
Cart�o-postal de Belo Horizonte e um dos pontos mais vulner�veis a inc�ndios durante o per�odo seco, a Serra do Curral ganha dois benef�cios – um para daqui a seis meses e outro imediato. At� o fim do ano, ser�o instalados mais tr�s aspersores na crista do maci�o, elevando para 19 o n�mero de equipamentos para lan�amento de �gua na vegeta��o, perfazendo um total de dois quil�metros. J� a partir de segunda-feira, os j� existentes na rede de preven��o do fogo v�o operar tr�s vezes por semana, com dura��o de 30 minutos e n�o duas, conforme disse ontem o diretor de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos e Carv�o da Vale, L�cio Cavalli, ao apresentar a��es ambientais sobre a mina de �guas Claras, em Nova Lima, na Grande BH. Os novos canh�es de �gua ser�o instalados na dire��o do Bairro Belvedere, na Regi�o Centro-Sul da capital e v�o custar R$ 355 mil.
Para executar os trabalhos nos �ltimos quatro anos foram usados cerca de 200 alpinistas industriais, alguns mineiros, tendo em vista a necessidade de utiliza��o de rapel para fixar as telas de a�o na rocha, al�m de helic�ptero para o transporte. Na sequ�ncia, foi feito um “coquetel de sementes” nativas para revegetar a �rea. Um radar tamb�m pode ser visto � beira do lago (150 metros de profundidade) para emitir, on line, boletins com informa��es sobre eventuais movimenta��o na �rea.
NOVA CARA Cavalli explicou que os investimentos para recupera��o ambiental na Serra do Curral, tombada pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan), chegam a R$ 655 milh�es, com previs�o de t�rmino em 2022. As a��es, com a nova etapa iniciada neste m�s, visam � “descaracteriza��o” da unidade miner�ria, vizinha do maci�o e do Parque das Mangabeiras, e que abriga em seu territ�rio a Mata do Jambreiro. Essa Reserva Particular do Patrim�nio Natural (RPPN) tem esp�cies da Mata Atl�ntica e ocupa 912 dos 2 mil hectares da �rea da Minas de �guas Claras.
As obras que d�o nova cara ao local contemplam a adequa��o das estruturas de antigas pilhas de est�ril, da cava e da barragem de rejeitos, buscando a inser��o delas no contexto ambiental do entorno. Tamb�m est� prevista a remo��o da usina, oficinas e outras constru��es de apoio da antiga mina. Antes de visitar o local, os jornalistas tiveram oportunidade de fazer um “sobrevoo” da regi�o, com �culos 3D, na Sala de Realidade Virtual, no escrit�rio da empresa incrustado na Mata do Jambreiro, sob o comando do gerente de Fechamento da Mina, Alessandro Resende.
Cavalli desfez alguns mitos criados ao longo do tempo e que assustaram os belo-horizontinos. “N�o h� qualquer chance de rompimento da Serra do Curral e escoamento da �gua para a Avenida Afonso Pena”. De um lado ao outro, explica, s�o 500 metros de extens�o, o que impossibilita o rompimento. E mais: “Os aspersores instalados, com aval da Funda��o de Parques Municipais e Zoobot�nica, n�o causam eros�o no terreno, j� que jogam �gua na rocha e n�o na terra”.

ASPERSORES A amplia��o dos aspersores � fruto de Termo de Acordo e Compromisso assinado com o Minist�rio P�blico de Minas Gerais no segundo trimestre. Segundo documento da Vale, o acordo prev� investimento total de R$ 2,5 milh�es e contempla ainda outras a��es, como sinaliza��o, monitoramento, seguran�a e manuten��o da trilha da Serra do Curral, revitaliza��o de estruturas e contrata��o de servi�os de cartografia, plano de manejo e estudos cient�ficos, entre outros.
Al�m da fun��o preventiva dos aspersores, os t�cnicos dizem que a empresa mant�m canh�es m�veis de �gua, que podem ser acoplados em plataformas com acesso a bombas pressurizadas, espalhados na cumeeira. A opera��o desses equipamentos, quando necess�ria, � feita por bombeiros industriais.
O lado oculto da serra
Em 15 de maio de 2014, a equipe do Estado de Minas visitou a �rea de Minas de �guas Claras, em Nova Lima, na Grande BH, e mostrou o lado da Serra do Curral que os moradores da capital e os visitantes nunca veem e que foi degradado por d�cadas de minera��o. Na �poca, t�cnicos da Vale informaram sobre o servi�o que seria feito, nos anos seguintes, na Cava Oeste e no Morro do Patrim�nio, ent�o numa situa��o bem diferente de agora. Naquele dia, foi informado que entrariam em a��o profissionais especializados, os alpinistas industriais, para atuar ao lado dos oper�rios. A obra de recupera��o ambiental, com tecnologia su��a, foi feita na �rea adquirida em 2006 pela empresa, que instalou ali a sede administrativa. A unidade come�ou a produzir min�rio de ferro em 1973 e foi operada pela Minera��es Brasileiras Reunidas (MBR) at� 2002, quando se encerrou o ciclo produtivo. Com o fim das opera��es e paralisa��o do bombeamento da �gua do fundo da cava, a �rea de lavra come�ou a ser naturalmente preenchida, formando um lago com aproximadamente 150 metros de profundidade.
