
Justi�a e celeridade. � o que cobra a fam�lia do fisiculturista Allan Guimar�es Pontelo, morto por seguran�as da boate Hangar 677, em Belo Horizonte, em 2 de setembro. D�nio Pontelo, pai do fisiculturista, afixou outdoors em duas avenidas de Contagem para dar voz � causa. A estrat�gia de cobrar publicamente puni��o para os culpados, semelhante � abordada no premiado filme Tr�s an�ncios para um crime, j� havia sido usada pela fam�lia semanas ap�s Allan ser morto por asfixia.
Na fic��o, a personagem interpretada pela vencedora do Oscar de melhor atriz, Frances McDormand, espalha tr�s pain�is cobrando da pol�cia a investiga��o do brutal assassinato da filha. Na Grande BH, desta vez, as placas foram colocadas nas Avenidas Babita Camargos e Jos� Faria da Rocha para denunciar a impunidade dos assassinos do fisiculturista.
O processo tramita na Comarca de Belo Horizonte e est� na fase da apresenta��o das vers�es da defesa dos cinco seguran�as da boate que foram indiciados pela Pol�cia Civil como autores do crime por homic�dio qualificado. Ap�s isto, os depoimentos ser�o anexados aos autos do processo para aprecia��o do juiz e marca��o de uma audi�ncia de instru��o. Entre os acusados do crime h� um homem que se passava por policial civil e um cabo da Pol�cia Militar. Segundo as investiga��es, o seguran�a que se passava por policial civil pediria propina para a v�tima, sob amea�a de pris�o, tendo em vista que uma quantidade de drogas foi encontrada com Allan Pontelo.
"Quero ver a justi�a, doa a quem doer. Para que nenhuma outra fam�lia passe o que eu passei e nenhum seguran�a fa�a isso novamente"
D�nio Pontelo, pai de Allan
Sobre os entorpecentes, a fam�lia do fisiculturista afirma que houve “altera��es na cena do crime”. Os exames toxicol�gicos realizados pela Pol�cia Civil tamb�m apresentaram resultado negativo ao uso de drogas por parte de Allan. Respondem ao processo no banco dos r�us: Delmir Ara�jo Dutra, Carlos Felipe Soares, Paulo Henrique Pardim de Oliveira, que se passava por policial civil, Willian da Cruz Lea e Fabiano de Ara�jo Leite, cabo da Pol�cia Militar.
Em 24 de outubro foram presos preventivamente Delmir de Ara�jo Dutra, Carlos Felipe Soares e Paulo Henrique Pardin de Oliveira, ambos seguran�as contratadas pela Cy Security, empresa terceirizada para os servi�os de vigil�ncia na noite da morte do fisiculturista. Conforme o TJMG, Delmir Ara�jo foi o �nico que apresentou suas vers�es ao tribunal. Paulo Henrique – que estaria com uma arma no dia do crime, conforme as investiga��es – ainda n�o se manifestou, assim como Carlos Felipe.
Willian da Cruz, por sua vez, est� foragido desde o ano passado e tamb�m n�o deu sua vers�o dos fatos � Justi�a. Em despacho datado de 18 de mar�o, Ricardo S�vio de Oliveira, Juiz do 1º Tribunal do J�ri, diz que “esgotadas todas as tentativas de cita��o do r�u nos endere�os constantes dos autos, procede-se � Secretaria a consulta no sistema Infoseg, em busca de novos endere�os do acusado”, diz o texto.
A situa��o de Fabiano de Ara�jo n�o foi informada no andamento processual. Entretanto, de acordo com Geraldo Magela, advogado que defende a fam�lia de Allan Pontelo, ele recebeu medidas cautelares e teria perdido o porte e posse de arma, al�m de usar tornozeleira eletr�nica. As informa��es, no entanto, n�o foram confirmadas pelo Tribunal de Justi�a de Minas Gerais.
“A preocupa��o do D�nio � porque os r�us est�o soltos. E se est�o soltos d� a entender que o processo n�o corre com a agilidade que deveria. A inten��o da fam�lia � de ver o processo caminhar dentro do prazo razo�vel e h� uma preocupa��o grande com o envolvimento de policiais”, disse Geraldo Magela. “Quero ver a justi�a, doa a quem doer. Para que nenhuma outra fam�lia passe o que eu passei e nenhum seguran�a fa�a isso novamente”, ressaltou D�nio Pontelo.
Projeto de Lei
Est� em tramita��o no plen�rio da C�mara Municipal de Belo Horizonte um projeto de lei sobre a atua��o dos seguran�as em boates e casas noturnas da capital mineira. De autoria do vereador Pedro Bueno (Podemos), a proposi��o prev� “que a atividade de seguran�a das casas de shows, boates e cong�neres dever� ser exercida pelo profissional vigilante, devidamente credenciado junto � Pol�cia Federal”. O projeto j� recebeu parecer favor�vel � aprova��o em quatro comiss�es.*Estagi�rio sob supervis�o do editor Roney Garcia
