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Estado de Minas

Ap�s simular acidente, homem confessa feminic�dio em Belo Horizonte

Ajudante de pedreiro Reginaldo Meireles alegou, inicialmente, que a mulher caiu da escada. Na delegacia, no entanto, ele confessou ter asfixiado e empurrado a v�tima


postado em 19/08/2018 21:40 / atualizado em 20/08/2018 08:41

Ocorrência mobilizou e revoltou vizinhos de Daniele Moreira, mãe de seis filhos e com dois netos (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Ocorr�ncia mobilizou e revoltou vizinhos de Daniele Moreira, m�e de seis filhos e com dois netos (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)


“Mas o senhor Deus tudo v�, tudo sabe” – a frase est� escrita na porta da casa da diarista Daniele Aparecida Moreira, de 38 anos, m�e de seis filhos e com dois netos, encontrada morta na manh� deste domingo pela fam�lia no Bairro Horto, Regi�o Leste de Belo Horizonte. O crime, tratado pela Pol�cia Civil como feminic�dio, chocou e comoveu os moradores da Rua Jos� Rafael Mendes (antiga Rua S�o Roque), em especial na altura do n�mero 1.577, de onde o corpo foi retirado �s 9h20, em meio a muita consterna��o. Se a viol�ncia de g�nero for realmente a causa confirmada da morte de Daniele, o caso vai entrar para as estat�sticas que apontam crescimento de 8,2% desse tipo de crime quando comparados os dois �ltimos anos fechados em Minas Gerais. Enquanto em 2016 ocorreram 134 assassinatos desse tipo, o n�mero do ano passado chegou a 145, conforme dados do Anu�rio de Criminalidade do F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica (veja arte).

O suspeito de estrangular e jogar a mulher pela escada � o marido, o ajudante de pedreiro Reginaldo Meireles, de 30, que fugiu depois de subir no telhado de im�veis vizinhos, foi flagrado por c�meras do Olho Vivo caminhando em dire��o � esta��o de metr�, e acabou se entregando em uma companhia da Pol�cia Militar no Bairro Buritis, Regi�o Oeste de BH. Na primeira conversa com os policiais, ele disse que n�o empurrou a mulher e s� fugiu porque ficou com medo de ser agredido por parentes da esposa. Mais tarde, segundo a Pol�cia Civil, o acusado confessou o crime.

Segundo testemunhas, Daniele foi empurrada escada abaixo, por volta das 6h30, por Reginaldo, com quem vivia havia cerca de dois anos. Tia da v�tima, Ederlane Aparecida Moreira chegou � casa naquele momento e a achou ca�da. Nos �ltimos tempos, comentou, “Reginaldo estava destruindo, quebrando as coisas dela”. Disse ainda que os dois frequentavam uma igreja evang�lica nas proximidades, mas, ao dizer que Reginaldo era pastor, uma vizinha corrigiu: “N�o era pastor, n�o. Ele ‘falava’ a Palavra”, o que significa que fazia leituras durante os cultos. “Eles discutiam, mas ele n�o batia nela”, continuou Ederlane.

Consternado, o irm�o de Daniele, o analista de suporte Bruno Henrique, de 31, disse que os dois tinham discuss�es, e, que recentemente Reginaldo estava inconformado com o fato de uma filha de Daniele ter sa�do de casa e voltar de vez em quando. “Quando cheguei � casa, minha irm� estava com os l�bios roxos”, contou. Sem querer dar declara��o, alguns moradores choravam muito, e uma mulher olhou para a porta de entrada, na qual est� a frase, por enquanto, “da �nica testemunha ocular”. Uma das hip�teses a ser analisada pelos peritos que estiveram no local � de que a v�tima teria sido enforcada antes de ser lan�ada pelos degraus. Segundo a pol�cia, o corpo apresentava marcas de asfixia. “Tivemos que preservar o local para a per�cia”, afirmou o tenente In�cio Rocha, do 16º Batalh�o, que acompanhou a ocorr�ncia.

De acordo com a PM, ao se entregar Reginaldo Meireles afirmou n�o ter empurrado Daniele das escadas. O suspeito alegou ter acordado com o barulho na mulher caindo, e disse que s� fugiu para n�o ser agredido pelos familiares da v�tima, que estavam agitados. Reginaldo recebeu atendimento m�dico no Hospital Jo�o XXIII, j� que torceu o p� durante a fuga. Apresentado � Pol�cia Civil, assumiu o crime, segundo a corpora��o,  e foi autuado por feminic�dio.

Viol�ncia contra a mulher em alta


Dados de feminic�dio n�o s�o os �nicos que expressam a viol�ncia contra a mulher em ascens�o em Minas Gerais. Dos seis crimes que registraram alta no estado entre 2016 e 2017, conforme o Anu�rio de Criminalidade do F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica, quatro t�m mulheres como v�timas, exclusivas – feminic�dio e les�o corporal por viol�ncia dom�stica – ou predominantes, casos de estupro consumado e tentado. A les�o corporal contra elas provocada por namorados, maridos, companheiros ou ex teve salto de 4% no ano passado, passando de 21.796 casos em 2016 para 22.670 em 2017. Os crimes de estupro subiram de 4.692 para 5.199, alta de 10,8%, e as tentativas de estupro cresceram 2,44% saltando de 613 em 2016 para 628 no ano passado.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


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