
Um ano depois da morte do fisiculturista e estudante de educa��o f�sica Allan Guimar�es Pontelo, de 25 anos, espancado e assassinado no interior da boate Hangar 677, no Bairro Olhos D’�gua, na Regi�o do Barreiro, em Belo Horizonte, nenhum dos cinco acusados pelo crime foi responsabilizado. O processo que corre no Tribunal do J�ri est� na fase sumariante e o juiz respons�vel pelo caso ainda n�o decidiu se os denunciados v�o a j�ri popular. Enquanto isso, a fam�lia do jovem cobra mais celeridade na puni��o dos envolvidos, respons�veis, segundo o Minist�rio P�blico, pelo assassinato de Allan, brutalmente espancado e morto com um golpe de sufocamento no pesco�o. Nesta semana, o pai de Allan, Denio Pontelo, informou que vai voltar a colar cartazes em outdoors de Contagem, na Grande BH, onde a v�tima morava, chamando a aten��o para o caso, como ele j� fez outras duas vezes.
Al�m dos quatro, tamb�m foi denunciado Delmir Ara�jo Dutra, que seria coordenador da seguran�a, mas os relatos da pol�cia que foram anexados ao processo d�o conta de que ele chegou no local das agress�es junto com os socorristas e sua conduta precisa ser melhor explicitada na instru��o do processo. Independentemente das condutas de cada um, o pai de Allan, Denio Pontelo, de 48, quer que os envolvidos sejam punidos o mais r�pido poss�vel. “A dor de enterrar um filho que estava no auge de sua vida � uma coisa indescrit�vel. Meu filho pagou para entrar naquela boate e morreu sem nenhum motivo. Ainda tentaram inventar uma hist�ria de que ele estava vendendo drogas, o que � mentira”, afirma o t�cnico em eletr�nica. “Espero que as pessoas que fizeram essa brutalidade paguem o que t�m que pagar, com a pris�o, para sentirem na pele o que foi a estupidez de terem tirado a vida de um menino de 25 anos”, afirma.

A mesma puni��o a todos os acusados � o que espera a fot�grafa e empres�ria Marcella Paiva, de 21, que era namorada de Allan na �poca do crime. “N�s dois fizemos muitos planos e abrimos juntos uma loja de suplementos, mas repentinamente tudo foi tirado de n�s. O m�nimo que pode ser feito � que os assassinos sejam punidos e a boate seja fechada, porque aquilo foi um ato de covardia. Eles alegaram situa��es falsas de uso de drogas para manchar a imagem do Allan. Quero que a Justi�a seja feita porque quem matou o Allan est� a� e nunca mais vou ter meu namorado de novo”, diz Marcella.
DEFESA Dos cinco denunciados pelo MP, tr�s eram funcion�rios da CY, empresa que prestava o servi�o de seguran�a para a Hangar 677 no dia do fato. William, Carlos – agora foragidos – e Delmir s�o representados pelo advogado �rcio Quaresma, que vai sustentar a tese de que houve, no m�ximo, homic�dio culposo, quando n�o se tem a inten��o de matar, sendo que o chefe da seguran�a n�o participou em nada do crime. Hoje ele � monitorado com o uso de tornozeleira eletr�nica. “O Delmir n�o tem nada a ver com isso. � um del�rio acusat�rio. Sobre os seguran�as, obviamente quando eles foram tentar conter a v�tima, quanto mais o rapaz tentava fugir, mais eles tentavam conter. E o jovem tamb�m tinha uma subst�ncia chamada quetamina no corpo, que � um anest�sico poderoso. O seguran�a usou da for�a necess�ria para cont�-lo porque se aquele mo�o sa�sse correndo em dire��o a 3 mil pessoas voc� n�o sabe o caos que seria”, argumenta Quaresma.
O advogado de Paulo Henrique Pardim de Oliveira, Dracon Luiz Cavalcante Lima, disse que seu cliente, tamb�m est� foragido, n�o participou em momento nenhum das agress�es. “O Paulo Henrique estava l� para fazer sangria do caixa (retirar dinheiro) e foi at� o local porque eles pediram socorro, mas ele viu a situa��o e voltou para o balc�o. Ele vai se apresentar no momento da audi�ncia de instru��o do processo”, afirma. “O processo tramita em uma velocidade bem razo�vel, cumprindo rigorosamente os ditames da lei. Na instru��o, meu cliente vai provar sua inoc�ncia”, disse Alexandre Marques de Miranda, advogado de Fabiano de Ara�jo Leite, que tamb�m � monitorado com tornozeleira.
A assessoria de imprensa da boate sustenta que n�o teve nenhuma responsabilidade sobre o mesmo j� que, segundo a casa, os envolvidos n�o eram seus funcion�rios. “A Hangar foi apenas o local onde se deu o fato e n�o teve nenhuma responsabilidade sobre o mesmo. Tanto isso � verdade que nenhum funcion�rio ou s�cio da empresa foi indiciado no processo que apura as consequ�ncias do ocorrido”, disse a assessoria, por meio de nota.
