
Depois de mais de um ano e tr�s meses da morte do fisiculturista Allan Guim�res Portelo, de 25 anos, em uma boate da regi�o do Barreiro, o Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG) realizou, nesta segunda-feira (10), a primeira audi�ncia do julgamento dos tr�s seguran�as contratos pelo estabelecimento acusados de homic�dio doloso. A sess�o de instru��o ocorreu no F�rum Lafayette, no Barro Preto, e tem como objetivo dar in�cio � a��o, com a presen�a e participa��o das partes, advogados, testemunhas e auxiliares da Justi�a.
O fisiculturista foi espancado e morto em 2 de setembro de 2017, no interior da boate Hangar 677, Bairro Olhos D’�gua, na Regi�o do Barreiro da capital mineira.O processo denuncia cinco pessoas: o coordenador da seguran�a da boate, Delmir Ara�jo Dutra, e os seguran�as Carlos Felipe Soares, William da Cruz Leal, Paulo Henrique Pardim de Oliveira e Fabiano de Ara�jo Leite.
Os tr�s primeiros eram funcion�rios da empresa Cy, terceirizada pela boate, e s�o representados pelo advogado �rcio Quaresma. Segundo ele, seis testemunhas foram ouvidas no F�rum Lafayette. “Entendemos (a defesa) que, se houver uma condena��o penal, que ela seja por homic�dio culposo (sem inten��o de matar)”, afirmou o advogado. Ainda de acordo com Quaresma, Fabiano e Paulo Henrique n�o t�m rela��o alguma com o crime.

Conforme a den�ncia apresentada pelo Minist�rio P�blico (MP) � Justi�a, os quatro seguran�as denunciados, agindo com dolo (intencionalmente), tiraram a vida do fisiculturista mediante asfixia. Ainda segundo a den�ncia, o jovem havia ido at� o banheiro da boate e l� foi abordado pelos seguran�as Carlos Felipe Soares e William da Cruz Leal, que o levaram contra sua vontade para uma �rea restrita onde ele passou por uma revista. Como Allan resistiu, a dupla o espancou violentamente, com empurr�es, socos e chutes, imobilizando-o e o estrangulando at� a morte.
Al�m dos quatro, tamb�m foi denunciado Delmir Ara�jo Dutra, que seria coordenador da seguran�a, mas os relatos da pol�cia que foram anexados ao processo d�o conta de que ele chegou no local das agress�es junto com os socorristas e sua conduta precisa ser melhor explicitada na instru��o do processo.
O laudo de necr�psia aponta como causa da morte “asfixia mec�nica por constri��o extr�nseca do pesco�o”. No relato do juiz que aceitou a den�ncia contra os acusados, consta que a dupla de seguran�as agiu com o apoio de Paulo Henrique Pardim de Oliveira e Fabiano de Ara�jo Leite, que asseguraram a continuidade da agress�o e impediram que terceiros se aproximassem para socorrer a v�tima. Os dois estariam trabalhando na retirada de dinheiro dos caixas da boate.
A reportagem procurou o pai do fisiculturista, D�nio Pontelo, e sua namorada na �poca, a fot�grafa e empres�ria Marcella Paiva, mas n�o obteve resposta.
Drogas

Respons�vel pela defesa dos denunciados Delmir, Carlos e William, �rcio Quaresma sustenta que a v�tima foi abordada pelos seguran�as por estar vendendo e consumindo drogas na boate. “Ele tinha uma subst�ncia chamada quetamina no corpo, que � um anest�sico potente, com efeitos alucin�genos. O pr�prio amigo dele disse � pol�cia que Allan j� havia vendido drogas e anabolizantes”, afirmou o advogado.
Procurado pela reportagem, o amigo em quest�o, que n�o quis ser identificado, negou a vers�o de Quaresma. Ele estava com Allan no dia da morte e disse que a v�tima n�o estava de posse de qualquer entorpecente.
� reportagem do EM, ele disse ainda que o que informou � pol�cia foi que Allan j� havia vendido um comprimido de uso pessoal tempos antes da noite do crime. Contuto, negou que o fisiculturista fosse traficante de drogas ou de anabolizantes. O amigo do rapaz morto disse ainda que �rcio Quaresma tenta usar seu depoimento para acobertar o homic�dio cometido pelos seguran�as.