A ocupa��o do espa�o p�blico e o ambiente familiar, em pleno Dia dos Pais, marcaram o terceiro dia do Festival Verbogentileza, realizado sexta, s�bado e domingo na Pra�a Floriano Peixoto, no bairro Santa Efig�nia, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. Durante o fim de semana, quem compareceu ao local ganhou uma op��o de lazer rica em atra��es culturais, oficinas de dan�a, m�sica e reciclagem, shows de bandas autorais, saraus de poesia e muito aprendizado. Familiares presentes ao evento avaliaram a oportunidade como uma indica��o de como as pra�as espalhadas pela cidade configuram op��es �nicas de lazer, mas que nem sempre s�o aproveitadas da maneira ideal pelo poder p�blico e pela iniciativa privada.
A amplia��o do aproveitamento do espa�o p�blico foi comemorada pelo carioca Carlos Tonelli, acompanhado da esposa Bruna e das filhas Jana�na e Pilar. “Fiquei sabendo do evento por outros pais da escola da minha filha, que vieram s�bado. Essa (Floriano Peixoto) � uma das pra�as que gosto de frequentar. Gosto muito desses espa�os de Belo Horizonte, embora ache que eles s�o pouco ocupados. A cidade deveria aproveitar melhor esses lugares, que geralmente est�o vazios. Eventos como o Festival Verbogentileza ajudam muito a mudar o cen�rio, por isso a prefeitura deveria procurar mais parcerias como essa”, analisou o cidad�o, que definiu a programa��o como “alegre e familiar”.
Nascido em S�o Paulo e morador de BH h� 24 anos, �lcio Linhares viveu tamb�m em Sydney, na Austr�lia, onde, segundo ele, aprendeu a passar o tempo livre em espa�os p�blicos. Contudo, para ele, ainda faltam mudan�as por parte da pr�pria popula��o para incentivar o lazer nesses locais. “Belo Horizonte tinha um conceito de que a pra�a deveria ser contemplada, e n�o vivida. Acho que � uma caracter�stica que deveria ser preocupa��o das pol�ticas p�blicas, para tirar mais gente de dentro de casa”, pontuou. Presente desde o primeiro dia da programa��o, Linhares analisou o festival como uma oportunidade para adquirir conhecimento art�stico e curtir a fam�lia. “Toda vez que acontece o Verbogentileza eu, minha esposa e meu filho vivemos esse momento e o envolvimento com essa galera. Gostamos muito da arte livre, da ocupa��o das pra�as p�blicas, da decora��o e tudo o que o evento oferece”, salientou.
Acompanhado da esposa e da filha, S�rgio Alexander, de 42, descobriu o evento por acaso ao passar pelas redondezas. “Chegamos aqui sem saber do festival. A gente veio porque ela (a filha) gosta dos brinquedos da pra�a e nos deparamos com o evento. Agora, ficou bem melhor, porque a proposta (do Verbogentileza) � muito legal. A m�sica e o sarau de poesias me agradaram bastante”, contou o pai.
Outra fam�lia que aproveitou a tarde do domingo no Verbogentileza � formada pelo casal Ariane Gontijo e Andr� Almeida e pela beb� Maria Izabel, de apenas sete meses. Eles sempre frequentam a pra�a e compareceram ao evento pelo segundo dia consecutivo. “Ontem, a gente veio curtir o passinho e ficamos at� por volta das 19h. � um lugar aberto e tranquilo para trazer a Maria”, afirma Almeida. A mulher dele compartilha da opini�o do pai. “� muito melhor que ficar em casa e que todas as coisas fechadas, como shoppings. Almo�amos em casa e depois viemos pra c�”, ressaltou.
Em tr�s dias, o Festival Verbogentileza, que tem apoio do Estado de Minas, ofereceu diversas atra��es. Entre elas, se destacam o Portal da Gentileza, formado por 540 fitas coloridas e frases marcantes, e a Feira Gastr� da Amadoria, com culin�ria diversificada. Programa��es sustent�veis, por meio das feiras Grama Verde e de Planta, deram o verde do evento. A arte tamb�m ficou representada pelas oficinas de grafite, fotografia, reciclagem e dos shows musicais, al�m dos espet�culos infantis.
DEMOCRACIA Por ser realizado em espa�o p�blico, o Festival Verbogentileza atraiu os mais diferentes p�blicos, desde fam�lias at� comerciantes e artistas. Membro da banda Moons, que tocou no evento na tarde de domingo, Bernardo Bauer, de 30, comemorou a oportunidade da programa��o ser livre e aberta � popula��o. “Uma iniciativa como essa tem m�xima import�ncia para a cena cultural da cidade. A gente se acostumou a lugares fechados e eventos particulares e pagos que, querendo ou n�o, s�o segregadores. Aqui vem desde um morador de rua at� outros artistas, al�m de gente que quer curtir e beijar na boca”, destacou.
A contribui��o do Verbogentileza para englobar diferentes camadas da popula��o tamb�m foi apontada pela servidora p�blica Maria Regina Ramos, de 59. De acordo com ela, a democratiza��o da programa��o cultural contribui para a evolu��o da sociedade. “Acho isso saud�vel para o ser humano: conhecer outras pessoas e momentos de conv�vio com grupos e cabe�as diferentes. Inclusive do ponto pol�tico-democr�tico. � importante eu (como cidad�) ter onde ir”, disse.