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Estado de Minas

Obras em barragem da Samarco come�am hoje com promessa de vagas

Mineradora come�a a preparar novo espa�o para estocar rejeitos do Complexo de Germano, o mesmo onde ocorreu o desastre de 2015. No pico, a interven��o dever� gerar 750 empregos


postado em 01/10/2018 06:00 / atualizado em 01/10/2018 08:19

Complexo de Germano, instalado em Mariana e Ouro Preto, onde a cava de Alegria Sul será preparada para receber os rejeitos de mineração(foto: Samarco/Divulgação)
Complexo de Germano, instalado em Mariana e Ouro Preto, onde a cava de Alegria Sul ser� preparada para receber os rejeitos de minera��o (foto: Samarco/Divulga��o)


Come�am hoje as obras de prepara��o para que a cava de Alegria Sul possa receber os rejeitos de min�rio de ferro gerados no Complexo de Germano, da Samarco, o mesmo que em 5 de novembro de 2015 foi paralisado ap�s o rompimento da Barragem do Fund�o. A cava � o local de onde o min�rio de ferro � extra�do, no caso, formando um buraco que ter� capacidade para estocar 16 milh�es de metros c�bicos de material proveniente do processo miner�rio do complexo que fica entre Mariana e Ouro Preto. Desde dezembro do ano passado a Samarco j� dispunha de licenciamento para essa obra, mas a empresa alega que n�o havia iniciado as interven��es necess�rias porque ainda estava em tratativas com o Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG). “Por possuir uma forma��o rochosa e est�vel, (a cava) permite a conten��o segura do rejeito nela depositado”, informou a mineradora, que � controlada pelas gigantes BHP Billiton (anglo-australiana) e Vale (Brasil).

A previs�o � de que as obras de prepara��o da cava levem cerca de 10 meses, atingindo, no pico das interven��es, cerca de 750 empregados diretos e indiretos. A Samarco se comprometeu a contratar de 75% a 80% de m�o de obra local, o que trar� um certo al�vio � popula��o de Mariana, boa parte dela envolvida na atividade mineral e que sentiu diretamente o impacto da paralisa��o das opera��es da mineradora e de suas terceirizadas. “O in�cio das atividades de implementa��o do novo sistema de disposi��o de rejeitos � um passo fundamental para a retomada das nossas opera��es. A cava � um local confinado, o que confere ainda mais seguran�a”, afirma o diretor-presidente da Samarco, Rodrigo Vilela.

A Samarco obteve, em dezembro de 2017, junto � Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel de Minas Gerais (Semad), as licen�as pr�via (LP) e de instala��o (LI), que permitem a prepara��o do local. Mas, para operar, a mineradora ainda precisa conseguir com os �rg�os ambientais o Licenciamento Operacional Corretivo (LOC). A expectativa � de que isso seja concedido no ano que vem, por conta disso, a empresa prefere n�o estimar uma data de retorno �s suas atividades. “Ao longo dos �ltimos meses, foram realizadas tratativas com o MPMG, que evolu�ram para um Termo de Compromisso, firmado na sexta-feira, em Belo Horizonte. O documento prev� a contrata��o de auditoria independente para acompanhar a implanta��o do Sistema de Disposi��o de Rejeitos Cava Alegria Sul. Custeada pela Samarco, a auditoria ser� respons�vel por atestar a seguran�a t�cnica e ambiental da cava”, informou a mineradora.

O LOC do Complexo de Germano foi protocolado em setembro de 2017, para regularizar todas as licen�as de Germano, suspensas em outubro de 2016 pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad). Conforme previsto no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do LOC, a Samarco planeja implantar a filtragem de rejeito arenoso, que corresponde a 80% do total gerado ap�s o beneficiamento do min�rio de ferro, e o adensamento de lama, que representa os outros 20%.

A filtragem retirar� a �gua do rejeito arenoso, permitindo o empilhamento do material. O adensamento feito por meio de um espessador remove tamb�m �gua da lama, resultando numa polpa mais densa que se sedimenta na cava, reduzindo o volume estocado em Alegria Sul. Os dois processos permitir�o a recircula��o da �gua no processo produtivo. “Com o empilhamento dos rejeitos arenosos e disposi��o da lama adensada, a Samarco ampliar� a vida �til da cava de 20 meses para sete anos. Durante esse per�odo, a Samarco dar� sequ�ncia ao estudo e apresenta��o das alternativas de m�dio e longo prazos para a continuidade de suas atividades”, informou a empresa.

 

Abalo socioecon�mico

 

O fim das opera��es da Samarco representa um dos grandes impactos que o rompimento da Barragem do Fund�o causou ao despejar cerca de 35 milh�es de metros c�bicos de lama e rejeitos de min�rio de ferro na Bacia Hidrogr�fica do Rio Doce, atingindo 39 munic�pios de Minas Gerais e do Esp�rito Santo, causando 19 mortes e atingindo cerca de 500 mil pessoas. Com a interrup��o das atividades da Samarco, centenas de pessoas perderam seus empregos na mineradora e nas terceirizadas que prestavam servi�os � empresa. S� a arrecada��o de Mariana caiu cerca de 40% � �poca da paralisa��o.

Desde o rompimento, atingidos aguardam para receber casas, no caso de quem perdeu suas moradias para o soterramento de lama, e indeniza��es para repara��o de danos morais e materiais. Os processos na Justi�a prescrevem legalmente em 5 de novembro, quando a trag�dia completa 3 anos. Isso tem causado grande ang�stia aos atingidos, mesmo naqueles que ingressaram com a��es coletivas, pois podem n�o ter como propor a��es individuais a tempo da prescri��o em caso de discord�ncia com a indeniza��o em grupo, como tem mostrado o Estado de Minas desde o dia 16.

Em meio a essa demora, o EM tamb�m mostrou com exclusividade que o escrit�rio anglo-americano SPG Law vai ingressar com uma a��o contra a BHP Billiton, nos tribunais da Inglaterra e do Pa�s de Gales, pedindo mais de 5 bilh�es de libras de repara��o para os atingidos, num processo que n�o ter� interfer�ncia nas a��es que tramitam no Brasil. S� em Governador Valadares, pelo menos 4 mil atingidos j� est�o em processo de ades�o. O munic�pio de 280 mil habitantes conta com mais de 50 mil processos, a maioria por interrup��o do fornecimento de �gua. L�, tamb�m, o fantasma da prescri��o assombra, pois o Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG) ainda vai definir se o Juizado especial, onde as a��es tramitam, tem compet�ncia para julgar todos os casos, ou se eles devem ser novamente propostos para a Justi�a Comum.

Novos processos

 

Como ser� disposi��o de rejeitos do Complexo de Germano

 

  1. No beneficiamento de min�rio s�o gerados 80% de areia e 20% de lama
  2. Lama vai para dentro das cavas (locais de onde se extrai o min�rio de ferro), que t�m capacidade para 16 milh�es de metros c�bicos 
  3. Rejeito arenoso segue para ser empilhado em �reas externas
  4. Lama passar� por um processo de adensamento (ter� a �gua separada e reinjetada no processo produtivo) e seguir� para as cavas
  5. A areia ser� filtrada. A �gua removida recircular� no processo produtivo

 

Fonte: Samarco


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