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Estado de Minas

Grafite lembra local de tortura e c�rcere de presos da ditadura

Valoriza��o dos direitos humanos � a proposta do painel no muro do antigo pr�dio do Dops, na esquina das avenidas Afonso Pena e Bernardo Monteiro


postado em 18/12/2018 06:00 / atualizado em 18/12/2018 08:22

Painel pintado no muro do antigo prédio do Dops faz menção ao cárcere e tortura de presos políticos durante o governo militar(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Painel pintado no muro do antigo pr�dio do Dops faz men��o ao c�rcere e tortura de presos pol�ticos durante o governo militar (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)


O pontap� inicial de um resgate dos Direitos Humanos. � o que representa o trabalho idealizado pela artista visual e performer D�bora Guedes, de 24 anos, no muro do antigo pr�dio do Departamento de Ordem Pol�tica e Social (Dops), situado na Avenida Afonso Pena, na esquina com a Avenida Bernardo Monteiro. Desde sexta-feira, um desenho de fundo preto e personagens cercadas por diferentes cores tenta mostrar ao cidad�o comum o que ocorreu em um dos palcos da tortura e do c�rcere de presos pol�ticos durante a ditadura militar (1964-1985). O pr�dio deixou de abrigar o Departamento de Investiga��o Antidrogas da Pol�cia Civil de Minas Gerais (PCMG) recentemente e vai se tornar, ap�s obras marcadas para come�ar ainda neste ano, o Memorial dos Direitos Humanos.


Al�m de D�bora Guedes, a iniciativa contou com apoio de outros dois talentos: Marconi Marques e a artista que adota o pseud�nimo VNF, ambos consagrados na cena cultural de BH. “A gente conversou e viu que havia uma necessidade de mostrar para a galera o que aconteceu ali. Pouca gente sabe. Por isso, pensamos num trabalho narrativo. Tanto que no in�cio do mural tem uma m�e perdendo um filho. A gente quis trazer o passado para dizer: ‘Aqui foram torturadas pessoas’”, conta a idealizadora. Al�m da imagem chocante, a obra traz, em seu segundo momento, uma mensagem espiritual, na qual personagens seguram velas. O terceiro e �ltimo espa�o refor�a o ideal de luta das minorias sociais. “Desde que o Brasil foi descoberto, o povo luta. Os ind�genas, negros e mulheres lutaram, lutam e ainda v�o lutar muito”, explica a artista visual.


A cr�tica social e o expressionismo apresentados no desenho t�m uma refer�ncia marcante: a obra Os Retirantes (1944), de C�ndido Portinari. A pintura evidencia as desigualdades entre as classes econ�micas do Brasil, por meio do retrato dos migrantes do sert�o nordestino. A imagem mostra uma fam�lia em condi��es prec�rias, com crian�as doentes e urubus ao redor. “O Portinari entende a arte como um trabalho educativo. Muitas pessoas n�o t�m acesso � educa��o, quanto dir� ao pensamento cr�tico. Da� vem a contribui��o da linguagem imag�tica, que � universal. Ela sempre passa uma mensagem”, diz D�bora Guedes.


Para se chegar ao desenho, D�bora e outros expoentes da arte mineira se reuniram, durante um m�s, sempre �s sextas-feiras, no futuro pr�dio do Memorial dos Direitos Humanos. Os encontros foram organizados pelo Centro de Forma��o Art�stica e Tecnol�gica (Cefart), da Funda��o Cl�vis Salgado. No local, eles montaramCasa da Liberdade”, onde aconteceram debates acerca dos direitos humanos.


A pintura foi realizada com apoio do Circuito Urbano de Arte (Cura), que revitalizou diversos pr�dios do Centro de BH – todos vistos da Rua Sapuca�, no Bairro Floresta, Regi�o Centro-Sul da cidade. O movimento doou as tintas para trabalho. Al�m disso, o governo de Minas, por meio da Secretaria de Direitos Humanos, Participa��o Social e Cidadania (Sedpac), emprestou andaimes aos artistas.


A Sedpac tamb�m ser� respons�vel pela instala��o Memorial dos Direitos Humanos. Ser�o investidos R$ 593.875,23 nas obras, oriundos do Fundo Estadual dos Direitos Difusos (Fundif). O recurso � decorrente de condena��es por danos causados a bens protegidos pelos direitos difusos e multas resultantes do descumprimento dessas condena��es.


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