
Ap�s 20 dias do acidente, Ivan ainda tem 14 pontos no pesco�o. Ele aproveitou para contar sobre o momento de desespero e a import�ncia da conscientiza��o. "Minha primeira rea��o foi tirar a blusa e colocar no pesco�o para conter o sangue. Em seguida, uma viatura da Guarda Municipal me socorreu. A rapidez foi fundamental para que eu estar vivo hoje contando minha hist�ria", lembrou o jovem, em coletiva de imprensa na manh� desta quinta-feira.
Desde o in�cio deste ano at� o dia 16 deste m�s, o Hospital Jo�o XXIII atendeu 22 v�timas de linhas de cerol. S� no �ltimo final de semana, foram tr�s casos. A expectativa � de que os n�merosainda aumentem, pois, historicamente, julho � o m�s com maior incid�ncia de casos.
Dados da Funda��o Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) mostram que os atendimentos a v�timas v�m aumentando desde o in�cio deste ano. No ano passado, foram 26 casos: 86% eram do sexo masculino, 49% das v�timas tinham entre 13 a 29 anos e 37% e 30 a 49 anos.
"Todos os pacientes v�timas de cerol chegam muito graves. Quando a les�o acomete a regi�o cervical, a gravidade � maior. Em cerca de cinco minutos a pessoa pode ter um choque hemorr�gico e morrer", explicou diretor t�cnico e gerente assistencial do HPS, Marcelo Lopes Ribeiro. "H� casos que n�o atingem a cervical, mas deixam sequelas irrevers�veis. N�s tivemos um paciente que colocou a m�o para se defender da linha e, hoje, devido � les�o, n�o consegue fechar a m�o", completou.
O cerol � t�o danoso que at� mesmo o helic�ptero Arcanjo 4, do Corpo de Bombeiros Militar, que foi atingido. No dia 15 de junho, a aeronave foi danificada por linhas de cerol que se enroscaram em seu rotor e impediram que o Arcanjo cumprisse sua miss�o. O tenente Pedro Aihara do Corpo de Bombeiros explicou que al�m de colocar a vida da tripula��o em risco, o conserto do Arcanjo 4 – parado para manuten��o desde a data, deve custar cerca de US$ 40 mil. "A pe�a � da Fran�a e, ainda, n�o conseguimos. O atendimento fica prejudicado", completou.
CONSCIENTIZA��O Pensando em diminuir os n�meros, a Guarda Municipal de Belo Horizonte, por meio da Patrulha Escolar, promoveu uma oficina de pipas para 200 alunos da rede municipal de ensino. Durante os meses de julho e agosto ser�o realizadas novas a��es com panfletagem e orienta��o a ciclistas, motociclistas e pedestres em diferentes pontos da cidade. Somente no m�s de junho as a��es de fiscaliza��o da Guarda Municipal apreenderam 70 latas envoltas com cerol ou linha chilena.
Foram distribu�das antenas de prote��o para motocicletas. “O ideal � ter duas antenas e deixarem elas sempre levantadas. Al�m do mais, o uso de prote��o de pesco�o e as luvas. N�s distribu�mos 50 pares de antenas na Avenida dos Andradas, em frente a UPA-Leste. E as recomenda��es tamb�m s�o validas para os ciclistas. Quando o acidente acontece, � sempre grave. As linhas de cerol e chilena s�o muito cortantes. D� para se divertir sem ferir o outro”, pontuou.
Leis municipais 7.189/1996 e 8563/2003, somadas � Lei estadual 14.349/2002, pro�bem o com�rcio e uso do cerol.