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Estado de Minas

Chuva volta a aumentar a polui��o na Lagoa da Pampulha

Chuva traz aporte dobrado de lixo, agravando o mau cheiro e a nata de polui��o na represa. Com novo contrato, Prefeitura de BH promete retomada da qualidade da �gua em seis meses


postado em 06/11/2018 06:00 / atualizado em 06/11/2018 07:48

Objetos carreados pela enxurrada se juntam à crosta que cobre a superfície da lagoa: entrada de resíduos sólidos chega a 20 toneladas por dia no cartão-postal (foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
Objetos carreados pela enxurrada se juntam � crosta que cobre a superf�cie da lagoa: entrada de res�duos s�lidos chega a 20 toneladas por dia no cart�o-postal (foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)
 

Se no per�odo de maior calor a polui��o exala um mau cheiro que incomoda muito os frequentadores da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, na temporada chuvosa, o odor e a nata verde formada pela sujeira s�o incrementados pelo aporte de lixo que chega ao dobro da �poca de estiagem. Com entrada di�ria de res�duos s�lidos de at� 20 toneladas no cart�o-postal todos os dias, a crosta de polui��o acaba prendendo esse lixo, piorando bastante o aspecto do espelho d’�gua. Essa situa��o deixa a popula��o desconfiada com os resultados do trabalho de despolui��o, e cobra melhorias no ponto tur�stico, que integra o conjunto moderno e paisag�stico declarado patrim�nio cultural da humanidade em 17 de julho de 2006, pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura.

A reportagem encontrou v�rios pontos da represa com alta concentra��o de polui��o. Em um deles, pr�ximo � Igreja de S�o Francisco de Assis, a sujeira flutua no local onde a lagoa recebe um de seus afluentes. Nessa �rea, o mau cheiro incomodava bastante ontem. Uma mulher que caminhava por ali, ao ver a presen�a da equipe do Estado de Minas na grama bem perto do reservat�rio, registrando a sujeira, tampou o nariz e questionou como a reportagem conseguia ficar t�o perto de um lugar com tanto mau cheiro. Mais � frente, no entorno do Mirante Bem Te Vi, a crosta de sujeira tinha a companhia de muito lixo. Garrafas, bolas de futebol e todo o tipo de material. A situa��o impressionou o aposentado S�rgio Ant�nio de Alvarenga, de 57 anos, que parou sua bicicleta para observar. “Fa�o esse passeio quase todos os dias e tenho observado uma piora da situa��o da lagoa. Chega a dar d�, porque a Pampulha � um patrim�nio da humanidade e eu fico muito triste com essa degrada��o”, afirma.

A assistente social Daisy Dias Lopes, de 63, diz que mora perto da lagoa h� 23 anos e que houve avan�os nesse per�odo em rela��o � limpeza do reservat�rio. Mas ela critica a falta de continuidade de a��es de despolui��o. “Acho que precisamos de uma pol�tica que se mantenha independentemente de quem seja o governante. A limpeza precisa ser frequente”, afirma. A reclama��o de Daisy diz respeito � paralisa��o do tratamento que foi feito nos �ltimos dois anos, mas ficou seis meses suspenso ap�s o encerramento do contrato que regulava o servi�o.

O trabalho s� foi retomado no m�s passado e a Prefeitura de Belo Horizonte admitiu que houve piora na qualidade da �gua da lagoa enquanto parou de ocorrer o tratamento. O contrato que vigorou de mar�o de 2016 a igual m�s deste ano teve investimento de R$ 36 milh�es na aplica��o de dois produtos que reduziram a polui��o, principalmente atacando o n�vel de f�sforo e a mat�ria org�nica. Segundo a prefeitura, cinco n�veis considerados pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) para medir a qualidade da �gua foram enquadrados na classe 3 ap�s o uso dos produtos, padr�o que permite a pr�tica de esportes n�uticos. Mas o fim do servi�o e a interrup��o na aplica��o dos chamados biorremediadores fez com que a polui��o aumentasse e os indicadores extrapolassem o limite da classe 3.

(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
(foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)


No m�s passado, o trabalho foi retomado, a partir da recontrata��o da mesma empresa que prestou o servi�o com dispensa de licita��o. O pre�o do contrato caiu de R$ 18 milh�es por ano para R$ 16 milh�es, mas ainda n�o foram divulgados os primeiros resultados da retomada. Na semana passada, o secret�rio de Meio Ambiente de BH, M�rio Werneck, comentou sobre a situa��o do espelho d’�gua quando explicava o manejo das capivaras que vivem na orla. Ele destacou que a prefeitura est� desenvolvendo um trabalho t�cnico para ser refer�ncia e conduzido de forma cont�nua, mas por enquanto n�o � poss�vel comemorar a solu��o do problema, porque � uma tarefa muito dif�cil. “A gente n�o pode transmitir para a sociedade que � um trabalho f�cil”, disse Werneck.

Ontem, a prefeitura informou, por meio da Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), que com a retomada dos trabalhos em outubro, a meta � que �gua da lagoa alcance novamente a Classe 3 em at� seis meses. “A melhoria da qualidade da �gua ser� gradual e j� dever� ser percebida pela popula��o nos pr�ximos dois meses. As medi��es ser�o trimestrais”, disse, por meio de nota. “Ser�o percept�veis a melhoria no visual do espelho d’�gua e aus�ncia de maus odores como consequ�ncia da redu��o da carga poluidora”, conclui o texto.


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