o atendia. Com esse recurso, agora, esse risco est� praticamente afastado”, afirmou o secret�rio. Ainda segundo ele, cerca de 280 pessoas, em m�dia, s�o atendidas por dia em cada UPA. Diante da crise recente na rede estadual, o n�mero saltou para 315.
Apesar de reconhecer a demora no atendimento na rede municipal diante dessa situa��o, o secret�rio Jackson Machado Pinto sustenta que a aten��o a pacientes em estado grave e as interna��es est�o normais na cidade. Para evitar as filas nas UPAs, a prefeitura recomenda que pacientes procurem primeiramente os postos de sa�de, com exce��o dos casos de urg�ncia. Nos postos, os m�dicos podem avaliar o quadro e, se for o caso, encaminhar a pessoa ao pronto-atendimento. “A maior parte das pessoas que procura nossas UPAs teriam seus problemas resolvidos em um centro de sa�de”, argumenta. Segundo a Sa�de municipal, 78% do p�blico das UPAs de BH n�o se enquadra em casos de urg�ncia ou emerg�ncia.
Em sua edi��o de hoje, o Estado de Minas mostrou que pacientes enfrentam peregrina��o entre unidades e espera de at� 12 horas por atendimento nas UPAs. Defici�ncias de manuten��o, falta de equipamentos e atraso de pagamentos s�o os principais problemas apontados por m�dicos no Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII. No Hospital J�lia Kubitschek, os trabalhadores tamb�m apontam demora no conserto de aparelhos, escalas m�dicas incompletas e falta de monitores multipar�metros para todas as alas. As dificuldades se estendem a unidades da rede filantr�pica, como o Sofia Feldman, onde funcion�rios de n�vel superior sofrem com atraso de sal�rios, al�m da insufici�ncia de repasses financeiros para compra de medicamentos e insumos b�sicos.
NEGOCIA��O Segundo o secret�rio de Sa�de de BH, a verba que alivia a press�o sobre o sistema p�blico na capital foi liberada ap�s articula��o entre o prefeito Alexandre Kalil (PHS) e o governador Fernando Pimentel (PT). Os secret�rios de estado da Fazenda, Jos� Afonso Bicalho, e de Planejamento, Helv�cio Magalh�es, tamb�m participaram do encontro. Segundo Jackson Machado, a verba evita o colapso iminente no servi�o p�blico da capital, que n�o recebia verbas estaduais desde janeiro. Quanto �s duas parcelas restantes do recurso, o Executivo municipal informa que mais dinheiro deve ser direcionado � Fhemig, mas sustenta que ainda n�o h� informa��o sobre quantias.
Questionadas sobre a destina��o dos R$ 3,1 milh�es direcionados pela prefeitura a partir de repasse estadual, a Rede Fhemig e a Secretaria de Estado da Sa�de n�o se manifestaram at� o fechamento desta edi��o. Sobre a crise no setor, a Fhemig sustenta que nenhum paciente de urg�ncia e emerg�ncia deixou de ser atendido na capital, apesar da greve dos m�dicos do Hospital Jo�o XXIII.