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Estado de Minas

Al�m de sirenes contra chuva, PBH quer tecnologia melhor para prever temporais

Embora um servi�o de previs�o que custou R$ 10,5 mi j� opere na Grande BH, administra��o municipal quer contratar servi�o da USP para ter mais informa��es sobre tempestades


postado em 20/11/2018 06:00 / atualizado em 20/11/2018 07:52

Chuva na Avenida Vilarinho causou muita destruição na Região de Venda Nova na última quinta-feira(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)
Chuva na Avenida Vilarinho causou muita destrui��o na Regi�o de Venda Nova na �ltima quinta-feira (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)
Sem condi��es de acabar de forma definitiva com os pontos de alagamento da cidade a curto prazo, diante da complexidade das obras necess�rias, a Prefeitura de Belo Horizonte aposta na sofistica��o de dois paliativos que j� operam na capital: os avisos em �reas de risco de inunda��o e a previs�o mais precisa de temporais. As duas frentes de a��o seriam resposta para tentar evitar mortes, como as tr�s registradas quinta-feira na Regi�o de Venda Nova – um jovem de 28 anos ainda est� desaparecido, depois de sumir na mesma �rea durante a tempestade.

No primeiro caso, a inten��o � aumentar o poder de persuas�o para convencer a popula��o a n�o entrar em �reas sujeitas a inunda��es durante temporais – alerta que j� � feito com uso de placas e faixas em pontos cr�ticos. Uma das possibilidades que come�am a ser estudada e pode aparecer em breve � a instala��o de sirenes no entorno da Avenida Vilarinho, onde se concentraram os problemas na �ltima tempestade. O objetivo � acionar alarmes sonoros e luminosos em determinados pontos, para alertar motoristas e tentar evitar que sejam surpreendidos pela subida repentina da �gua.

Em outra frente, a administra��o municipal quer um servi�o mais preciso de alertas de inunda��es e para isso promete acionar a Universidade de S�o Paulo (USP). O secret�rio municipal de Obras e Infraestrutura, Josu� Valad�o, diz que a institui��o tem tecnologia suficiente para dar mais informa��es sobre a pot�ncia da chuva, tempo de dura��o e localiza��o mais precisa dos temporais – apesar de a Grande BH j� contar com um radar meteorol�gico, gerenciado pela Cemig, que foi adquirido exatamente com essa fun��o (leia abaixo).

Enquanto isso, com a cidade sob alerta de temporal at� esta manh� e previs�o de chuva por toda a semana, a inten��o � lan�ar uma licita��o para estudos da bacia drenada pelo C�rrego Vilarinho. O objetivo da concorr�ncia � que empresas indiquem a melhor solu��o em obras de drenagem para resolver de vez os alagamentos na avenida que liga Venda Nova ao restante de Belo Horizonte. A partir da solu��o escolhida, a PBH dever detalhar um projeto executivo para contratar as obras, que n�o t�m perspectivas de prazo, mas cujo custo pode ultrapassar o valor de R$ 150 milh�es. “Vamos contratar estudos de alternativa ainda este ano”, assegura Valad�o.

Veja estragos causados pela chuva de 15 de novembro na Avenida Vilarinho e adjac�ncias

Ver galeria . 26 Fotos Escola Municipal Francisca Magalhães Gomes teve vários danos provocados pela chuva. A instituição fica entre a Rua dos Mamoeiros e a Avenida Vilarinho, alagada ontemPaulo Filgueiras/EM
Escola Municipal Francisca Magalh�es Gomes teve v�rios danos provocados pela chuva. A institui��o fica entre a Rua dos Mamoeiros e a Avenida Vilarinho, alagada ontem (foto: Paulo Filgueiras/EM )


Se a realidade de uma obra para encerrar alagamentos em uma avenida de grande porte est� bem distante, o que resta no momento � tentar refinar os processos que buscam bloquear a entrada de pessoas em �reas cr�ticas durante os temporais, segundo o coronel Alexandre Lucas, coordenador da Defesa Civil de BH. “Vamos ter que melhorar a quest�o da capacita��o da popula��o para que n�o entre na �rea de alagamento. Vamos estudar ali (na Vilarinho) a instala��o de sirenes, para que um maior n�mero de pessoas possa conhecer o perigo que est� se aproximando”, diz ele.

Para o representante da Defesa Civil, o que � poss�vel fazer de imediato � aprimorar o fechamento do tr�fego na �rea cr�tica. Mas ele destaca que a quest�o da Vilarinho � muito complexa, porque muitas vias alimentam a avenida e por isso a estrutura para garantir um bloqueio total seria muito grande. Acostumado a lidar com desastres, Alexandre Lucas afirma que n�o h� sucesso em nenhuma a��o se n�o houver a coopera��o das pessoas. “� preciso respeitar as barreiras de prote��o, porque a gente n�o pode colocar um servidor p�blico em cada esquina. Precisamos da ajuda da popula��o”, diz.

METEOROLOGIA Os estudos para intensifica��o de a��es de bloqueio na Avenida Vilarinho v�o acorrer paralelamente a negocia��es para contrata��o de um servi�o de previs�o de temporais mais avan�ado, segundo Josu� Valad�o. Para isso, o Centro Tecnol�gico de Hidr�ulica e Recursos H�dricos da Escola Polit�cnica da Universidade de S�o Paulo ser� acionado, pois, segundo o secret�rio, a universidade j� tem modelos mais avan�ados para prever temporais que podem ajudar o poder p�blico. “Precisamos de mais precis�o no nosso alerta de inunda��o. (A inten��o �) fazer um contrato com eles com urg�ncia. Isso � uma coisa que vai demandar tempo de implementa��o”, afirma o secret�rio de Obras. Valad�o explicou que hoje as informa��es s�o fornecidas pelo radar meteorol�gico da Cemig, que � operado pelo Instituto Mineiro de Gest�o das �guas (Igam), mas n�o com detalhes t�o refinados de pot�ncia, tempo de dura��o e o ponto exato onde vai ocorrer a tempestade.

A rea��o da prefeitura � uma determina��o do prefeito Alexandre Kalil, segundo os gestores de suas respectivas pastas. Kalil assumiu a responsabilidade pelas mortes de quinta-feira em Venda Nova, dizendo n�o estar preparado para lidar com esse tipo de situa��o. A chuva na regi�o trouxe grandes preju�zos. Uma verdadeira opera��o de guerra foi montada para a limpeza da Avenida Vilarinho e adjac�ncias, onde os danos foram maiores. L�, Cristina Pereira Matos, de 40 anos, e a filha dela, Sofia Pereira, de 6, morreram afogadas no carro em que estavam. Arrastado pela correnteza na Vilarinho, o ve�culo foi parar em cima da linha do metr�. As duas estavam abra�adas e Cristina foi encontrada com um ter�o nas m�os.

Bem perto dali, na Rua Doutor �lvaro Camargos, a jovem Anna Lu�sa Fernandes de Paiva, de 16, caiu em um bueiro aberto pela for�a da �gua. Ela morreu ao ser arrastada para a galeria sob a via. Bombeiros seguem � procura de Jonnattan Reis Miranda, de 28, que foi visto pulando na correnteza na Vilarinho e ainda est� desaparecido. Familiares contaram que os parentes s�o do interior e se mudaram para BH para tratar um quadro de esquizofrenia grave, que acomete Jonnattan desde que ele tinha 13 anos. Outra morte ocorreu na ocupa��o Vit�ria, na Regi�o Norte de BH. Segundo testemunhas, um morador se afogou ao tentar cruzar alcoolizado uma �rea alagada.

Depois do temporal

Veja como a Prefeitura de BH quer evitar novas mortes na Avenida Vilarinho

» Aumentar o poder de persuas�o para impedir a entrada de pessoas na �rea mais cr�tica, entre o viaduto da Avenida Pedro I e a Avenida Cristiano Machado
» Estudar a coloca��o de sirenes sonoras e luminosas em determinados pontos
» Aumentar o n�mero de agentes para garantir bloqueios em momentos de tempestades
» Negociar um servi�o mais avan�ado de previs�o de temporais, em contato com a USP, que j� tem essa tecnologia, segundo a PBH
» Contratar obras de drenagem para resolver os alagamentos na Avenida Vilarinho
» Desenvolver ainda em 2018 estudos de alternativas para a bacia
» Detalhar um projeto executivo em cima da melhor solu��o apresentada
» Licitar as obras, que podem ultrapassar R$ 150 milh�es, mas n�o t�m nenhuma previs�o de in�cio

Radar da Cemig custou R$ 10,5 mi


N�o � a primeira vez que a Prefeitura de Belo Horizonte apela � tecnologia para tentar prever ou minimizar os efeitos dos temporais na cidade. Em 2011, na gest�o do ent�o prefeito Marcio Lacerda, o Plano de A��es de Combate �s Inunda��es, anunciado em outubro, previa investimentos em radares meteorol�gicos, n�cleos de prote��o civil e ajuda humanit�ria para tentar suprir a aus�ncia de grandes obras para conten��o de enchentes. O radar, um investimento de R$ 10,5 milh�es da Cemig, estava pronto para monitorar as chuvas um ano depois, em Mateus Leme, na Regi�o Metropolitana de BH, com a promessa de ser um aliado no combate aos desastres causados pelas tempestades. Passados sete anos, um novo equipamento � cogitado – desta vez vindo da Universidade de S�o Paulo (USP).

Equipamento foi adquirido para melhorar previsão do tempo na Região Metropolitana de BH(foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS - 14/09/2012)
Equipamento foi adquirido para melhorar previs�o do tempo na Regi�o Metropolitana de BH (foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS - 14/09/2012)


Importado da Finl�ndia, o radar que j� opera na Grande BH tem capacidade de monitorar tempestades severas com anteced�ncia de at� seis horas. A expectativa era de que ajudasse a Prefeitura de Belo Horizonte, a Defesa Civil e outros �rg�os a antecipar suas a��es contra efeitos dos temporais. A Cemig, respons�vel pelo aparelho, informa que o radar tem funcionado “adequadamente e com a abrang�ncia esperada” desde novembro de 2011, parando apenas para manuten��o.

Mas a tarefa de analisar os dados gerados e tratar a informa��o para atender � sociedade fica a cargo das autoridades e �rg�os p�blicos, segundo a companhia. “A Cemig � respons�vel por operar e disponibilizar os dados para o estado. A partir desses dados � poss�vel utilizar a estimativa de chuva em modelos do tipo chuva-vaz�o. Dessa forma, pode-se estimar o volume e n�vel dos rios, mas a Cemig n�o � respons�vel por operar esses modelos, cabendo �s autoridades usarem os dados dessa forma”, informou a companhia.

Na quinta-feira, o equipamento detectou a chuva que deixou pelo menos quatro mortos e um desaparecido em BH, mas, como a concession�ria n�o tem mapas de inunda��o ou modelos calibrados para cheias na Grande BH, informou que cabe aos �rg�os p�blicos lidar com essas informa��es.

Todas as cidades em um raio de 250 quil�metros podem ser beneficiadas pelo radar, que pode estimar intensidade, volume e dura��o das chuvas. Entre 250 e 450 quil�metros � poss�vel identificar locais com chuva, mas n�o estimar volume e intensidade. Ainda de acordo com a Cemig, um radar meteorol�gico funciona usando ondas de r�dio para identificar a ocorr�ncia de chuva, sua localiza��o, avaliar seu deslocamento e estimar sua intensidade.

O tempo de antecipa��o de eventos intensos de chuva varia de acordo com o local onde se desenvolvem e as velocidades de evolu��o e deslocamento. “Portanto, tomando a Grande BH como exemplo, aqueles sistemas que j� surgem nas suas proximidades ter�o um tempo entre o alerta e a chegada do sistema menor do que aqueles que se formam em locais mais distantes e se deslocam para Belo Horizonte. Lembrando que a velocidade de deslocamento e desenvolvimento podem variar bastante de um evento para o outro”, concluiu texto da concession�ria.


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